Operação Contragolpe: Apoiadores de Bolsonaro chamam investigação da PF de cortina de fumaça
Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro afirmam que as investigações da Polícia Federal são uma tentativa de desviar a atenção das questões econômicas e políticas
- Data: 19/11/2024 13:11
- Alterado: 19/11/2024 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão
Manifestação bolsonarista contra o ministro Alexandre de Moraes, na avenida Paulista, neste sábado (7)
Crédito:Reprodução/YouTube
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) recentemente trouxe à tona uma citação de Olavo de Carvalho, figura influente no cenário bolsonarista, através das redes sociais. A declaração reforçava a ideia de que ações devem ser tomadas contra adversários políticos para evitar consequências futuras: “Ou vocês prendem os comunistas pelos crimes que eles cometeram ou eles o prenderão pelos crimes que vocês não cometeram”.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também deputado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, descreveu as recentes detenções relacionadas a supostos atos golpistas como uma “guerra de narrativas”. Ele mencionou o recente atentado com bombas nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e os processos investigativos envolvendo seu pai, como o caso das joias árabes e o cartão de vacina, considerando-os parte de uma estratégia direcionada à direita política.
O deputado expressou frustração quanto ao que considera uma contínua ofensiva narrativa contra seu grupo político, sugerindo que haverá respostas significativas nas eleições de 2026, comparando com o cenário eleitoral nos Estados Unidos em 2024. No entanto, ele permanece inelegível até 2030.
Paralelamente, Fábio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro, criticou declarações do ministro Paulo Pimenta sobre as investigações da Polícia Federal, qualificando-as como “absolutamente inconsequentes”. Segundo Wajngarten, o governo atual carece de realizações próprias e recorre a pautas do governo anterior.
As prisões efetuadas nesta terça-feira fazem parte da Operação Contragolpe. Entre os detidos estão Mário Fernandes, general reformado e ex-secretário-executivo no governo Bolsonaro, além de um policial federal e militares do Comando de Operações Especiais do Exército. O objetivo da operação é desmantelar um plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que supostamente visava assassinatos políticos no final de 2022.
Enquanto isso, apoiadores do ex-presidente tentam desviar a atenção do público para temas econômicos críticos ao governo Lula e especulações sobre um possível retorno político de Bolsonaro em 2026. Entre as questões discutidas estão isenções fiscais ligadas ao influenciador Felipe Neto e o desempenho do Brasil no G20.