Vitória do governo no STF tem efeito incerto, apontam especialistas
Decisão de que empresas não podem continuar abatendo, no recolhimento de tributos federais, os benefícios de ICMS dados pelos Estados chegou a ser anulada por Mendonça
- Data: 05/05/2023 19:05
- Alterado: 05/05/2023 19:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O ministro da Justiça, André Mendonça, durante solenidade de Ação de Graças, no Palácio do Planalto.
Crédito:Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), de revogar uma liminar que suspendia um julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) favorável à arrecadação do governo representa uma vitória para a União. Porém, seus efeitos fiscais são incertos, comentam os economistas da Warren Rena Felipe Salto, economista-chefe da casa, Josué Pellegrini e Fernanda Castro.
Tomada por unanimidade na primeira seção do STJ, a decisão de que empresas não podem continuar abatendo, no recolhimento de tributos federais, os benefícios de ICMS dados pelos Estados chegou a ser anulada por Mendonça. O ministro do Supremo, porém, revogou a sua própria liminar, atendendo a pedido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A decisão é importante no plano do Ministério da Fazenda de recompor receitas para entregar as metas prometidas no arcabouço fiscal que foi proposto pela equipe econômica.
O potencial
Segundo cálculos da Warren, a medida, no melhor dos cenários, tem potencial arrecadatório de R$ 42 bilhões à União. É um volume considerado expressivo, mas que não produz necessariamente uma expectativa imediata de arrecadação.
Isso porque, comentam os economistas, a reoneração das empresas pode levar a retornos menores, limitando os ganhos de arrecadação. Adicionalmente, eles apontam a possibilidade de mobilização das empresas por mudanças na legislação estadual contra a medida. Não se pode descartar também a chance de benefícios vigentes se tornarem crédito presumido, que seguirá tendo tratamento diferenciado.