Poupar ou investir? Eis a questão

A pergunta parece simples, mas determina a rentabilidade que o investidor pode acumular ao longo do tempo; é preciso adotar uma mentalidade de investimento

  • Data: 27/05/2023 18:05
  • Alterado: 27/05/2023 18:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: Jorge Castelar
Poupar ou investir? Eis a questão

Business concept. Business people discussing the charts and graphs showing the results of their successful teamwork. Selective focus.

Crédito:Divulgação/Freepick

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Uma coisa é poupar. Outra, investir. Por falta de informação ou medo de arriscar outro tipo de investimento, muitos brasileiros continuam deixando suas reservas financeiras na boa e velha caderneta. Com a taxa Selic mantida em 13,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central – patamar em que deve permanecer por mais alguns meses – a perda de rentabilidade de quem ainda opta pela poupança é bastante significativa.

De acordo com o relatório “Raio X do Investidor 2022”, da Anbima, um terço dos brasileiros investe em produtos financeiros, com destaque para as classes A e B, e a poupança segue como a opção preferida, com aplicações de 23% da população. Detalhe: a caderneta oferece ganho de 6,17% ao ano + Taxa Referencial: rendimento, portanto, de 3,37% no acumulado até maio de 2023. Uma pequena fortuna que poderia dar ótimos “frutos”.

De acordo com os especialistas, o valor médio aplicado na poupança, por investidor, nos últimos 12 meses, é de R$ 3.982,76. Se mantivesse os recursos na caderneta por mais 12 meses, ele teria um ganho de R$ 330, saindo com um total de R$ 4.312,76 ao fim do período.

Mas se o destino do dinheiro fosse um título público como o Tesouro Selic, o mesmo montante teria rendimento de R$ 455,93 – e a pessoa receberia na conta R$ 4.438,69 depois de 12 meses, já descontando os impostos. Ou seja, com a inflação global se mostrando teimosamente difícil de mudar, colocar seu dinheiro em poupança não parece a melhor estratégia de longo prazo. Se a ideia é ver o dinheiro se multiplicando, é preciso adotar uma mentalidade de investimento.

É importante ressaltar que, para investir bem, é necessário pesquisar outras maneiras de aumentar a rentabilidade ao longo do tempo. O caminho é colocar o dinheiro para trabalhar a nosso favor – comprar ativos agora, na expectativa de que valor aumente durante o tempo que estiverem com os investidores. Às vezes, investir pode exigir paciência. Os riscos podem ser maiores, mas os ganhos acompanham.

No entanto, na maior parte da América Latina, as pessoas são geralmente consideradas poupadoras, e não investidoras. A desvantagem de economizar dinheiro no longo prazo é que a inflação corrói o valor das economias. A inflação torna as coisas mais caras, o que significa que o dinheiro vale menos do que costumava valer, a menos que os juros permaneçam acima da taxa de inflação. E já vimos aqui, pelos cálculos, que a poupança falha nessa missão.

Muita gente tinha o costume de comprar dólar para proteger os recursos da inflação. Os Estados Unidos, porém, também têm enfrentado problemas para controlar a subida de preços e os juros podem ainda aumentar mais. Como resultado, comprar dólares não é mais o hedge (segurança) contra a inflação, e o poder de compra desses dólares economizados com muito esforço diminuiu com o tempo. Ninguém gosta de perder dinheiro, mas a dura verdade é que manter suas economias em dinheiro, ou usá-las para comprar dólares, significa que elas estão ficando cada vez menores a cada ano.

A primeira regra para quem quer colocar em dia a “vida de investidor’ é optar por ativos que aumentarão de valor ao longo do tempo. Mas há outro elemento importante para garantir que o dinheiro renda – o efeito dos juros compostos. Albert Einstein disse que os juros compostos são “a força mais poderosa do universo e a maior invenção da humanidade, porque permitem uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”. E ele tinha razão.

Com o processo, é possível receber juros sobre os juros já ganhos. Mas a melhor maneira de pensar sobre isso é comparando o cálculo com uma bola de neve: quanto mais a bola de neve rola ladeira abaixo, maior ela fica.

Uma alternativa de investimento que pode ser levado em conta são os imóveis. Por meio de plataformas especializadas no setor, as chamadas “Proptechs”, hoje em dia não é mais necessário ter enormes quantias de dinheiro para investir em imóveis, o que é uma boa notícia também para quem está começando. É possível aplicar valores menores, que cabem no bolso, em projetos imobiliários dos quais, de outra forma, esses pequenos investidores não conseguiriam participar.

Quem investe US$ 10 mil em projetos imobiliários residenciais em uma dessas plataformas, por exemplo, pode alcançar um rendimento de aluguéis estimado de 8%. Em vez de gastar os US$ 800 de rendimento, após o primeiro ano, a pessoa pode reinvestir esse dinheiro em mais projetos. No segundo ano, obterá retorno sobre o dinheiro reinvestido, além do retorno sobre o capital.

Aqui é mais um caso da “magia” dos juros compostos. Mesmo pequenas quantias reinvestidas podem ter um impacto significativo ao longo do tempo. Quanto mais se investir – e reinvestir – maiores serão os retornos potenciais futuros. É uma ótima maneira de aumentar o valor do investimento sem fazer nada.

O mercado imobiliário é uma opção fácil de entender, já que os imóveis sempre foram garantia de segurança e bons rendimentos – bens que passam de pai para filho. É um dos caminhos mais confiáveis, quando se trata de colocar o dinheiro para trabalhar a longo prazo, graças à combinação de valorização de ativos e rendimentos de aluguéis.

O próximo passo: fazer as contas para saber qual será o valor do próximo investimento.

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  • Data: 27/05/2023 06:05
  • Alterado:27/05/2023 18:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: Jorge Castelar









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