Jovens têm mais ansiedade, exaustão e dificuldades para dormir, aponta pesquisa
Pesquisa do Zenklub conduzida pelo Instituto Datafolha avaliou o impacto da pandemia na saúde mental do trabalhador brasileiro
- Data: 29/09/2021 14:09
- Alterado: 29/09/2021 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: Zenklub
Crédito:Reprodução
O Zenklub, maior plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal do País, realizou uma pesquisa com o Instituto Datafolha com o objetivo de entender o impacto da pandemia na saúde mental dos trabalhadores brasileiros. Segundo dados, os mais jovens sentem mais ansiedade, exaustão e insônia ou dificuldade para dormir: 70% daqueles entre 18 e 24 anos afirmaram que sentiram ansiedade, além de exaustão ou muito cansaço nos últimos 12 meses. Além disso, 62% confirmaram terem tido insônia ou dificuldades para dormir.
Quando comparado com as respostas dos trabalhadores mais velhos, todos os índices são menores – com exceção da depressão, que teve mais impacto naqueles entre 45 a 59 anos (30%) e aqueles com 60 anos ou mais (28%).
Segundo Daniele Nazari, psicóloga do Zenklub formada pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI com especialização em Psicologia Organizacional pela UFRGS, os jovens se sentem mais sobrecarregados por uma cobrança excessiva pelo desenvolvimento de carreira rápido. “No atendimento clínico, os relatos são como se fosse uma corrida contra o tempo, em que precisam alcançar cargos altos antes dos 30 anos para se sentirem profissionais qualificados. Essa autocobrança excessiva, que tem influência social e do mercado de trabalho, provoca ansiedade, insegurança, frustração, sensação de não ser bom o suficiente, e consequentemente sintomas físicos, como a exaustão e insônia”.
Segundo a especialista, a autocobrança é importante para o desenvolvimento, mas ela precisa estar associada ao bem-estar para ser saudável. A psicóloga menciona três dicas para que os jovens possam lidar melhor com esses sentimentos e dificuldades:
– Busque autoconhecimento: descobrir suas competências, soft skills e principalmente seus limites são pontos importantes para respeitar sua energia pessoal;
– Mantenha equilíbrio pessoal: trabalhar é bom, mas para o desenvolvimento saudável precisa ter espaço para uma boa alimentação, lazer, relacionamentos, exercício físico e horas de sono adequadas;
– Respeite o tempo: avalie o que você está fazendo no momento, trace os objetivos futuros e tenha paciência com o desenvolvimento de cada etapa.
A pesquisa, que identificou que 6 em cada 10 brasileiros se sentiram sobrecarregados nos últimos 12 meses, também mostrou que 64% dos trabalhadores brasileiros não possuem nenhum benefício para cuidar da saúde mental. Além disso, 86% dos participantes acreditam que benefícios como terapia online e treinamentos de habilidades emocionais podem ajudar os colaboradores a lidarem com os impactos negativos deste período.
O levantamento foi conduzido pelo Instituto Datafolha de forma presencial, distribuídas em 129 municípios do País, com 1.197 pessoas com 18 anos ou mais, pertencente a todas as classificações econômicas e PEA (Pessoa Economicamente Ativa) que trabalham, conforme critérios da PNAD 2019. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
A amostra é representativa do público pesquisado, sendo 53% homens e 47% mulheres, todos economicamente ativos e com uma renda média familiar mensal de R$ 4,1 mil, composto principalmente por assalariado registrado (35%), freelancers ou bico (22%) e autônomo regular (15%). Quanto à classe econômica, os respondentes eram de todas as classes sociais, sendo A (4%), B (24%), C (48%) e D/E (24%).
Para ajudar as empresas e os trabalhadores a lidarem com essas questões, o Zenklub criou o Guia Prático para Saúde Mental e Trabalho no Pós-Pandemia, que está disponível para download gratuito no site www.zenklub.com.br/setembro-amarelo/ O manual traz dicas práticas de especialistas, além de exemplos e reflexões que podem ajudar no cuidado com a saúde mental dos colaboradores em todos os níveis hierárquicos, abordando desde os impactos de reuniões virtuais e da volta ao escritório, até como lidar com o luto, casos de depressão e burnout.