Já são 110 mil unidades – Conexão com a demanda
Com novos adereços e central multimídia mais conectada, Kwid Outsider é o novo topo de linha do subcompacto da Renault
- Data: 24/05/2019 15:05
- Alterado: 24/05/2019 15:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix
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Desde que foi lançado no Brasil, em agosto de 2017, o Kwid não para de surpreender. Logo tornou-se o Renault mais vendido do país – passou a vender 50% a mais que o antigo líder da marca, o Sandero – e encerrou 2018 como o sétimo carro mais emplacado do Brasil, com média de 5.610 unidades mensais. Em 2019, o Kwid pulou para a quinta posição do ranking, com as 23.981 unidades emplacadas no primeiro quadrimestre. Com quase seis mil unidades vendidas por mês, ficou atrás apenas do Chevrolet Onix, do Hyundai HB20, do Ford Ka e do Chevrolet Prisma. Em abril, o Kwid vendeu 7.319 unidades e deixou para trás o sedã da Chevrolet, beliscando pela primeira vez a quarta posição do ranking. Desde o lançamento, o Kwid já vendeu mais de 110 mil unidades no Brasil. Para manter o embalo, a Renault acaba de apresentar a versão Outsider, o novo topo de linha do Kwid, que incorpora novidades de design e conectividade.
O Kwid Outsider se une às outras três versões já conhecidas pelo público – Life, Zen e Intense. A nova configuração mantém as características mais marcantes do Kwid, como a altura elevada do solo (18 centímetros) e os bons ângulos de entrada (24 graus) e de saída (40 graus), que permitiram ao veículo se encaixar na categoria dos utilitários esportivos segundo a legislação brasileira. A nova versão traz de série o Media Evolution, central multimídia da Renault, com tecnologia Android Auto e Apple CarPlay, que permite usar Spotify, Waze, Google Maps (Android Auto) e reproduzir áudios de Whatsapp na tela de sete polegadas touchscreen capacitiva, com melhor precisão do toque. Do lado de fora, o Kwid Outsider recebe skis frontal e traseiro – elementos prateados na parte inferior dos para-choques, feitos para ajudar a direcionar o fluxo de ar –, barras de teto, proteções laterais, molduras do farol de neblina e calotas na cor preta, além de vistosas adesivações com o logo “Outsider” nas portas dianteiras, abaixo dos retrovisores. Já o interior da versão apresenta novo revestimento dos bancos, com o nome da configuração bordado no encosto dos dianteiros, e detalhes alaranjados nas portas, no volante e no câmbio.
Com seus 3,68 metros de comprimento,1,58 metro de largura, 1,47 metro de altura e 2,42 metros de entre-eixos, o Kwid aparenta ser maior do que é graças à altura elevada e às formas protuberantes. A grade, ladeada por faróis alongados, remete às dos utilitários esportivos da Renault em todo o mundo. Sobre duas travessas horizontais, com elementos vazados que parecem elos de uma corrente, se apoia o logotipo losangular, que recorta a tampa do capô. Na traseira, o “estilo SUV” é ressaltado pelo revestimento preto em toda a área abaixo da tampa do porta-malas e pelo aerofólio. Ainda na traseira, um detalhe bem bolado: a lente da câmera traseira está “camuflada” no centro da logomarca da tampa do porta-malas.
O “powertrain” do Kwid Ousider traz o mesmo motor 1.0 SCe (Smart Control Efficiency) com três cilindros, 12 válvulas, duplo comando de válvulas (DOHC), acoplado à transmissão manual de 5 marchas, que move o restante da linha. Com etanol no tanque, o tricilíndrico rende 70 cavalos de potência a 5.500 rpm e torque de 9,8 kgfm a 4.250 rpm. Com gasolina, são 66 cavalos a 5.500 rpm e 9,4 kgfm a 4.250 giros. Além do indicador de troca de marchas (GSI) no quadro de instrumentos, de série em todas as versões, o Kwid traz um indicador de estilo de condução abaixo do velocímetro. Por meio de uma barra com três cores (verde, amarelo e laranja) aponta o nível de eficiência energética do veículo. Na estrada, o consumo avaliado pelo Inmetro ficou em 14,4 km/l com gasolina e 10 km/l com etanol. No uso urbano, os números são 13,8 km/l com gasolina e 9,8 km/l com etanol. Tais números renderam nota A nos testes de consumo do Inmetro.
Como em todas as versões do Kwid, na Outsider as rodas são de aço e aro 14 polegadas, mas levam calotas pretas. Permanecem como itens de série os airbags frontais e laterais, dois Isofix, predisposição para rádio, indicadores de troca de marcha e de condução, direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros dianteiros elétricos, retrovisores elétricos, faróis de neblina cromados, abertura elétrica do porta-malas e chave dobrável, além da grande novidade da configuração – a central multimídia Media Evolution com tela touchscreen de 7 polegadas integrada ao painel, agregando GPS, ligações, Bluetooth e câmera de ré. A versão Outsider do Kwid já está nas concessionárias Renault, oferecida por R$ 43.990 – R$ 2.100 acima da Intense, a antiga “top” de linha.
EXPERIÊNCIA A BORDO
Causas e efeitos
Apesar das limitações de espaço inerentes aos subcompactos, não é difícil entrar e sair do Kwid Ousider. A posição de dirigir é elevada e o espaço para quem viaja atrás é justo para duas pessoas. O design interior ressalta o aspecto rústico característico dos SUVs. Não há porta-copos, só um grande nicho à frente do câmbio para transportar os objetos que necessitam estar à mão do motorista. Todos os plásticos são rígidos e há uma ou outra rebarba aparente, mas os encaixes são corretos. Como não existe ajuste de altura do volante e do banco, a “solução” é ajeitar o banco para trás ou para a frente para achar a melhor posição possível. Os detalhes alaranjados nas portas, no volante e no câmbio deram um aspecto mais jovial ao interior do Kwid Outsider.
As travas das portas dianteiras ficam em pinos no alto das portas, abaixo do vidro. Quando se quer sair, não basta puxar a maçaneta – é necessário levantar o pino na porta ou acionar um botão na parte central do painel, sob o rádio. Os vidros frontais são elétricos, mas as janelas de trás são acionadas por manivelas e não se abrem por completo. O som não tem comandos de áudio no volante. Em termos de entretenimento e conectividade, a central multimídia Media Evolution, com tecnologia Android Auto e Apple CarPlay, é bem interativa: inclui GPS, câmera de ré e tela sensível ao toque de 7 polegadas. O compartimento de bagagem acomoda 290 litros – é pequeno, contudo não chega a fazer feio em relação à concorrência. Com o banco traseiro rebatido, chega a até 1.100 litros.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Além das medidas
A avaliação do Kwid Outsider aconteceu no para e anda dos infindáveis congestionamentos paulistanos. Embora o “espírito SUV” e o charme aventureiro dos utilitários esportivos sejam sedutores e ajudem a vender carros, quem entra no Kwid Outsider logo nota que se trata de um subcompacto urbano. A versão não apresenta nenhuma alteração no comportamento dinâmico, já que não passou por mudanças mecânicas. Apresentado em 2016 no Sandero, o motor SCe 1.0 de três cilindros e 12 válvulas é moderno, todavia perdeu alguns recursos tecnológicos quando foi ajustado para o Kwid. No Sandero 1.0, o tricilíndrico obtém 82 cavalos com etanol, enquanto no Kwid gera apenas 70 cavalos. Como o Kwid pesa apenas 806 quilos nessa versão Outsider – 20% ou exatos 205 quilos a menos que o Renault Sandero Expression 1.0, que pesa 1.011 quilos –, o subcompacto aventureiro facilita a tarefa do trem de força. Nada que se reverta em grande esportividade ou performances emocionantes. A aceleração de zero a 100 km/h do Outsider pode ser feita no mesmo tempo das outras versões: pouco instigantes 14,7 segundos.
O câmbio manual de 5 velocidades tem engates razoavelmente precisos. O ajuste mais rígido da suspensão, necessário para evitar que um carrinho com a suspensão tão elevada aderne demasiadamente nas curvas, acaba sacrificando um pouco o conforto. O Kwid “quica” um pouco. Apesar da opção pela suspensão mais rígida, as rolagens de carroceria são mais perceptíveis do que o padrão dos hatches compactos. Os pneus aro 14 são estreitos, não colaboram muito em termos de estabilidade e não há controle eletrônico de estabilidade ou de tração. Em compensação, o tamanho e a direção elétrica fazem diferença na hora de manobrar em vagas apertadas, juntamente com a câmera de ré, que é de série na versão. E os indicadores de troca de marchas e de estilo de condução estimulam um gerenciamento mais racional do combustível.
A conclusão é que, apesar de ser anunciado pela Renault – de forma bem eficiente, por sinal – como o “SUV dos compactos”, na prática, o Kwid é um subcompacto que é melhor aproveitado na cidade ou para viagens curtas, mais coerentes com a proposta urbana do modelo. Na Outsider, o apelo jovem e esportivo do Kwid é ainda mais explorado, o que provavelmente ajudará a embalar ainda mais as vendas.
FICHA TÉCNICA
Renault Kwid Outsider
Carroceria: Hatch subcompacto em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,68 metros de comprimento, 1,58 metro de largura, 1,47 metro de altura e 2,42 metros de distância de entre-eixos. Airbags frontais e laterais.
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Injeção multiponto e acelerador eletrônico. Refrigeração por circuito de água sob pressão.
Transmissão: Manual de 5 marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência: 66/70 cavalos com gasolina/etanol a 5.500 rpm.
Torque: 9,4/9,8 kgfm com gasolina/etanol a 4.250 rpm.
Diâmetro e curso: 71,0 mm X 84,1 mm.
Taxa de compressão: 11,5:1.
Velocidade máxima: 156 km/h.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos e molas helicoidais. Traseira com eixo de torção com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Rodas e pneus: Rodas de aço com calotas e pneus 165/70 R14.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. Freios ABS com EBD.
Peso: 806 kg.
Capacidade do porta-malas: 290 litros.
Tanque de combustível: 38 litros.
Produção: São José dos Pinhais (PR).
Preço: R$ 43.990.