Associação alerta para risco de faltar seringa para vacinar

A demora do governo na apresentação de plano definitivo para a aplicação da vacina contra a covid-19 pode colocar o Brasil na posição de ter o imunizante, mas não ter seringas suficientes

  • Data: 08/12/2020 14:12
  • Alterado: 08/12/2020 14:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Associação alerta para risco de faltar seringa para vacinar

O setor não tem estoque de seringas e precisa de três a cinco meses para atender a grandes demandas

Crédito:Reprodução

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O alerta foi feito na segunda-feira, 7, pelo superintendente da Associação Brasileira de Artigos e Equipamentos Médicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro.

O setor não tem estoque de seringas e precisa de três a cinco meses para atender a grandes demandas. Desde julho, segundo Fraccaro, a Abimo alerta o governo para esse problema, mas até agora não recebeu encomendas nem um cronograma. O superintendente diz que a situação pode levar a um atraso considerável nas campanhas de vacinação. “Em julho, levamos essa preocupação ao governo federal”, contou Fraccaro. “Em agosto, o governo organizou uma reunião com os três fabricantes, mas, dai para frente, nada mais aconteceu de concreto. E já estamos em dezembro; isso deveria estar decidido no máximo em setembro.”

Há uma semana, quando apresentou um plano preliminar para vacinação contra a covid, o Ministério da Saúde afirmou que estava abrindo licitação para compra de 331 milhões de seringas. O ministério foi procurado nesta segunda-feira, mas não se manifestou.

Segundo Fraccaro, as três empresas brasileiras que fabricam seringas têm capacidade de produzir de 120 a 140 milhões de seringas por mês. No entanto, essa produção atual já está toda comprometida com a demanda normal do setor. Tampouco há produção excedente para estoque. “Se for necessário, podemos produzir de 18 a 20 milhões a mais de seringas por mês, mas para uma quantidade maior tem de ter todo um planejamento”, explicou Fraccaro. “Já deveríamos estar com esses pedidos nas mãos.”

Coordenação

Um outro problema, segundo o superintendente, é que, diante da indefinição do governo federal, os Estados começam a fazer encomendas por conta própria, sem uma coordenação nacional.

“A minha preocupação é que alguns Estados, já prevendo essa demora de decisão por parte do governo federal, começaram a fazer encomendas”, contou Fraccaro. “Isso é muito confuso porque os Estados querem comprar de uma vez tudo o que vão precisar para o ano todo, e vão sobrecarregar as indústrias de pedidos; o ideal seria termos um pedido do governo federal e um cronograma para a entrega das seringas ao longo dos meses.”

De fato, a responsabilidade pela compra de insumos é dos Estados e dos municípios, como o Ministério da Saúde alegou. No entanto, em uma situação de pandemia e vacinação em massa de toda a população, a organização do governo federal seria crucial para o sucesso da empreitada.

Existe sempre a opção de importar seringas, mas, alerta Fraccaro os preços já estão mais altos por causa da grande demanda. 

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  • Data: 08/12/2020 02:12
  • Alterado:08/12/2020 14:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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