10 km/h a menos salvam vidas: Detran-SP chama a atenção para redução de velocidade
Entenda como a redução de velocidade máxima nas vias pode evitar vítimas fatais no trânsito
- Data: 10/05/2024 20:05
- Alterado: 10/05/2024 20:05
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Trânsito
Crédito:Arquivo - Agência Brasil
No Maio Amarelo, mês de conscientização sobre a segurança no trânsito, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) em conjunto com a Bloomberg — em sua iniciativa pela Segurança Viária Global — chama a atenção dos motoristas sobre a velocidade ao volante. Uma redução de 10 km/h em vias urbanas, por exemplo, pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Em colisões no trânsito — seja ela entre dois automóveis ou envolvendo motociclistas ou pedestres — a velocidade é o principal fator de risco. É isso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra em seu Manual sobre Readequação de Velocidade, publicado em 2022. Uma alta velocidade não aumenta somente a probabilidade de um sinistro — ocorrência que resulta em dano material, lesão ou morte — mas também sua gravidade.
Na prática, o aumento da gravidade de um sinistro pode ser comparada a uma queda de um prédio: a 60 km/h, a colisão equivale a uma queda do sexto andar, apresentando uma chance de aproximadamente 98% de óbito do pedestre. Com 10 km/h a menos, o sinistro ainda é preocupante — mas há uma maior chance de sobrevivência. Aos 50 km/h, a colisão representa uma queda do 4º andar, mas a probabilidade de óbito cai para 80%.
O aumento da velocidade também diminui a visão periférica do motorista, desta forma, sua percepção do entorno é afetada.
Mitos sobre a redução de velocidade
Quando a redução de velocidade entra em discussão, o tema costuma gerar controvérsias. Sejam elas relacionadas ao fluxo de veículos ou à segurança, algumas das polêmicas já foram abordadas por estudos científicos e existem evidências que suportem a decisão de desacelerar.
A redução de velocidade prejudica o trânsito?
Estudos mostram que reduzir a velocidade máxima nas vias tem praticamente nenhum impacto nos tempos de deslocamento — segundo o Departamento de Trânsito de Auckland, da Austrália, diminuir um limite de 50 para 30 km/h aumentaria 48 segundos em uma viagem, mas esta velocidade máxima poderia reduzir 56% dos sinistros e 80% de vítimas fatais.
A habilidade no volante evita vítimas?
Por mais que um motorista dirija bem, a alta velocidade implica em um maior tempo de frenagem frente a uma possível colisão. Neste intervalo, o veículo ainda percorre uma certa distância — que aumenta de acordo com a velocidade inicial.
A indústria das multas
Os radares possuem um papel de fiscalização e educação dos condutores, visando dissuadir os motoristas de andarem acima do limite estabelecido. Sua receita pode ser aplicada, de forma mais eficiente, na melhoria e segurança das próprias vias.
Educar os condutores é mais eficiente que a redução de velocidade?
Por mais que a educação do condutor seja importante — e os radares ajudem no processo — o aumento da gravidade dos sinistros já citado aqui deve ser o principal fator levado em consideração. A OMS recomenda 50 km/h como limite em vias urbanas — algo que já surtiu efeito significativo em mais de 100 países. Em áreas residenciais, o ideal é ainda mais baixo: 30 km/h.
Reduzir a velocidade pode aumentar os assaltos?
A população pode se sentir menos segura em relação a possíveis assaltos trafegando em uma velocidade mais baixa, mas há outras situações em que os motoristas são obrigados a reduzir que são inevitáveis — ao fazer uma conversão ou na sinalização de “Pare,” por exemplo. Não há risco associado a uma velocidade menor na via.