Confira as dúvidas mais frequentes sobre câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum da doença com o registro de 2,3 milhões de casos por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
- Data: 27/09/2024 07:09
- Alterado: 27/09/2024 07:09
- Autor: Redação
- Fonte: Dr. Caetano Silva Cardial
Prevenção ao câncer de mama
Crédito:Divulgação - Sociedade Brasileira de Mastologia
O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, uma iniciativa global que visa aumentar a conscientização sobre o câncer de mama e promover a detecção precoce da doença. O movimento começou em 1990 e, no Brasil, ganhou força a partir dos anos 2000, com a união de instituições de saúde, ONGs e do governo.
Dr. Caetano da Silva Cardial, cirurgião oncológico e mastologista, destaca a relevância do Outubro Rosa: “Este mês é dedicado à conscientização sobre a prevenção, tratamento e suporte emocional para pacientes com câncer de mama. A detecção precoce é fundamental, pois quando diagnosticada em estágios iniciais, a doença apresenta mais de 90% de chance de cura.”
O câncer de mama é o tumor maligno mais comum entre as mulheres, afetando cerca de 2,3 milhões de mulheres anualmente em todo o mundo. No Brasil, são esperados aproximadamente 70 mil novos casos a cada ano. Dr. Caetano ressalta a importância da conscientização: “As mulheres devem realizar consultas regulares e exames, pois muitos casos podem ser identificados antes que o câncer apresente sintomas. O câncer de mama é mais frequente após os 40 anos, enquanto o câncer do colo do útero é comum entre os 30 e 50 anos.”
Para auxiliar na conscientização sobre o câncer de mama e disseminar dados científicos relevantes sobre a doença, Dr. Caetano destaca informações importantes que podem ajudar as mulheres na identificação precoce do câncer e na manutenção da saúde.
O que é o câncer de mama?
O câncer de mama é um tumor maligno que se origina nas células da glândula mamária, podendo ser classificado em dois tipos principais: aqueles que se formam nos ductos mamários e aqueles que se desenvolvem nos lóbulos mamários.
Fatores de risco
Fatores como predisposição genética, estilo de vida sedentário, sobrepeso, tabagismo e consumo de álcool estão associados ao aumento do risco da doença.
Sintomas mais comuns
Os sintomas mais comuns incluem a presença de nódulos palpáveis nas mamas ou axilas. Dr. Caetano alerta que “quanto mais inicial é o tumor, menos sintomas ele causa, tornando a realização de exames de rotina fundamental.”
Autoexame
O autoexame das mamas deve ser realizado após o período menstrual, quando as mamas estão menos inchadas. Com a mão direita, palpe a mama esquerda em movimentos circulares, do exterior até o mamilo. Depois, repita o processo com a mão esquerda, palpando a mama direita. Realizar o exame durante o banho, com a mama ensaboada, facilita a palpação. Também é importante verificar as axilas em busca de nódulos. O autoexame é eficaz na identificação de nódulos maiores que um centímetro, incentivando as mulheres a buscarem atendimento médico.
Tratamentos e Prevenção
Os tratamentos disponíveis incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia, e a escolha depende das características do tumor. A prevenção é essencial e pode ser alcançada através de um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e prática regular de exercícios.
Embora a incidência de câncer de mama seja maior em mulheres acima dos 50 anos, Dr. Caetano ressalta que “também é importante lembrar que mulheres mais jovens podem ser diagnosticadas com a doença, muitas vezes associada a mutações genéticas.”
Acolhimento à população trans
Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), publicado na Nature Scientific Reports em 2021, estimou em 3 milhões o número de pessoas transgênero e não binárias no Brasil.
Como explica o especialista, é essencial incluir a população trans nas campanhas de conscientização sobre o câncer de mama. “Reconhecer e acolher as necessidades da população trans não apenas amplia a conscientização, mas também garante que todos tenham acesso às informações e recursos necessários para cuidar de sua saúde, já que o câncer de mama pode afetar pessoas de todas as identidades de gênero”, afirma Dr. Caetano.
Para ele, as campanhas precisam abordar a importância do autoexame e dos exames de mamografia considerando as experiências e desafios únicos enfrentados pela população trans. “Somente dessa forma podemos fortalecer a luta contra o câncer de mama e promover a equidade no acesso à saúde, assegurando que cada pessoa se sinta valorizada e acolhida em sua jornada de cuidado e prevenção”, finaliza o médico.