Witzel não adere a decreto presidencial: ‘Bolsonaro caminha para o precipício’
O governador do Rio afirmou que Bolsonaro "caminha para o precipício e quer levar com ele todos nós", ao se referir ao decreto que classificou academias e salões de beleza como essenciais
- Data: 12/05/2020 13:05
- Alterado: 12/05/2020 13:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
"Estimular empreendedores a reabrir estabelecimentos é uma irresponsabilidade. Ainda mais se algum cliente contrair o vírus
Crédito:Reprodução
Segundo Witzel, não há nenhum sinal de que as medidas restritivas devem ser flexibilizadas.
“Estimular empreendedores a reabrir estabelecimentos é uma irresponsabilidade. Ainda mais se algum cliente contrair o vírus. Bolsonaro caminha para o precipício e quer levar com ele todos nós”, disse o governador.
O Estado do Rio não vai aderir ao decreto presidencial. Isso porque, explica o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que estados e municípios têm autonomia para adotar regras de isolamento social durante a pandemia.
Atualmente, lembra o Palácio Guanabara, o decreto reeditado por Witzel tem validade até o dia 31 deste mês. No Rio, o que se considera no momento é justamente o oposto do que Bolsonaro sinaliza: o Estado vem, via medidas progressivas dos municípios, adotando uma espécie de ‘lockdown’ paulatino, com fechamentos mais radicais em áreas consideradas críticas, como a zona oeste da capital fluminense.
Até o prefeito Marcelo Crivella, tido como aliado de Bolsonaro, segue em direção oposta a do presidente. Classificadas por ele como um “semi-lockdown”, medidas publicadas nesta segunda, 11, em decreto extraordinário, incluem a proibição do tráfego de pessoas e veículos em regiões centrais de alguns bairros das zonas norte e oeste, de estacionamento na orla, de comércio nas favelas e de se fazer apostas em casas lotéricas.
Na noite da última quinta-feira, 7, Witzel enviou um ofício ao Ministério Público em que afirma ter determinado a elaboração de um plano para o Estado caminhar rumo a um isolamento mais radical. O governador cita medidas como o fechamento de estradas intermunicipais e uma maior restrição à circulação de pessoas e veículos, por exemplo. Além disso, o mandatário tem dito que a Polícia Militar está à disposição dos municípios que decretarem seus próprios isolamentos.