O topo da base

Versão Black é a mais equipada do hatch de entrada Chevrolet Joy, que preserva a carroceria lançada na linha Onix de 2016

  • Data: 14/04/2020 13:04
  • Alterado: 14/04/2020 13:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix
O topo da base

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Em setembro de 2019, às vésperas da nova geração do Onix, a Chevrolet lançou o Onix Joy 2020, que passou a adotar a carroceria igual àquela que estreou na linha do hatch em julho de 2016. Semanas depois, com o lançamento da nova geração do Onix, essa única versão com carroceria de 2016 foi rebatizada apenas com o nome Joy e abandonou a nomenclatura original. Dentro das opções de configuração do Joy, o pacote de opcionais Black investe em dar um aspecto mais sofisticado ao hatch mais básico da Chevrolet. Para brigar entre os compactos mais baratos do Brasil, o Joy parte de R$ 50.150. Já a versão Black começa em R$ 50.890, ambas na cor metálica Preto Ouro Negro – a única que não encarece o preço do carro.

Com a manutenção da carroceria antiga do Onix no Joy, a Chevrolet busca melhorar a relação custo/benefício para atender a quem procura um hatch razoavelmente equipado por um preço acessível – especialmente os frotistas, compradores de grandes volumes de carros e atualmente responsáveis pela maioria das vendas da marca. Em termos estéticos, o Joy não apresenta novidades expressivas. Capô, grade, faróis, lanternas e para-choques são exatamente os mesmos apresentados na linha Onix no “facelift” de 2016. Os equipamentos de série continuam iguais: ar-condicionado, alarme, direção elétrica, travas e acionamento dos vidros frontais elétricos.

A versão “top” do Joy é a opção de acabamento Black, que agrega somente itens decorativos: o indefectível logo “gravatinha” da Chevrolet vem em versão Bow Tie com fundo preto, a moldura da grade e as carenagens dos retrovisores externos são em preto brilhante, as luzes de posição diurna em leds, as rodas aro 15 tem calotas escurecidas e as maçanetas pintadas na mesma cor da carroceria. O para-choque tem a mesma cor do veículo e o farol vem com máscara negra com detalhes cromados. As lanternas, as mesmas das versões mais caras do Onix anterior, invadem levemente a lateral. Por dentro, o Joy em versão Black apresenta acabamento do tablier e dos bancos em tons de preto e cinza e volante com moldura em preto. Longe de ser uma inovação, o estilo da versão Black do Joy é uma releitura simplificada da configuração Black Bow Tie, disponível para o sedã médio Cruze e do hatch Cruze Sport6.

Toda linha Joy vem equipada de série com direção elétrica progressiva, ar-condicionado, velocímetro digital e desembaçador elétrico temporizado do vidro traseiro. O painel de instrumentos vem com conta-giros, hodômetro parcial e marcador de nível de óleo. Já equipamentos como o sistema multimídia, o ajuste elétrico dos retrovisores externos ou os vidros traseiros com acionamento elétrico, por exemplo, são ofertados como acessórios.

O hatch de entrada da Chevrolet é movido pelo já conhecido motor 1.0 flex de quatro cilindros com 80 cavalos de potência a 6.400 e torque de 9,8 kgfm a partir de 5.200 rpm quando abastecido com etanol – que, na nova geração do Onix, foi substituído pelo 1.0 aspirado flex de três cilindros com 82 cavalos a 6.400 e 10,6 kgm de torque a 4.100 rpm, também com etanol. No Joy, a transmissão manual de 6 marchas tem indicador de troca para tentar melhorar a eficiência do motorista. Apesar do trem de força “veterano”, o Joy nem se sai assim tão mal nos testes de consumo. De acordo com o Inmetro, o Joy roda 15,2 km/l na estrada e 12,8 km/l na cidade com gasolina. Com etanol, as médias são 10,5 km/l e 8,7 km/l, respectivamente.

Para quem não aprecia a cor metálica Preto Ouro Negro, há outras cinco opções para o Joy, todas cobradas à parte: Branco Summit (acrescenta R$ 700) e Prata Switchblade, Vermelho Chili, Cinza Graphite e Azul Blue Eyes (mais R$ 1.590). Na versão avaliada, na cor Branco Summit e com os opcionais que incluem multimídia com espelhamento para smartphone, Bluetooth, TV, DVD e GPS (R$ 2.194), sensor de estacionamento dianteiro (R$ 687), alerta de ponto cego (R$ 688,64) e vidros traseiros elétricos (R$ 1.681,15), o preço já beira os R$ 57 mil. Com R$ 50.900 dá para comprar o Onix mecânico da nova geração, com design atualizado, motor aspirado de três cilindros com 82 cavalos, câmbio manual de 5 velocidades e seis airbags de série, entre outros itens de modernidade e segurança incorporados ao hatch. E com R$ 58.090, já é possível levar o novo Onix na versão Turbo automática, com um propulsor 1.0 tricilíndrico de 116 cavalos e 16,8 kgfm de torque acoplado à caixa automática de 6 velocidades. Talvez os principais concorrentes do Chevrolet Joy Black estejam ao lado, nas mesmas vitrines das concessionárias.

EXPERIÊNCIA A BORDO

Velho conhecido
O bom espaço interno do velho Onix foi preservado e se mantém como um dos maiores atrativos do Joy. É suficiente para levar quatro adultos com conforto.  Por dentro, o hatch “entrega” mais a idade do projeto, já que o design interior é o mesmo desde 2012 e visivelmente “datado”. O banco do motorista é um tanto alto para um hatch e o comando dos vidros fica próximo à alavanca de freio de mão, o que se revela pouco prático. Todos os plásticos são rígidos, mas não há problemas de montagem aparentes.

Além dos detalhes de decoração, a versão Black do Joy incorpora “pequenos luxos” como aviso sonoro para cinto de segurança do motorista, sistema Isofix & Top Tether para fixar as cadeirinhas infantis, alarme, para-sol do passageiro com espelho, cinto de segurança do motorista com regulagem de altura e aviso de não afivelamento dos cintos. O multimídia, opcional, traz uma interface mais simples do que a conhecida central MyLink, embora ofereça funções similares. Há até TV digital – que, todavia, só exibe imagens quando o veículo está estacionado. Falta um sistema mais prático de abertura do porta-malas, que só pode ser feita com a chave.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Não faz feio
Olhar os dados da ficha técnica do Joy e verificar que o torque máximo de 9,8 kgfm (com etanol) só se apresenta plenamente em elevados 5.200 giros não permite imaginar um desempenho muito emocionante ou esportivo. No entanto, apesar de, na teoria, os números parecerem pouco entusiásticos, o modelo se mostra eficiente – boa parte do torque está disponível já a partir dos dois mil giros. Nas subidas mais íngremes ou quando é necessário ganhar velocidade rapidamente para uma ultrapassagem, é preciso superar qualquer eventual preguiça para acionar manualmente as marchas e obter o melhor desempenho possível. Uma vantagem é que o câmbio manual do Joy permite trocas suaves e precisas, facilitando a utilização no trânsito cotidiano. Outra é que a embreagem é macia e torna o trabalho pouco cansativo.

Nas viagens, o hatch acelera rápido o suficiente para ganhar velocidade e entrar em uma via expressa sem estresse, mesmo com quatro pessoas a bordo – bastando reduzir as marchas para arrancar a força desejada do motor. Até atingir uma velocidade de cruzeiro em torno dos 100 km/h, saber engatar as marchas corretamente é importante para mover o carro com destreza. Depois, com a velocidade estabilizada e em sexta marcha, o Joy desenvolve bem e mantém o ritmo sem dar sinais de esmorecer. A direção elétrica é bem calibrada. Além de transmitir vibrações mínimas ao volante, é leve em baixas rotações e firme em altas velocidades – poderia até ser um pouco mais firme acima dos 100 km/h. A suspensão é rígida e conta com um ajuste que permite um comportamento dinâmico honesto nas curvas acentuadas.

O Joy representa uma opção interessante para quem prefere câmbios manuais ou para ser o primeiro carro de alguém que esteja aprendendo a dirigir e precise adquirir traquejo com o acionamento manual das marchas. Também é uma alternativa para motoristas de aplicativo – Uber e afins – que buscam um carro novo, com ar-condicionado e razoavelmente espaçoso, mas pretendem pagar o mínimo possível por isso. Só não é mais atraente porque seu preço se aproxima demais das configurações básicas da nova geração do Onix, principalmente se forem incluídos opcionais. Um inconveniente do hatch mais barato da Chevrolet é que o nível de ruído a bordo é elevado – seja do ar-condicionado, das rodas no piso, do motor e até do vento. Talvez por conta de “aliviamento” de revestimento acústico, a versão Joy é mais ruidosa que os antigos Onix com o mesmo “powertrain”.

FICHA TÉCNICA

Chevrolet Joy Black
Motorização: 1.0, flex, quatro cilindros, 8 vávulas (SOHC)
Câmbio: manual de 6 marchas
Potência: 80 cavalos com etanol e 78 cavalos com gasolina a 6.400 rpm
Torque: 9,8 kgfm com etanol e 9,5 kgfm com gasolina a 5.200 rpm
Taxa de compressão: 12.6
Tração: dianteira
Direção: elétrica progressiva
Suspensão dianteira independente tipo McPherson e molas helicoidais, traseira tipo semi-independente com eixo de torção e molas helicoidais.
Dimensões: 3,93 metros de comprimento, 1,70 metro de largura, 1.47 metro de altura e 2,53 metros de entre-eixos
Rodas e pneus: Aço estampado 5JX15 com calota integral aparafusada. Pneus 185/85 R15
Freios: discos ventilados na frente e tambor atrás
Peso: 1.028 kg
Tanque: 54 litros
Porta-malas: 289 litros
Preço básico do Chevrolet Joy Black: R$ 50.890. Na cor Branco Summit e com os opcionais presentes no modelo avaliado, vai a R$ 56.842

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