Manual de austeridade

Versão S com câmbio manual do Nissan Kicks vai além de atrair quem quer gastar menos

  • Data: 23/08/2018 15:08
  • Alterado: 23/08/2018 15:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix
Manual de austeridade

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Em julho de 2016, o Nissan Kicks foi lançado no Brasil, com o “status” de carro oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Quando as vendas começaram, em agosto, o modelo era importado do México na versão SL com câmbio CVT e bom nível de equipamentos. Em abril do ano passado, começou a ser produzido no complexo industrial da Nissan na cidade de Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro. Com a nacionalização, a configuração SV, com menos equipamentos, foi apresentada. Aos poucos, o Kicks tornou-se o Nissan mais vendido no país, deixando para trás o hatch March e o sedã Versa. Há um ano, surgiu a versão de entrada da linha, a S, a única que pode ser equipada com câmbio manual de cinco marchas – todas as outras vêm com transmissão continuamente variável (CVT). Com preço a partir de R$ 72.990, o Kicks S manual ampliou o espectro de clientes para o utilitário esportivo compacto da Nissan ao atender não apenas quem busca um utilitário esportivo compacto que não pese tanto no bolso, mas também aos que não gostam do câmbio CVT e preferem engatar as marchas manualmente.

O design sempre foi um dos destaques do Kicks, que tem um visual contemporâneo com uma elegante inspiração oriental e aparenta ser maior do que é. Outra característica marcante de toda a linha do SUV da Nissan é o teto de aspecto “flutuante” – revestimentos em preto fosco em todas as colunas do carro ajudam a torná-las pouco perceptíveis, transmitindo a sensação de que o teto flutua. Externamente, ao contrário do que ocorre com as versões básicas de alguns concorrentes, a versão S do Kicks não ostenta nenhum “atestado de pobreza” em relação ao restante da linha. As rodas são de aço aro 16 com calotas plásticas, em lugar das de liga leve que equipam as versões de topo, as maçanetas são na cor da carroceria e não existem faróis de neblina. Ou seja, não há nenhuma ausência que chame demasiadamente a atenção ou deixe o modelo com um aspecto “desfalcado”.

Mas o preço menor tem justificativa. No caso, a explicação está na lista de itens de série do Kicks S manual, que é curta. Além dos obrigatórios airbags duplos frontais e freios ABS, traz apenas ar-condicionado, alarme perimétrico, bancos em tecido, fixadores traseiros para cadeiras de crianças (Isofix), cinto de segurança de três pontos para todos os passageiros, rádio com entrada para MP3 player, conector USB e Bluetooth, trio elétrico, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade e direção elétrica. Comparando com a versão intermediária SV, o Kicks S não traz câmera de ré com visão de 360 graus, sensor de estacionamento traseiro, ar-condicionado digital, central multimídia e faróis de neblina. Assim como na intermediária SV, o painel não é digital, e sim analógico com dois mostradores convencionais. O preço é de R$ 72.990, mas por R$ 1.200 a mais, é possível incluir controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa, que compõem o chamado Pack Safety. A versão básica S também pode receber um câmbio CVT, o que eleva seu preço em mais R$ 6.800, para R$ 80.990.

Se em termos de equipamentos o Kicks S manual é um tanto minimalista, em relação à motorização, nada deixa a desejar em relação às versões mais caras – utilizam todas o mesmo motor 1.6 16V flex, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando com variação contínua de abertura das válvulas, que entrega 114 cavalos de potência máxima a 5.600 rpm e torque de 15,5 kgfm a 4 mil rpm. Segundo a Nissan, com o motorista no controle das trocas de marchas com a transmissão de 5 velocidades, é possível fazer de zero a 100 km/h em 11 segundos – um segundo mais rápido que as configurações com câmbio CVT. Ou seja, não é apenas no preço que o Kicks S manual pode ser mais esperto. Embora não seja um SUV barato, o valor cobrado pela versão S manual põe o modelo na briga com configurações mais básicas de Renault Duster, Jeep Renegade, Ford EcoSport e Jac T5, entre outros.

EXPERIÊNCIA A BORDO

SEM AUSÊNCIAS EXPRESSIVAS
O bom ângulo de abertura das portas e a altura elevada da carroceria fazem com que seja bem fácil entrar e sair do Kicks. No interior, existem poucos vãos para guardar objetos de uso pessoal – algo um tanto anacrônico em um SUV de projeto tão recente. O Kicks tem espaço interno próximo ao de um modelo médio – é um dos pontos fortes do carro. O porta-malas também é digno para o segmento e leva 432 litros.

Em termos de acabamento, o plástico rígido domina o ambiente, algo normal nesse segmento no Brasil. Alguns cromados do habitáculo foram suprimidos na versão S. Mas os encaixes são corretos e os materiais aparentam boa qualidade. Trata-se de uma configuração de entrada, com um interior simples e sem tantos comandos disponíveis – tanto que o volante multifuncional traz botões apenas do lado esquerdo. Pelo menos, todos estão bem posicionados. O rádio traz conexão Bluetooth e entradas auxiliar e USB. A falta de alguns equipamentos não é tão sentida assim no dia a dia. Os comandos dos vidros elétricos sem a função “um toque” para subida e descida soam um tanto “vintage” demais. Mas os que mais fazem falta são a câmera de ré e o sensor de estacionamento traseiro, principalmente na hora de estacionar em vagas apertadas.

A suspensão absorve com competência as irregularidades do solo e a densidade dos bancos é boa – embora os revestimentos sejam de tecido nessa versão S. A boa qualidade das espumas utilizadas nos bancos do Kicks topo de linha não foi reduzida. O câmbio tem engates fáceis e agradáveis, o que faz com que a tarefa de trocar as marchas manualmente não chegue a ser tão sacrificante. Para quem se incomodar demais com isso, existe a opção do Kicks S CVT – que vem acompanhada de um expressivo aumento no preço do veículo. 

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

DIVERSÃO NA PALMA DA MÃO
Uma coisa que faz falta às configurações topo de linha do Kicks é a opção de acionamento manual de marchas simuladas. Nos câmbios CVT, o sistema utiliza duas polias lisas interligadas por uma corrente metálica submersa em fluido de transmissão. A movimentação das polias determina o ponto em que estará a corrente de transmissão, algo que muda o tempo todo. Variáveis entre seus extremos, as relações criam a marcha adequada para cada momento, sem interferência do motorista. Mas já existem veículos com CVT que têm opção de acionamento manual de marchas simuladas, exatamente para que o motorista possa ter a sensação de poder aumentar a força disponível do motor em determinadas circunstâncias, como quem reduz uma marcha – um atributo que faz falta quando se dirige mais esportivamente. O câmbio manual do Kicks S resolve a questão da forma mais simples e econômica possível. O acionamento manual das marchas permite explorar de forma bem mais ostensiva o potencial esportivo do motor 1.6 16V flex, de um jeito inalcançável com o CVT. Em subida ou descida, a caixa de 5 marchas mostra ter relações bem escalonadas e engates fáceis e precisos.

O pedal da embreagem tem curso e peso adequados e a direção elétrica progressiva é bem acertada, funcionando com suavidade e precisão. Ganha firmeza conforme a velocidade sobe. Em altas velocidades, o isolamento acústico não é tão preciso. Barulho do vento, da rodagem e do motor invadem a cabine conforme a aceleração aumenta. Ainda assim, o Kicks manual é menos “escandaloso” que a versão CVT. O câmbio manual forma uma dupla entrosada com o motor, fornecendo respostas rápidas e sem ser ruidosa demais nas acelerações. Talvez merecesse uma sexta marcha, pois o motor fica perto dos 3.000 giros em velocidades de cruzeiro de 120 km/h. Se houvesse uma sexta marcha, seria possível manter tal velocidade em uma faixa de giros menor. O motor entrega 114 cavalos, com etanol ou gasolina, e 15,5 kgfm de torque, números suficientes para permitir boa agilidade no tráfego urbano e na estrada. Em termos de estabilidade, o Kicks é um carro equilibrado, apesar de sua altura elevada. As rolagens de carroceria são discretas e não incomodam. Com o Pack Safety, há controles eletrônicos de estabilidade e tração, o que garante segurança extra aos ocupantes.

FICHA TÉCNICA
NISSAN KICKS S MANUAL
MOTOR: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando com variação contínua de abertura das válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto semissequencial indireta.
TRANSMISSÃO: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração opcional.
POTÊNCIA MÁXIMA: 114 cavalos a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
TORQUE MÁXIMO: 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
DIÂMETRO E CURSO: 78 mm x 83,6 mm. Taxa de compressão: 10,7:1.
SUSPENSÃO: Dianteira independente do tipo MacPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade opcional.
PNEUS: 205/60 R16.
FREIOS: Discos ventilados na frente e tambor atrás. ABS com EBD. Oferece assistência de partida em rampa opcional.
CARROCERIA: Utilitário esportivo compacto em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,30 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,59 metro de altura e 2,61 metros de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
PESO: 1.109 kg.
CAPACIDADE DO PORTA-MALAS: 432 litros.
TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 41 litros.
PRODUÇÃO: Resende, Rio de Janeiro.
LANÇAMENTO MUNDIAL: 2016.
LANÇAMENTO NO BRASIL: 2016.
ITENS DE SÉRIE: Abertura da tampa de combustível por acionamento interno, abertura elétrica das portas e do porta-malas, acabamento dos bancos e detalhes das portas em tecido, apoios de cabeça dianteiros e traseiros separados e ajustáveis para os cinco ocupantes, ar-condicionado, banco do motorista com ajustes de altura, banco traseiro bipartido 60/40 e dobrável, direção elétrica com controle de áudio e telefone no volante, para-sol com espelhos para motorista e passageiro, porta-malas com iluminação interna, porta-revistas nos bancos dianteiros, duas tomadas 12 V, vidros dianteiros e traseiros elétricos com sistema “one touch down” somente para o motorista, volante de três raios com regulagem de altura e profundidade, aerofólio integrado na cor do veículo, rack de teto longitudinal na cor prata, retrovisores externos com regulagem elétrica, alarme perimétrico, cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros, desembaçador de vidro traseiro com temporizador, fixadores traseiros para cadeiras de crianças, luz de freio em leds, travamento central automático das portas e do porta-malas com o veículo em movimento, rádio com entrada auxiliar para MP3 Player, conector USB e Bluetooth e sistema de som com quatro alto-falantes.
PREÇO: R$ 72.990.
OPCIONAIS: Controles eletrônicos de tração e de estabilidade e assistente de partida em rampas.
PREÇO COMPLETO: R$ 74.190.

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  • Data: 23/08/2018 03:08
  • Alterado:23/08/2018 15:08
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  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix









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