Mulher-Maravilha 1984
No aguardado 'Mulher-Maravilha 1984', o par romântico da super-heroína ressurge
- Data: 16/12/2020 16:12
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
A mulher-maravilha precisa de um novo uniforme para triunfar
Crédito:Warner Bros
A estrela de Mulher-Maravilha 1984 é do sexo feminino, lógico. Mas isso não quer dizer que os homens não tenham papéis de destaque, começando pela volta inesperada de Steve Trevor, o namorado de Diana Prince que ela conheceu na época da Primeira Guerra Mundial e que – atenção para o spoiler de Mulher-Maravilha – morreu no primeiro filme. Como ele consegue retornar do mundo dos mortos e ainda no mesmo corpinho de Chris Pine, aos 40 anos, é um dos mistérios da continuação. “Você vai ter de assistir para descobrir” é a resposta do ator quando indagado sobre o assunto em entrevista ao Estadão, em Los Angeles, em janeiro.
Mulher-Maravilha virou ícone, as crianças projetam-se nela. Não apenas as crianças. De cara, Diana é apresentada a Kristen Wiig como Barbara, a cientista pouco confiante de si mesma que imediatamente já está soltando o verbo. Gostaria de ser segura como Diana. Na época, nem a atriz Gal Gadot nem a diretora Patty Jenkins falaram de um detalhe fundamental nessa primeira parte, de abertura. Os saltos altos. Diana move-se com graça no alto de seus saltos. Barbara é um desastre, tropeça, quase cai. Se o cinema pode ser uma caixa (máquina?) de sonhos para fornecer ao público aquilo que deseja, só agora, depois de assistir a MM84, faz sentido uma frase de Patty – “Cuidado com seus sonhos“. Eles podem se realizar, mas, em geral, cobram um preço. Há uma pedra misteriosa, que surge na trama para realizar o sonho das pessoas. O de Barbara é ser como Diana, é se transformar numa superfêmea predadora alfa – mais poderosa que a Mulher-Maravilha. O de Diana é ter Steve de volta.
E quem vai se apropriar da pedra, para dominar a mente das pessoas realizando os sonhos delas, é um tal Maxwell Lord, interpretado por Pedro Pascal. Uma coisa que Patty já havia antecipado, mas, claro, só agora faz sentido. “Será”, ela dizia há um ano, “um filme sobre duplos”.
Diana e Barbara, a Mulher-Maravilha e sua versão para o mal. Steve e Lord, o herói e seu antinomio. Lord está sempre falando para o filho de seu sonho de se realizar como herói aos olhos do menino. Sua obsessão por poder fará dele um monstro. E essa é a história. Gal, uma israelense que foi Miss em seu país e fez participação secundária em filmes como os da série Velozes e Furiosos, já falava na grande mudança que ocorre com a personagem. “O primeiro filme era sobre Diana descobrindo seus poderes e olhando a humanidade de fora. Agora, ela faz parte dessa humanidade e se vulnerabiliza. Sofre com a solidão e tem de fazer uma escolha trágica.” Alguma novidade em especial no novo filme? “Existem muitas novidades, porque desde o início Patty deixou claro que não seria simplesmente oferecer mais do mesmo.
Felizmente, o estúdio lhe permitiu ousar. É uma história de amor e verdade, na qual Diana precisa de um novo uniforme para triunfar.” Esse uniforme – uma armadura dourada – foi sendo revelado ao longo do ano em publicações especializadas dos EUA. Será decisivo no embate definitivo entre Diana e sua rival, Barbara/Cheetah.
A estrela e a diretora adquiriram consciência do que representa ter feito um filme como MM, o 1. “O filme surgiu no momento em que o mundo e a indústria estavam prontos para uma heroína como ela. Agora, com todo excesso, acho que Patty tem uma consciência mais clara do que fizemos. Gostaria que MM vivesse mais vezes, mas só se for assim. Como uma mulher e heroína do nosso tempo. Vivi numa das regiões mais conflagradas da Terra (o Oriente Médio). Para mim, toda mulher é uma heroína, desde que não perca a humanidade nem a compaixão”, conclui Gal.