Conflitos elevam número de atendimentos de MSF na Colômbia

Pessoas afetadas pela violência e forçadas a deixar os lares apresentam problemas gastrointestinais e de pele, além de ansiedade e depressão

  • Data: 30/10/2020 13:10
  • Alterado: 30/10/2020 13:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Médicos Sem Fronteiras
Conflitos elevam número de atendimentos de MSF na Colômbia

Crédito:Divulgação

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Após uma trégua temporária durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, habitantes das regiões do norte de Santander e Nariño, na Colômbia, vivem aumento expressivo de violência como resultado de conflitos entre grupos armados. Chacinas, assassinatos, ameaças e exílio são alguns dos episódios que a população local tem vivenciado. Equipes da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) têm observado efeitos devastadores no bem-estar físico e emocional das pessoas. Os profissionais estão na região desde que começaram a apoiar a resposta das autoridades locais à pandemia de COVID-19.

O ressurgimento da violência em várias regiões da Colômbia começou no final de 2017, apesar do acordo de paz de 2016 entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), mas nos últimos meses atingiu níveis que lembram os piores anos do conflito, que já dura cerca de meio século.

Neste ano, as comunidades em Magui Payán tiveram que se deslocar sete vezes devido a confrontos entre grupos armados, que lutam pelo controle do território para aproveitar sua localização estratégica na área de Nariño Pacífico. Quando equipes de MSF visitaram comunidades próximas ao rio Patía, no início de outubro, descobriram que todos os habitantes da vila de San Luis haviam sido forçados a deixarem os lares e estavam se abrigando em outras cidades e vilas.

Nas áreas rurais de Cúcuta, Tibú e Puerto Santander a situação é semelhante. Em julho, cerca de 800 pessoas se refugiaram em três escolas depois que oito foram mortas na aldeia de Totumito-Carboneras. Entre as pessoas deslocadas há colombianos, venezuelanos e indígenas da etnia Wayuú. As equipes de MSF forneceram atendimento médico de emergência, atendimento básico de saúde e saúde mental durante 18 dias que o contingente permaneceu exilado, além de consultas de acompanhamento de saúde mental após o retorno para casa.

De acordo com equipes de MSF, os principais efeitos sobre a saúde física das pessoas quando são deslocadas ou confinadas a certas áreas estão relacionados às suas condições de vida. A falta de água potável e a falta de saneamento frequentemente levam a distúrbios gastrointestinais e problemas de pele. Além disso, a maioria dos pacientes de MSF relatou não ter tido acesso a serviços médicos por longos períodos. A falta de tratamento adequado preocupa principalmente pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e pessoas com transtornos mentais.

A violência teve impacto significativo na saúde mental das pessoas, afirmam funcionários de MSF. O impacto dos confrontos repetidos e a sensação permanente de risco impedem as pessoas de se sentirem seguras e geram altos níveis de estresse e medo, levando ao diagnóstico de ansiedade e depressão. O conflito contínuo e a situação de constante insegurança impedem as pessoas de retomar suas vidas diárias. “Enquanto a situação permanecer instável, as pessoas ficarão expostas ao sofrimento emocional”, disse Steve Hide, chefe da missão de MSF na Colômbia.

Os efeitos diretos da violência são exacerbados pelo fato de muitas pessoas terem sido excluídas dos serviços de saúde por longos períodos. “O conflito é crônico, assim como a ausência de resposta das autoridades”, diz Hide. “A falta de pessoal médico treinado e de instalações de saúde torna impossível para as pessoas serem tratadas em uma emergência ou ter acesso a cuidados básicos de saúde ou saúde mental. À medida que o conflito se intensifica, a probabilidade de mudança é cada vez menor. ”

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  • Data: 30/10/2020 01:10
  • Alterado:30/10/2020 13:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Médicos Sem Fronteiras









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