PF troca de chefe em SP; delegado que atuou na Lava Jato assume comando
Atual superintendente, Rogério Giampaoli deve seguir para cargo no exterior
- Data: 05/07/2024 12:07
- Alterado: 05/07/2024 12:07
- Autor: Redação
- Fonte: Cézar Feitoza/Folhapress
Crédito:Agência Brasil
A Polícia Federal trocou o chefe da superintendência da corporação em São Paulo. A mudança foi publicada no “Diário Oficial da União” desta sexta-feira (5).
O atual diretor em São Paulo, Rogério Giampaoli, foi escolhido para assumir um cargo no exterior, e assume agora o lugar dele o delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que atuou na Lava Jato, para comandar a corporação em São Paulo. Sanfurgo foi dispensado da atual função no último dia 19.
A troca em São Paulo faz parte de uma série de novas movimentações que serão realizadas em cargos de direção da Polícia Federal no segundo semestre, com a abertura de novos postos em países na Europa e nas Américas.
Rogério Giampaoli assumiu a direção da Polícia Federal em SP em fevereiro de 2023. Paulista, ele chegou ao principal cargo da corporação no estado após quase 30 anos de carreira.
Antes de dirigir a superintendência da PF, Giampaoli chefiou delegacias em Jales (SP), Araçatuba (SP) e Sorocaba (SP) e comandou o Núcleo de Inteligência da Delegacia da Polícia Federal em Campinas (SP). É formado em ciências jurídicas pela PUC-Campinas e tem especialização em segurança pública pela Universidade do Tocantins.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse na cerimônia de posse de Giampaoli que a superintendência de SP era uma das estruturas mais importantes da corporação. Por isso, a escolha do chefe seria feita a dedo.
“São Paulo é uma posição tão estratégica que foi cuidadosamente pensada. [Giampaoli] é conhecedor das peculiaridades e complexidades de São Paulo, é nascido aqui, é um líder que assume a responsabilidade do comando com total domínio das funções de sua equipe”, afirmou Andrei em fevereiro de 2023.
Procurada, a PF não se manifestou.
Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho também trabalhou por longos períodos em São Paulo. Até semana passada ele era o número 2 da Polícia Judiciária da Superintendência da PF no estado.
Sanfurgo ganhou notoriedade durante a operação Lava Jato, após entrar na força-tarefa em 2016. Foi a ele que o ex-ministro Delfim Netto confessou, em depoimento, ter recebido R$ 240 mil em espécie da Odebrecht
Delfim, porém, disse não saber que o dinheiro viria do setor da empreiteira responsável pelo pagamento de caixa dois. Ele ainda contou a Sanfurgo que o pagamento se deu por serviços de consultoria concedidos à Odebrecht por anos.
Foi Sanfurgo quem comandou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-ministro Antonio Palocci, em 2016. Os agentes da PF foram até a sede da Projeto, consultoria de Palocci, mas encontraram somente teclados, mouses e monitores – sem os computadores.
A explicação dada aos policiais federais foi de que os computadores haviam sido substituídos por notebooks. O delegado escreveu sobre o fato no relatório das buscas.
“Causa espécie a suposta substituição dos computadores ‘velhos’ por notebooks sem a retirada dos monitores das bancadas, assim como teclados, mouse e fios, fato que mereceria esclarecimentos”, disse Sanfurgo, segundo documento obtido pelo O Globo.
No começo de 2023, Sanfurgo chegou a comandar a Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo durante a ausência de Giampaoli.