Diadema promove formação antirracista para professores da rede municipal

Curso vai até julho e é organizado pela Secretaria de Educação em parceria com a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CREPPIR) e o Fórum de Promoção da Igualdade Racial Benedita da Silva

  • Data: 22/03/2024 13:03
  • Alterado: 22/03/2024 13:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: PMD
Diadema promove formação antirracista para professores da rede municipal

Crédito:Mauro Pedroso

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A Secretaria de Educação de Diadema, em parceria com a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CREPPIR) e com o Fórum de Promoção da Igualdade Racial Benedita da Silva, estão promovendo a formação “Construindo pontes: uma jornada de formações antirracistas para educadores”. A capacitação é direcionada a professores, coordenadores e diretores da rede municipal de ensino, com foco na temática das relações étnico-raciais.

A abertura ocorreu nesta quarta (20) no auditório do Centro de Formação Profª Lisete Arelaro. O curso ocorrerá quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, das 19h às 21h, entre os meses de março e julho, e tem como objetivo ajudar os educadores a construir repertório nas temáticas relacionadas à educação para as relações étnico-raciais (ERER), por meio do acesso à história de luta do movimento negro brasileiro e da organização dos movimentos em Diadema.

As aulas serão ministradas por vários formadores no tema, entre eles o Prof. Dr. Acácio Almeida Santos, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC); Márcia Damasceno, coordenadora da CREPPIR; e Wilson Levy, ativista racial e membro de vários coletivos do movimento negro em Diadema.

“O curso une o conhecimento acadêmico com a experiência dos movimentos sociais, trazendo essa vivência para os professores da nossa rede. Será uma grande oportunidade para compartilhar saberes e iniciativas tidas como referência antirracista em Diadema”, explica Vivian Viegas, coordenadora do Programa Diadema de Dandara e Piatã.

A cidade está entre os seis municípios do Brasil que implementa de forma efetiva a Lei 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação pública e privada brasileira. É o que constatou a pesquisa realizada pelo Geledés Instituto da Mulher Negra e Instituto Alana, divulgada em 20 de fevereiro.

A vice-prefeita Patty Ferreira comemorou a oportunidade de discutir igualdade racial e cultura preta com os professores da rede. “É um sonho poder ensinar aos jovens a nossa cultura, história e ancestralidade. É preciso criar cada vez mais políticas públicas para essa população preta e parda, que representa mais de 50% dos habitantes de Diadema, de acordo com o Censo”, relatou.

Márcia Damasceno acrescentou que o reconhecimento como cidade antirracista se deu graças ao trabalho conjunto entre o poder público e entidades da sociedade civil. “Não podemos deixar a causa esmorecer. Durante esta formação, vamos trocar muitas ideias e fortalecer ainda mais essa união.”

O Prof. Dr. Acácio Almeida Santos, em sua aula inaugural, destacou que é preciso construir um novo projeto de sociedade. “Queremos sonhar e construir com os jovens e crianças uma nova sociedade. A lei 10.639 ainda não foi implementada em todos os municípios, e em muitos é apenas mais um feriado, por isso temos um longo caminho a percorrer”, destacou.

“É preciso colocar mais jovens pretos nas universidades do que nas penitenciárias. É por isso que entendo a educação como um projeto político, porque só assim ela vai poder transformar vidas.”

O curso será presencial e terá carga horária total de 30 horas, que serão distribuídas da seguinte forma: 20 horas divididas em 10 encontros de aulas expositivas e dialógicas, e 10 horas destinadas à realização de tarefa obrigatória (propostas de vivências). Os certificados serão disponibilizados digitalmente apenas para os participantes que alcançarem o mínimo de 75% de frequência e realizarem a tarefa obrigatória.

Confira a programação

TEMAS*

20/03/2024 – Aula Magna com Prof. Dr. Acácio Almeida Santos
03/04/2024 – Conhecendo o continente africano e suas contribuições tecnológicas
17/04/2024 – Racismo estrutural e branquitude
24/04/2024 – Desafio das mulheres negras
08/05/2024 – Leis antirracistas
15/05/2024 – História e luta do movimento negro
22/05/2024 – Conhecendo os povos tradicionais de matrizes africanas
05/06/2024 – Descolonizar a prática racista
19/06/2024 – Valorização da estética e corpos negros
03/07/2024 – As políticas de ações afirmativas

*Os temas podem sofrer alterações de datas previamente comunicadas

Local da formação: Auditório do Centro de Formação Lisete Arelaro
Av. Alda 831, Centro – Diadema

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  • Data: 22/03/2024 01:03
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