Lula diz que falhas do 1º ano de governo não podem se repetir em 2024
Sem citar nomes, também disse que agora o governo sabe como atuam os adversários de seu governo
- Data: 03/11/2023 12:11
- Alterado: 03/11/2023 12:11
- Autor: RedaçãoABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Presidente Lula
Crédito:Marcelo Camargo / Agência Brasil
O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (PT) que os erros cometidos pelo governo federal no primeiro ano de seu mandato não podem se repetir no segundo.
Sem citar nomes, também disse que agora o governo sabe como atuam os adversários de seu governo.
“Toda e qualquer falha que a gente tenha percebido nesse primeiro ano não poderá se repetir no segundo ano. É como se fôssemos aqui o técnico de futebol, vocês são o time.”
“Nós entramos em campo, vimos como o adversário joga, a tática, a estratégia. Agora estamos no intervalo e vamos elaborar a nossa estratégia para o próximo período”, afirmou o presidente.
A declaração aconteceu na manhã desta sexta-feira (3), durante reunião com os ministros da área de infraestrutura do governo federal. Também participaram o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o chefe da Casa Civil. Rui Costa.
Lula afirmou que pretende realizar outras duas reuniões “setoriais” com os ministros das áreas de serviços e social. E depois fará um grande balanço em uma reunião geral, com todo o seu ministério.
“Quero fazer uma reunião separada dos ministros de infraestrutura, quero fazer dos ministros de serviços, depois dos ministros da área social. Depois vamos ter que fazer uma reunião de final de ano, em que a gente vai fazer um balanço daquilo que foi o trabalho de cada um de vocês”, afirmou.
O mandatário não especificou quais foram os erros cometidos em 2023. Nas reuniões ministeriais anteriores, Lula apontou diversos erros na área de comunicação do seu governo, com ministros fazendo anúncios de forma descoordenada com a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República).
Lula afirmou que não quer “propostas de ministros”, mas de governo. Em um tom mais duro, sem citar nomes, pediu que os titulares da pasta que sejam autores de alguma “genialidade” as apresentem para recebam o trâmite adequado dentro do governo antes de as tornarem públicas.
“Não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo, e só será transformada em proposta de governo quando todo mundo souber o que vai ser decidido”, afirmou o presidente.
Na reunião, o presidente também não deixou claro quem seriam os “adversários” que o governo agora conhece a forma de atuação.
O ano de 2023 acabou marcado por uma aproximação do governo com o centrão na Câmara dos Deputados, após algumas derrotas no parlamentar, em particular a derrubada do decreto do saneamento. Lula demitiu ministras de sua “cota pessoal” e abriu espaço para indicados e aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lula demitiu as ministras do Turismo, Daniela Carneiro, e também do Esporte, Ana Moser.
Entraram no Turismo Celso Sabino (União Brasil); no Esporte, André Fufuca (PP); e Silvio Costa Filho (Republicanos) na pasta dos Portos e Aeroportos.
O presidente ainda acrescentou que pretende viajar o país para inaugurar uma série de obras. Em 2024, serão realizadas as eleições municipais, onde o governo pretende eleger aliados, em particular nas principais capitais do país.
As grandes apostas do governo nesta área são as obras do Novo PAC e as ações relacionadas com o programa Minha Casa Minha Vida.
O Novo PAC foi lançado em agosto, em um grande evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de praticamente todos os ministros, governadores e muitos parlamentares. O investimento previsto é de R$ 1,7 trilhão.
Como a Folha mostrou, quase metade da lista de 12,5 mil obras divulgada pelo governo no lançamento do programa é composta por promessas ressuscitadas das versões anteriores do plano.
Ao menos 5.319 ações (43%) correspondem à retomada de empreendimentos formalmente paralisados ou finalização de projetos inacabados dos pacotes promovidos em 2007 e 2011, durante gestões do PT.