Brasil já garante melhor campanha da história em todos os parâmetros
Um dia antes do fim das disputas em Santiago, país chegou a 332 pódios: 151 ouros, 92 pratas e 89 bronzes, e superou todas as marcas de Lima 2019. Digital do Bolsa Atleta está em 97,89% das conquistas
- Data: 26/11/2023 11:11
- Alterado: 26/11/2023 11:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Secom/PR
Douglas Magno / CPB
Crédito:Futebol de cegos mantém a trajetória de excelência. O time que já era pentacampeão em Jogos Paralímpicos agora é penta também no continente.
Melhor campanha da história! Antes mesmo do fim dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, o Brasil já estabeleceu novas marcas de ouros conquistados e de total de medalhas. Neste sábado (25.11), penúltimo dia de competições no Chile, o país somou mais 45 medalhas e chegou a 332. São 151 ouros, 92 pratas e 89 bronzes.
Com isso, a delegação supera os sarrafos estabelecidos em Lima 2019, quando terminou com 308 medalhas: 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes. O país ainda disputa medalhas no parabadminton e no ciclismo de estrada neste domingo, as duas modalidades que encerram o Parapan de Santiago, e não pode ser alcançado nem de perto na liderança do quadro geral de medalhas.
Para se ter uma ideia: os 151 ouros do Brasil são quase equivalentes ao total de medalhas dos Estados Unidos, que estão em segundo lugar e somam 156 pódios. Seria preciso somar os ouros de Estados Unidos, Colômbia, México e Argentina para igualar os do Brasil.
BOLSTA ATLETA ONIPRESENTE – Das 332 medalhas conquistadas pelo país, 325 tiveram a digital do Bolsa Atleta, ou seja, contaram com pelo menos um integrantes do programa de patrocínio individual do Governo Federal: 97,89% do total de medalhas.
BADMINTON – Os atletas brasileiros do badminton não deixaram dúvidas sobre sua força nos Jogos Parapan, neste sábado (25.11), na capital chilena. Foram 13 medalhas para o Brasil das 24 em disputa no primeiro dia de competições. A delegação somou 6 ouros, 4 pratas e 3 bronzes. Dos 17 atletas que conquistaram medalhas, sendo quatro duplas, 16 são apoiados pelo Bolsa Atleta.
Vitor Tavares, que vai disputar a final neste domingo (25), resumiu o sentimento geral: “Estamos com uma delegação enorme e a gente vai voltar para casa com um caminhão de medalhas. Hoje, por exemplo, tivemos muitas finais disputadas entre atletas brasileiros”. O destaque do dia veio da classe SL3, onde o pódio foi totalmente verde e amarelo. Maria Abinaecia garantiu o ouro ao vencer a compatriota Kauana Beckenkamp por 2 sets a 0, enquanto Adriane Avila ficou com a medalha de bronze.
A classe SL4 viu outra dobradinha brasileira, com Ana Carolina conquistando o ouro ao derrotar Edwarda Oliveira por 2 sets a 1. “Essa medalha foi sonhada desde quando comecei na modalidade. Desde 2019. Isso para mim só ficava em sonho. Mas ver que foi realidade é glorificante, um mix de emoções. Estou muito nervosa ainda”, emocionou-se Ana Carolina. “Ninguém deve desistir do que quer e almeja. Se você tiver determinação, vai acontecer”, completou a jogadora.
Em outra final brasileira, a dupla formada por Júlio Cesar e Marcelo Conceição conquistou a medalha de ouro na classe WH1-WH2 ao superar Edmar Francisco e Rodolfo Renato por 2 sets a 0. O Brasil continuou a brilhar no masculino, com Rogério Júnior assegurando a medalha de ouro na classe SL4, ao vencer o mexicano Maximiliano Ávila por 2 sets a 0. Breno Eduardo, também representando o Brasil, ficou com a medalha de bronze após vencer o canadense Pascal Lapointe por 2 sets a 0.
Na classe SU5, os atletas brasileiros Mikaela Almeida e Yuki Roberto Rodrigues garantiram o ouro, vencendo suas respectivas partidas. Mikaela Almeida superou a peruana Diana Golac por 2 sets a 0, enquanto Yuki Roberto Rodrigues derrotou o cubano Manuel Alejandro pelo mesmo placar. “Ser bicampeã parapan-americana era um dos meus maiores sonhos. Estou muito feliz por conseguir. Tenho todo o apoio por meio do Bolsa Atleta, que garantiu mais uma medalha para o Brasil”, disse Mikaela. No cenário de duplas femininas WH1-WH2, o Brasil conquistou a medalha de prata com Ana Gomes e Daniele Souza, e o bronze com Maria Gilda e Auricelia Evangelista.
PENTA NO FUTEBOL DE CEGOS – O Brasil é pentacampeão parapan-americano no futebol de cegos. A seleção venceu a Colômbia por 1 x 0 neste sábado e garantiu o quinto título consecutivo na maior competição das Américas. Ricardinho marcou o gol brasileiro e garantiu a manutenção da hegemonia verde e amarela. No cenário internacional, a modalidade é amplamente dominada pelo Brasil. Desde 2004, nos Jogos Paralímpicos de Atenas (Grécia), quando o futebol de cegos passou a fazer parte do programa paralímpico, 100% dos ouros foram conquistados pelo Brasil. São cinco títulos consecutivos, assim como no Parapan.
PENTA NO FUTEBOL PC – No futebol PC (paralisados cerebrais), o Brasil também conseguiu a medalha de ouro, após vencer a Argentina por 1 x 0. Ubirajara foi expulso aos 10 minutos da partida, que terminou em 0 x 0 e foi para a prorrogação. Cesar marcou o gol do título, nos acréscimos da primeira etapa do tempo extra. A Seleção também garantiu o pentacampeonato parapan-americano na modalidade.
BOCHA EM PARIS – Na disputa por equipes BC1/BC2 (com opção de auxílio e sem auxílio) de bocha, o Brasil derrotou o Canadá por 8 a 2 e conquistou a medalha de ouro. De quebra, a Seleção garantiu vaga nos Jogos Paralímpicos de 2024, em Paris. A pernambucana Andreza Vitória, o potiguar Iuri Saraiva e o cearense Maciel Santos foram os representantes do país no título conquistado na capital chilena. “Estou muito feliz por representar bem o Brasil no Parapan e Paris que nos espere. É um orgulho enorme, com 20 anos de idade, já ser campeão em equipe. Eles (Andreza e Maciel) são muito importantes para mim”, destacou Iuri Saraiva.
ADEUS COM RECORDES – O atletismo teve o último dia de disputas nos Jogos Parapan-Americanos com mais 21 medalhas para o Brasil, sendo 10 de ouro, 10 de prata e 1 de bronze. A delegação brasileira terminou a competição com 83 pódios: 34 ouros, 27 pratas e 22 bronzes, na liderança do quadro de medalhas da modalidade.
O paraibano Cícero Nobre (classe F57 – atletas que competem sentados) e o catarinense Edenílson Floriani (classe F42 – deficiência nos membros inferiores) conquistaram o ouro e estabeleceram as novas melhores marcas do continente no lançamento de dardo. Cícero lançou a 49,87m para superar o antigo recorde de 44,65m, enquanto Edenílson marcou 60,79m quebrando a marca de 59,19m.
Com o tempo de 10s34, o paraibano Petrúcio Ferreira faturou o ouro nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores) e estabeleceu o novo recorde da competição: 10s34 – a antiga marca era dele mesmo, de 10s39. O velocista campeão paralímpico e mundial manteve a hegemonia de quase oito anos na prova. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, Petrúcio vence esta disputa em grandes competições internacionais contra atletas da sua classe.
PERFIL DA DELEGAÇÃO – Para esta edição, a delegação conta com 324 atletas: 190 homens e 134 mulheres, de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.