Hugo Calderano disputa a sua segunda Olimpíada como principal esperança do Brasil
Brasileiro é o número 7 do mundo e cabeça de chave número 4
- Data: 25/07/2021 15:07
- Alterado: 25/07/2021 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Nico Schaal
Último brasileiro a estrear no torneio individual dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o mesa-tenista Hugo Calderano joga nesta segunda-feira, no ginásio Metropolitano de Tóquio. O número 7 do mundo é o cabeça de chave número 4 e enfrentará o vencedor do confronto entre o croata Tomislav Pucar e o eslovaco Bojan Tokic. Depois de cerca de quatro meses de treinamentos intensivos, ele é a principal aposta do Brasil e chega confiante para viver mais uma “experiência para a vida inteira”.
Aos 25 anos, o Calderano de Tóquio chega com muito mais experiência do que o atleta que competiu na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Já com bagagem de competições europeias e diversas disputas no Circuito Mundial, o carioca já provou a sua qualidade contra adversários de todo o mundo.
Desde o fim de sua temporada com o Ochsenhausen, da Alemanha, até agora, foram cerca de quatro meses de preparação – um período longo e privilegiado, que o permitiu passar por todas as etapas no momento certo.
“É sempre uma honra disputar uma Olimpíada pelo Brasil. Vou para a minha segunda, a experiência no Rio-2016 foi incrível. Chego em Tóquio, agora, com mais chances de brigar por uma medalha e sei que o clima, com certeza, vai ser diferente, por causa da pandemia. Mas dentro da gente, a chama olímpica sempre vai estar acesa”, disse Calderano.
O sentimento, segundo ele, é positivo. Um reflexo do que foi construído ao longo deste ciclo olímpico, trabalhado em suas últimas temporadas na Alemanha e aprimorado nos últimos meses de preparação. “Estou bem confiante, sei que fiz todo o trabalho que devia ter sido feito. Estou com a mente bem clara, com o corpo saudável. E o que tiver que acontecer, vai acontecer na hora”, afirmou o brasileiro.
No caminho até a semifinal, Calderano poderá enfrentar o sul-coreano Jan Woojin (12.°) nas oitavas de final e o japonês Koki Niwa (17.°) ou o alemão Dimitrij Ovtcharov (8.°) nas quartas. Na semifinal, entre outros adversários, a chave do brasileiro tem o chinês campeão mundial Ma Long.
LEMBRANÇAS DO RIO
Ao rememorar sua estreia no Rio, há cinco anos, as lembranças são da sensação de entrar em um ginásio lotado de brasileiros. Definitivamente, era um momento especial: Calderano jogava uma Olimpíada pela primeira vez, em casa, na cidade onde nasceu. O mesmo calor não poderá ser transmitido neste ano, em Tóquio, já que a competição é realizada sem público, por causa da pandemia da covid-19.
Ainda assim, o atleta espera receber energias parecidas, mesmo que à distância, dos torcedores que vão acompanhá-lo pela televisão. “Quando entrei, só senti a presença de todo mundo, dos brasileiros. Lembro que me deu um arrepio, subiu até a cabeça, com o pessoal gritando, quando me apresentaram. Assim que eu botei o pé no ginásio, foi uma loucura e uma sensação que não tem igual”, recordou.
É fato que os Jogos de Tóquio são uma edição à parte, com todas as particularidades de um torneio desta magnitude disputado em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos. Essas mudanças, de acordo com Calderano, causam consequências no tradicional clima olímpico. Para ele, porém, isso não tira o privilégio de disputar uma Olimpíada. Seu objetivo é aproveitar ao máximo.
“Infelizmente, isso vai cortar bastante aquela atmosfera olímpica. Mas Olimpíada não se trata só de resultados, é também uma experiência para a vida inteira. E eu vou tentar aproveitar isso, mesmo sem a torcida”, finalizou o atleta.