“Autoexame não previne Câncer de Mama”, alerta médica mastologista
Diante de tantas campanhas que preconizam o autotoque, médica mastologista reforça as medidas corretas para detecção precoce e diagnóstico da doença
- Data: 14/10/2024 20:10
- Alterado: 14/10/2024 20:10
- Autor: Redação
- Fonte: Dra. Giovanna Gabriele
Crédito:Divulgação
Na batalha contra o câncer de mama, a informação continua sendo uma das mais poderosas ferramentas para detecção precoce e enfrentamento do diagnóstico. Com a chegada do Outubro Rosa, renovamos o compromisso de dedicar um mês inteiro à conscientização sobre a doença, ampliando o diálogo responsável. No entanto, é importante lembrar que nem todas as medidas amplamente divulgadas possuem a eficácia que muitos imaginam.
A Dra. Giovanna Gabriele, mastologista especialista em cirurgia oncológica e integrante da Comissão de Genética e Alto Risco da Sociedade Brasileira de Mastologia, chama atenção para a necessidade de reavaliarmos o papel do autoexame como método preventivo, ressaltando que ele pode não ser tão eficiente quanto se imagina na detecção precoce do câncer de mama:
“É comum que muitas mulheres ainda acreditem que o autoexame seja eficaz para a detecção precoce do câncer de mama, mas a ciência já demonstrou que isso não é suficiente. Para obter um diagnóstico preciso, é necessário realizar exames mais específicos, considerando as particularidades de cada caso”, explica a Dra. Giovanna Gabriele.
Segundo a especialista, nódulos que possuem menos de dois centímetros dificilmente conseguirão ser percebidos durante o toque, o que pode levar a um diagnóstico tardio da doença. Da mesma forma que o autoexame também gerar preocupações desnecessárias:
“O autoexame pode gerar uma falsa sensação de segurança ou até mesmo causar ansiedade, pois muitas mulheres, ao sentirem um nódulo ou alteração na mama, ficam preocupadas achando que já estão com câncer. No entanto, nem todo nódulo é maligno; muitas vezes, essas alterações são cistos, fibroadenomas ou outras condições benignas — e, em alguns casos, podem não representar nada grave. Por isso, o melhor ‘autoexame’ é prestar atenção aos sinais do corpo e, em caso de dúvida, procurar um médico especializado”.
A pesquisa “A Mulher perante o Câncer“, realizada pela Pfizer, revela que, apesar do receio das mulheres em relação ao câncer, muitas ainda acreditam que o autoexame é o método mais eficaz para identificar o câncer de mama em sua fase inicial. A pesquisa mostra que 54% das mulheres ainda consideram o toque nas mamas suficiente para detectar possíveis sinais da doença.
Mas em vez do autoexame, a Dra. Giovanna destaca a importância de exames de imagem regulares, como a mamografia, que podem detectar tumores antes de se tornarem palpáveis. “Até os 40 anos, a ultrassonografia é o exame que melhor atende às investigações necessárias. Já a mamografia é o padrão ouro na detecção precoce e deve ser realizada periodicamente em mulheres acima dos 40 anos ou com histórico familiar de câncer de mama,” afirma.
A médica reforça que também não existe prevenção ao câncer de mama, mas que é possível reduzir os riscos de forma eficaz. Para isso, é fundamental fazer consultas regulares com o mastologista e adotar hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos. “Não podemos colocar toda a responsabilidade da detecção nas mãos das mulheres; a boa manutenção da saúde exige acompanhamento médico contínuo, bem como a realização dos exames periódicos necessários,” conclui.
O Outubro Rosa é um momento de conscientização, e o cuidado com a saúde da mama deve ser uma prática constante durante todo o ano. É preciso tirar o foco do autoexame e colocá-lo na educação sobre as medidas mais eficazes e na consulta médica regular. É assim que aumentamos as chances de detecção precoce e de tratamento com melhores resultados, com chances de cura de até 95%.