Reunião do Copom começa com a sessão de análise de conjuntura e Lula faz críticas

Presidente da República volta a atacar taxa de juros e diz que vai continuar "tentando brigar" para que haja uma redução nos juros brasileiros

  • Data: 21/03/2023 12:03
  • Alterado: 21/03/2023 12:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Reunião do Copom começa com a sessão de análise de conjuntura e Lula faz críticas

Crédito:Gonçalves/Brasil247

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A segunda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 2023 começou na manhã desta terça-feira, 21, às 10h05, com a sessão da análise de conjuntura, parte inicial da reunião, em que o grupo revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic. A discussão sobre a conjuntura se estende pela tarde de hoje e pela manhã da quarta-feira, 22.

Na mesma quarta à tarde, ocorre a segunda parte do encontro, quando o colegiado define o nível da Selic, que é anunciado a partir de 18h30.

Os 45 analistas de mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast Projeções na última semana preveem de forma unânime manutenção da taxa Selic em 13,75% nesta reunião.

Com a previsão o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a atacar o patamar dos juros no País e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista ao vivo à TV 247, Lula afirmou que é “irresponsabilidade” da autoridade monetária manter os juros em 13,75% ao ano e disse achar que Campos Neto não tem compromisso com a lei que determinou a autonomia do BC.

Para Lula, só o sistema financeiro concorda com esse nível de juros. “Não há nenhuma razão, nenhuma explicação, nenhuma lógica só quem concorda com juros alto é o sistema financeiro, que sobrevive e vive disso. E ganha muito dinheiro com as especulações. Mas as pessoas sérias que trabalham, os empresários que investem, sabem que não está correto”, disse o presidente aos jornalistas.

Hoje, o Copom mira os anos de 2023 e – com maior peso – 2024 em sua estratégia de convergência da inflação à meta. Desde a virada do ano, as expectativas para esses horizontes e para prazos mais longos estão em uma escalada devido a preocupações fiscais e com a meta de inflação. O BC já descumpriu seu mandato de controle de preços em 2021 e 2022 e vai pelo mesmo caminho para 2023, conforme a estimativa mediana do Boletim Focus.

Das 45 instituições consultadas pelo Broadcast Projeções, 30 esperam o início do ciclo de cortes da Selic ainda em 2023, sendo seis já no segundo trimestre, 13 no terceiro e 11 no quarto.

As 15 demais instituições esperam cortes só em 2024. A mediana agora indica juros em 12,5% no fim de 2023, ante 12,75% no levantamento realizado após a ata da reunião de fevereiro. A estimativa intermediária para o fim de 2024 avançou de 10,13% para 10,25%, e, para o fim de 2025, recuou de 10,13% para 9,0%.

Lula disse que vai continuar “batendo” e “tentando brigar” para que haja uma redução nos juros brasileiros que, segundo ele, não estão embasados por razão, explicação ou lógica.

“Eu sei que agora não tá fácil (fazer economia crescer). Não está fácil no mundo, não está fácil no Brasil, na América do Sul na América Latina, nos Estados Unidos Mas eu acho que precisamos fazer as coisas que têm que ser feitas para a economia voltar a crescer”, disse Lula durante a entrevista ao vivo à TV 247. “Precisamos estabelecer uma política de financiamento. Com os poucos recursos que nós temos, temos que fazer com que PPP volte a funcionar e incentivar a construção de PPP, voltando a parceria entre setor público e setor privado. Precisamos fazer muito crédito mesmo”, afirmou.

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  • Data: 21/03/2023 12:03
  • Alterado:21/03/2023 12:03
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