Esquerda quer poder absoluto e roubar a liberdade, diz Bolsonaro na Argentina
Ex-presidente brasileiro diz que vitória de Javier Milei tem forte significado para todo o mundo
- Data: 09/12/2023 10:12
- Alterado: 09/12/2023 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: Folhapress
Javier Milei, presidente eleito da Argentina, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante encontro em Buenos Aires, na Argentina, nesta sexta (8)
Crédito:Reprodução/Instagram
Em viagem à Argentina para acompanhar a posse de Javier Milei como novo presidente, Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a vitória do ultraliberal contra o peronista Sergio Massa tem forte simbolismo uma vez que o mundo está “muito dividido” entre a esquerda e a direita. E líderes de esquerda, emenda, querem o “poder absoluto” para “roubar a liberdade”.
Bolsonaro desembarcou nesta quinta-feira (7) na Argentina, onde deve receber tratamento de chefe de Estado na posse. Ele se reuniu com Milei nesta sexta e afirmou que teve uma conversa “entre amigos” com o ultraliberal. Depois, em entrevista ao canal televisivo LN+, voltou a elogiar o argentino e disparou ataques à esquerda.
“Quando alguns falavam para mim que devemos dialogar com os radicais da esquerda eu pergunto: em qual país da esquerda, radicais, eles dialogam com o outro lado? Não conversam”, disse Bolsonaro.
Questionado sobre acusações de que endossa o nazismo ou políticas de ultradireita, Bolsonaro recorreu a mantra adotado por Milei durante a corrida eleitoral: a de que políticos autoritários buscam mais controle estatal. “Quando se fala em fascismo, é o Estado. E eu diminuí o peso do Estado no Brasil. Eu desburocratizei muita coisa”, disse o ex-presidente brasileiro.
Eduardo Bolsonaro, seu filho e deputado federal pelo PL-SP, acrescentou que o pai “foi contra a casta”. Ao longo da campanha, Milei disse ser contra o que chama de “casta política” há muitos anos no poder. O ultraliberal conseguiu, assim, atrair o eleitor irritado com o peronismo e o kirchnerismo.
Mais cedo, o ex-presidente deu uma entrevista ao jornalista argentino Eduardo Feinmann na rádio Mitre, do grupo Clarín. Ele alfinetou bancos e sindicatos brasileiros, voltou a criticar as urnas eletrônicas no Brasil e fez um raro elogio ao ditador venezuelano Nicolás Maduro pelos votos impressos no plebiscito sobre a anexação de Essequibo, parte do território da Guiana.
Bolsonaro tem usado a visita para tentar demonstrar força, já que é seu primeiro grande evento político desde que deixou o Palácio do Planalto após uma série de derrotas judiciais. Seus assessores descreveram o encontro desta sexta com Milei como “espetacular”.
Bolsonaro se reuniu também com o ex-presidente argentino Mauricio Macri em outro hotel onde está hospedado. O direitista saiu derrotado nas urnas com sua coalizão Juntos pela Mudança, mas agora tem tido protagonismo na formação do novo governo, já que pode garantir sua governabilidade entre congressistas e governadores.