Uma a cada cinco gestantes/puérpuras mortas pelo SARS-CoV-2 não teve acesso a UTI
33% não foram nem intubadas, o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las
- Data: 18/06/2021 10:06
- Alterado: 18/06/2021 10:06
- Autor: Redação
- Fonte: OOBr Covid-19
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) acaba de divulgar atualização semanal do número de óbitos maternos pelo SARS-CoV-2, com base em dados do Ministério da Saúde. Até 18 de junho de 2021, perderam a vida 1.412 gestantes e puérperas. Nos primeiro cinco meses e meio de 20921, contabilizamos 959 óbitos, ou seja, 11,7% a mais do que 2020 inteiro – 453.
Outra estatística estarrecedora é a da letalidade da doença: saltou de 7.4% em 2020 para 17% em 2021.
Desde o início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas que faleceram por SARS-CoV-2 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 33% não foram intubadas -o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las.
Assim, entre março de 2020 e 16 de junho de 2021, quando da mais recente atualização da base de dados SIVEP-Gripe do Ministério da Saúde, são 14.042 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid e, repetimos, 1.412 óbitos (10,1%).
Isso sem contar outros 11.785 de registros com 296 mortes entre gestantes e puérperas com SRAG não especificada, que, na avaliação dos pesquisadores, podem ser também episódios de SARS-Covid-19.
O Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) visa a dar visibilidade aos dados desse público específico e oferecer ferramentas para análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e puérperas em relação ao novo coronavírus.
O OOBr Covid-19 foi criado e é mantido por Rossana Pulcineli Vieira Francisco (docente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da SOGESP), Agatha Rodrigues (docente do Departamento de Estatística da UFES) e Lucas Lacerda (estudante de graduação em Estatística na UFES).