Diadema apresenta ações de acompanhamento de áreas contaminadas em evento estadual

Metodologia de vigilância ambiental foi construída desde 2008 e permite antecipar políticas públicas para proteger a saúde humana

  • Data: 24/08/2023 19:08
  • Alterado: 24/08/2023 19:08
  • Autor: Renata Nascimento
  • Fonte: PMD
Diadema apresenta ações de acompanhamento de áreas contaminadas em evento estadual

Crédito:Igor Andrade Cotrim/PMD

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A enfermeira sanitarista e técnica da Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em Diadema, Flávia Prado Corrallo, representou o município no 1º Encontro Técnico em Saúde Ambiental do Estado, realizado on-line nesta terça-feira (22/08). O evento reuniu técnicos de municípios de todo o Estado para compartilhar políticas públicas desenvolvidas na área.

O trabalho desenvolvido na cidade apresenta as ações realizadas em vigilância ambiental em áreas declaradas contaminadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), visando reduzir o risco à saúde da população. “Acreditamos que fazer a caracterização e acompanhamento das áreas contaminadas faz com que possamos identificar possíveis riscos à saúde humana, desenvolver ações específicas de proteção e promoção à saúde e, quando pertinente, acionarmos outras instituições. Isso faz com que possamos nos antecipar na proteção da saúde das pessoas”, explica Flávia.

Atualmente, Diadema possui 69 áreas classificadas como contaminadas reconhecidas pela Cetesb. Dessas, 27,6% estão reabilitadas para uso declarado (risco aceitável à saúde humana de acordo com a legislação); 19% em processo de monitoramento para encerramento; 19% em processo de remediação; 17% em risco confirmado; 16% sob investigação e 1,4% em processo de reutilização.

A identificação e o monitoramento de poços profundos também é uma das ações desenvolvidas e, em caso de uso para consumo humano, todos os poços identificados no entorno são obrigados a realizar análises de potabilidade para determinadas substâncias químicas conforme a Portaria GM/MS nº 888/2021 que define esses padrões.

Dentre as substâncias encontradas no monitoramento da Cetesb, estão os derivados de petróleo, solventes, metais e PCB (Bifenilas Policloradas, um tipo de compostos orgânicos sintéticos usados na indústria). Além disso, a avaliação do entorno prevê um raio de 200m a 500 metros das áreas contaminadas, de acordo com cada caso.

De acordo com o estudo, o monitoramento das mudanças no território, como construção de moradias, implantação ou desativação de empresas e acidentes, por exemplo, precisa ser contínuo e articulado com todas as áreas envolvidas. A análise de áreas do entorno e avaliação constante dos processos de trabalho, além de novas metodologias e estratégias são importantes para diminuir os riscos ao ambiente e à saúde da população.

“Nossa publicação é inovadora para o SUS e sua importância está em acompanhar as mudanças do território, dos possíveis riscos à saúde humana quanto ao uso de água subterrânea para consumo humano no entorno e para sabermos quantas pessoas e instituições podem estar em risco em caso de acidentes/desastres”, destaca a sanitarista. Flávia ainda ressalta a necessidade de implementar as geotecnologias na prática do SUS para auxiliar nesse processo e a discussão regionalizada para desenvolver ações mútuas.

Reconhecimento

A metodologia recebeu menção honrosa na 16ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (EXPOEPI-2019) e publicada no Boletim Epidemiológico Paulista (BEPA) de fevereiro de 2021. O trabalho está disponível em https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/35057/33534.

A Vigilância Ambiental é um dos braços de atuação do Departamento de Vigilância em Saúde, ligado à Secretaria Municipal da Saúde.

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  • Data: 24/08/2023 07:08
  • Alterado:24/08/2023 19:08
  • Autor: Renata Nascimento
  • Fonte: PMD









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