Candidatos a vereador defendem tarifa zero e divergem em sobre celular em escola
Participaram Alessandro Azzoni (Republicanos), Cynthia Michels (PSD) e Débora Lima (PSOL)
- Data: 25/09/2024 18:09
- Alterado: 25/09/2024 19:09
- Autor: Redação
- Fonte: Tayguara Ribeiro/Folhapress
Crédito:Antônio Cruz/Agência Brasil
Os participantes do segundo debate promovido pela Folha de S.Paulo entre concorrentes à Câmara Municipal de São Paulo concordaram que a tarifa zero é uma boa medida para a capital paulista, mas divergiram sobre a proibição do celular nas escolas.
Estiveram presentes no encontro o advogado e especialista em direito ambiental Alessandro Azzoni (Republicanos), a economista e empresária Cynthia Michels (PSD) e a líder sem-teto Débora Lima (PSOL), presidente da legenda no estado.
Os três avaliam que a tarifa zero no transporte público municipal é importante, mas ainda muito limitada. Atualmente ela ocorre somente aos domingos.
Para eles, a gratuidade deveria ser ampliada de forma gradativa, com análise sobre o impacto no trânsito e dentro das possibilidades financeiras do município.
A revisão de rotas e modelos dos veículos foi citada como uma possibilidade para diminuir o custo do transporte e acelerar o processo de gratuidade sem onerar os cofres públicos.
Em relação à proibição de celulares nas escolas, objeto de um projeto de lei que o Ministério da Educação prepara, as discordâncias se deram em torno de eventuais prejuízos e benefícios da medida.
Cynthia, do PSD, afirmou que é a favor de evitar utilização do aparelho pelas crianças e adolescentes, mas ressaltou que poderiam existir exceções para o uso pedagógico. “Moderadamente ela pode ajudar”, diz.
Débora, do PSOL, também se posicionou a favor da proibição. Segundo ela, muitas crianças e adolescentes usam redes sociais nas aulas e, com isso, não conseguem prestar atenção no que o professor diz. “Claro que é importante a escola estar preparada, com tecnologia e, se necessário, usar o celular para aprender ou fazer algum projeto”, afirma.
Já Azzoni, do Republicanos, posicionou-se contra a proibição. Segundo ele, as novas gerações possuem um potencial importante de entendimento sobre o tema. “Como você vai privá-los, dentro de um processo educacional, de ter acesso a essa tecnologia?”, questiona.
Ele argumenta que os alunos perderam interesse pelo formato das aulas, e tirar o celular não mudará isso. A solução, diz, seria integrar o ensino ao uso aparelho, além de modernizar o ensino em outros aspectos.
Em relação à segurança, a candidata do PSOL propõe contratar mais profissionais e melhorar as condições da GCM (Guarda Civil Municipal), além de ter uma guarda mais humanizada. Ela defende que mais profissionais da corporação nas proximidades das escolas.
“A gente sabe que o caminho da segurança está na Guarda Municipal, mas, infelizmente, a gente que mora na periferia não se sente segura“, afirma.
A candidata do PSD também fala em ampliar o efetivo da GCM e melhorar o treinamento dos profissionais.
“E ampliando um pouco, além da questão da segurança pública, ela também é importante para zeladoria. Temos também bons exemplos, como a vizinhança solidária”, diz.
O candidato do Republicanos, por sua vez, afirma que a GCM deveria ter mais funções do que tem hoje. Para ele, eventuais casos de excesso devem ser punidos, e não balizar a forma como a cidade vê a corporação.
“Ela não tem poder de polícia, porque ela é guarda. Ela deveria deixar de ser guarda para ser polícia.”
Alessandro Azzoni é advogado, economista e especialista em direito ambiental. Ele faz parte do conselho deliberativo da Associação Comercial de São Paulo. Seu partido, o Republicanos, apoia o candidato à prefeitura Ricardo Nunes (MDB).
Cynthia Michels é empresária e se define como ativista pela inovação consciente. Ela já concorreu a deputada estadual pelo PSB, em 2022, mas ficou com a suplência. Seu partido atual, o PSD, também apoia Nunes.
Débora Lima compõe o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Já dirigiu o PSOL de Guilherme Boulos da capital e hoje preside o partido no estado de São Paulo.
A Folha de S.Paulo está promovendo três debates com candidatos a vereador na cidade de São Paulo. A cada encontro, três postulantes ao cargo discutem ao vivo temas como educação, saúde, urbanismo, segurança e transporte.
A escolha dos debatedores seguiu critérios de diversidade, com um representante de direita, centro e esquerda em cada dia e número equilibrado de mulheres, homens, negros e brancos. Além disso, levou-se em conta indicações das legendas e sua representação atual na Câmara.
Cada roda de conversa tem três participantes convidados, com mediação da jornalista Júlia Barbon, repórter de Política. A ideia é apresentar nomes majoritariamente novos – 8 dos 9 não são postulantes à reeleição -, seguindo a diversidade de partidos, espectro ideológico, gênero e cor.
Na terça (24), o evento reuniu Adriana Vasconcellos (MDB), Lucas Pavanato (PL) e Marina Bragante (Rede).
Mais três candidatos debatem nesta quinta-feira (26). Estão confirmados o ex-deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (União Brasil), a vereadora e advogada Janaína Lima (PP) e Raimundo Bonfim (PT), coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular (FBP).