Campos Neto defende autonomia do Banco Central em palestra nos EUA

Presidente do BC disse que pretende lançar moeda digital até 2025

  • Data: 07/02/2023 17:02
  • Alterado: 07/02/2023 17:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil
Campos Neto defende autonomia do Banco Central em palestra nos EUA

Brasília, 01/10/2020. Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Crédito:Reprodução

Você está em:

A independência do Banco Central (BC) é importante para que o país pague menos juros, disse hoje (7) o presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Em palestra transmitida pela internet em Miami, Estados Unidos, ele declarou que a autonomia do órgão, que vigora desde o ano passado, teve como principal ganho desvincular a atuação da autoridade monetária dos ciclos políticos.

“A principal razão, no caso da autonomia do Banco Central, é que desconecta o ciclo da política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes durações e interesses. Quanto mais independente você é, mais eficaz você é, menos o país pagará em termos de custo de ineficiência da política monetária”, declarou Campos Neto durante o evento 2023 Milken South Florida Dialogues, que trata de inovações digitais.

Segundo Campos Neto, a autonomia do BC permite a construção de agendas que ultrapassam interesses de determinado governo. Ele citou inovações como o Pix e o open finance (compartilhamento autorizado de dados entre instituições financeiras) como legados da gestão do ex-presidente do BC Ilan Goldfajn, atual presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que estava no evento.

“Ilan está aqui. Começou um grande trabalho, falando sobre inovação. Então cheguei lá [no Banco Central], a pressão era muito grande, porque ele fez um trabalho maravilhoso e pensei. Como posso melhorar o que foi feito?”, disse.

As falas de Campos Neto ocorrem após várias críticas públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do BC e aos juros altos. Ontem (6), durante a posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, Lula classificou de injustificável a manutenção da Taxa Selic – juros básicos da economia – em 13,75% ao ano.

“Se a classe empresarial não se manifestar, se acharem que vocês estão felizes com uma taxa de 13,5% [na verdade 13,75% ao ano], eles não vão abaixar os juros. Não existe nenhuma justificativa para que a taxa de juros esteja nesse patamar. É uma vergonha a taxa e a explicação que deram para a sociedade”, declarou Lula em discurso.

Compartilhar:

  • Data: 07/02/2023 05:02
  • Alterado:07/02/2023 17:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados