CPI: motoboy confirma que fazia saques e pagamentos em dinheiro para VTCLog
O maior valor individual, conforme depoimento de Gonçalves, foi em torno de R$ 400 mil na agência da Caixa no aeroporto de Brasília
- Data: 01/09/2021 14:09
- Alterado: 01/09/2021 14:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Pedro França / Agência Senado
O motoboy Ivanildo Gonçalves confirmou, em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira, que fazia saques e pagamentos em dinheiro para a VTCLog, empresa suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção no Ministério da Saúde.
O nome do motoboy apareceu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou R$ 4 milhões em saques em espécie para a VTCLog. Informações citadas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apontam diversos saques neste ano.
O maior valor individual, conforme depoimento de Gonçalves, foi em torno de R$ 400 mil na agência da Caixa no aeroporto de Brasília. Ele relatou que, quando sobrava dinheiro após os pagamentos, ele devolvia à empresa.
Com o depoimento, a CPI espera confirmar uma parte do esquema de corrupção e identificar quem era responsável pelas operações irregulares. As suspeitas da comissão recaem sobre o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, que chegou a ser preso quando prestou depoimento à comissão.
De acordo com Gonçalves, a ordem dos saques e pagamentos vinham de Zenaide Sá Reis, responsável pelo setor financeiro da empresa. O motoboy trabalha na VTCLog desde 2009. “O financeiro da empresa me passava os cheques para mim (sic) fazer os saques e aí eu executava”, disse o funcionário. “Era na boca do caixa.” Ele relatou que, ultimamente, o volume de movimentações teria diminuído.
No início do depoimento, os senadores apontaram contradições na declaração e falta de informações precisas. O motoboy relatou que, após os saques em espécie, pagava boletos e fazia depósitos em contas indicadas em anotações. Ele negou ter entregado dinheiro na mão de outras pessoas ou ter feito transferências entre contas, contrariando uma informação da CPI de que ele entregaria recursos para fornecedores da empresa.