Cresce endividamento no Brasil

Cerca de 1,45 milhão de famílias acumulam dívidas nos últimos anos, aponta estudo econômico

  • Data: 05/11/2024 07:11
  • Alterado: 05/11/2024 07:11
  • Autor: Redação/AI
  • Fonte: Agência Brasil
Cresce endividamento no Brasil

Dinheiro

Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Um levantamento recente conduzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) revela que 77% das famílias brasileiras enfrentam algum tipo de endividamento, seja por contas em atraso ou por financiamentos imobiliários. Este cenário representa um aumento significativo de 1,45 milhão de famílias endividadas nos últimos dois anos. A pesquisa, que envolveu a participação de 18 mil famílias distribuídas em 27 capitais durante o mês de julho, destacou que 29% dessas famílias estão com pagamentos atrasados, e 13% afirmaram não possuir condições ou expectativas para regularizar suas dívidas.

A região Sudeste concentra mais da metade das famílias endividadas, totalizando 52%. Entre as capitais com maior número de famílias nessa situação destacam-se São Paulo, com 2.888.081; Rio de Janeiro, com 2.028.143; Distrito Federal, com 765.823; Belo Horizonte, com 744.993; e Fortaleza, com 712.465 famílias.

Quando analisada a porcentagem de famílias endividadas, Porto Alegre e Vitória lideram com 91%, seguidas por Belo Horizonte, Boa Vista e Curitiba com 90%, e Fortaleza com 88%. Já cidades como Campo Grande e Salvador registram percentuais mais baixos, com 66%, enquanto Goiânia e Macapá têm 68%, e Belém apresenta 69%.

Entre as capitais que registraram crescimento no endividamento em comparação a 2022, estão Teresina (de 61% para 86%), João Pessoa (78% para 87%), Porto Velho (72% para 84%) e Fortaleza (71% para 88%). Por outro lado, houve uma redução em Rio Branco (de 89% para 77%), São Paulo (de 75% para 68%) e Curitiba (de 95% para 90%).

Em comunicado oficial, a FecomercioSP atribui essas variações às “condições macroeconômicas específicas de cada estado e região”. Fatores como inflação, taxas de juros e renda familiar são determinantes na criação dessas disparidades ao redor do país. O aumento do número de famílias endividadas eleva o custo do crédito no mercado e acentua o risco de inadimplência, especialmente em contextos econômicos caracterizados por altas taxas de juros ou inflação elevada.

O documento técnico da Fecomercio destaca que, embora o endividamento reflita um maior acesso ao crédito e crescimento no consumo, ele também acarreta riscos potenciais. Se não for adequadamente gerido, pode resultar em inadimplência e exclusão financeira. Portanto, é essencial encontrar um equilíbrio entre promover o consumo e proteger o orçamento das famílias mais vulneráveis.

Segundo Fábio Pina, economista da FecomercioSP, o atual nível de endividamento supera ligeiramente a média histórica. No entanto, ele observa que os indicadores do mercado de trabalho sugerem boas condições de renda, oferecendo às famílias a oportunidade de reestruturar suas finanças. “Não prevejo um choque econômico iminente; em vez disso, vejo uma desaceleração gradual da economia no próximo ano”, afirmou Pina. “Esse período oferece a oportunidade necessária para ajustes tanto no setor privado quanto no governo.”

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  • Data: 05/11/2024 07:11
  • Alterado:05/11/2024 07:11
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