População indígena tem tratamento de saúde específico na capital paulista
Cidade conta com duas Unidades Básicas de Saúde para os aldeados das regiões Norte e Sul
- Data: 20/04/2024 08:04
- Alterado: 20/04/2024 08:04
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Museu das Culturas Indígenas
Crédito:Acervo MCI
O Dia dos Povos Indígenas, 19 de abril, é dedicado às populações originárias, nativas ou autóctones que habitavam originalmente o território brasileiro. A data promove a reflexão sobre a importância da cultura e das tradições desse povo na construção da identidade brasileira, bem como aos seus direitos, entre eles o acesso à saúde.
Nessa área, a Prefeitura oferta, desde 2004, uma forma específica de assistência. Foi criado, dentro do organograma da Atenção Básica, a Área Técnica de Saúde da População Indígena que, em articulação com o Ministério da Saúde (MS) e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), passou a desenvolver ações e programas de forma a integrar os hábitos culturais na discussão e na prática das equipes.
Essa população conta com duas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSis), onde atuam Equipes Multidisciplinares de Atenção Básica (EMSI) em seus respectivos territórios. A UBS Vera Poty (e o anexo Krukutu) fica nas aldeias Tenondé Porã e Krucutu, na região de Parelheiros, no extremo Sul, e a UBS Kwarãy Djekupé, na aldeia Jaraguá, zona Norte, ambas de etnia Guarani. As duas estão inseridas em todas as iniciativas e ações em saúde comuns à rede municipal, da saúde do idoso à saúde bucal, da mulher, da criança e do adolescente.
As estratégias para facilitar o acesso ao atendimento envolvem ações integradas e personalizadas. O que distingue as UBSis é justamente a presença das equipes multidisciplinares voltadas à saúde indígena, que têm membros da aldeia entre os trabalhadores, além de outros profissionais, como médicos e enfermeiros especializados.
Agentes de saúde indígenas e outros profissionais realizam visitas constantes às famílias, grupos voltados aos vários públicos e demandas em saúde, ações ambientais, de vacinação (as mais recentes são as campanhas contra gripe, com mais de 700 pessoas imunizadas, e contra a dengue, para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com mais de 100 doses aplicadas) e também voltadas aos animais de estimação dos aldeados (por meio da Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico, Cosap) fazem parte da rotina das ações nas aldeias.
Outro aspecto importante é que, seguindo a determinação sobre a participação dos povos originários nas decisões que afetam seu modo de vida e sua saúde, as atividades desenvolvidas nas UBSs indígenas são discutidas com os líderes das aldeias. Esse contato dos profissionais de saúde com as lideranças proporciona uma maior interação com a população local e leva a um maior conhecimento das especificidades da cultura desse povo, resultando em melhorias no atendimento à saúde.
Sobre as aldeias
Na terra indígena Jaraguá, onde estão as aldeias Pyau, Itakupe, Yvy Porã, Ita Endy, Ita Vera e Ytu, na zona Norte, vivem 750 pessoas. A Tenondé Porã, que abrange a região de Parelheiros, no extremo Sul, conta com oito aldeias (Tenonde Porã, Krukutu, Guyrapaju, Kalipety, Yrexakã, Kuaray Rexakã, Tape Mir? e Tekoa Porã), uma população de cerca de 1.400 pessoas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 foi apontada uma população de 1,7 milhão de pessoas em 305 etnias no país, cerca de metade delas vivendo em reservas e aldeias. Em meio a 11,4 milhões de habitantes, São Paulo é o quarto município com a maior população indígena no Brasil, sendo 19.777 pessoas autodeclaradas indígenas vivendo no contexto urbano e em aldeias, ainda de acordo com o Censo 2022.