Relatório aponta risco de desabamento de rodoviária de Brasília
Fissuras estruturais na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, trazem risco de desabamento e exigem ações imediatas, conforme a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap)
- Data: 28/06/2019 11:06
- Alterado: 28/06/2019 11:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Agência Brasília
A estrutura, que tem cerca de 45 anos e conta com um fluxo de usuários acima de 700 mil pessoas por dia, exige constantes obras de recuperação e revitalização, indica a empresa.
O documento foi desenvolvido com base em um trabalho de mais de 2.700 folhas que apresenta informações técnicas detalhadas “manifestações patológicas” identificadas na estrutura das plataformas superior e inferior da rodoviária.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal já havia tratado dos problemas na Rodoviária do Plano Piloto apontando para a necessidade de reparos urgentes e intervenções imediatas, indica a nota. O relatório de inspeção da Corte de Contas foi emitido após o desabamento de parte do viaduto do Eixo Rodoviário, conhecido como Eixão Sul, em fevereiro de 2018.
As fendas encontradas na rodoviária têm relação com as características de relaxação da estrutura utilizada para sua construção, indica a Novacap. A estatal ressalta que não houve erro no projeto, mas “uma condição inerente à tecnologia disponível à época”.
Na plataforma superior da rodoviária, além de rachaduras, há deformação excessiva da estrutura de cobertura, diz o texto. Para garantir a segurança dos usuários até uma obra de demolição e reconstrução, a Novacap propôs o escoramento dos trechos danificados e indicou que tal trabalho já foi executado.
No entanto, os danos na plataforma inferior da rodoviária, nos apoios de longarinas da estrutura de cobertura, são os que mais chamaram atenção da empresa. Segundo o texto, uma vistoria feita pela Novacap e a Defesa Civil na terça-feira, 25, indicou que a fissura mapeada em novembro de 2018, que na época tinha uma abertura de 0,6 mm, já apresenta um espaço de 1,6 mm. A companhia afirma que esse tipo de evolução não é comum e “denota um sério risco de colapso iminente da estrutura”.
A companhia ressaltou que tais tipos de fissuras podem causar fraturas, desabamento de vigas e “o possível colapso progressivo de parte da estrutura”. Segundo a empresa, a situação resultaria em “risco de perdas humanas”, o que considera “inadmissível”, além do possível “colapso do sistema de transporte público do Distrito Federal”.
Para solucionar os danos, a estatal recomenda o escoramento imediato de todas longarinas que apresentem fissuras acima do limite normativo nas regiões dos apoios. Segundo a equipe de engenharia estrutural da empresa, a melhor opção para executar o reforço seria aderir fibra de carbono às paredes das vigas nos locais afetados.
De acordo com o texto, tal método foi escolhido por que pode ser executado com o mínimo de interferência na operação dos ônibus e no acesso de passageiros na plataforma inferior.
O trânsito de pedestres, no entanto, precisaria ser isolado nas áreas mais críticas, indica a Novacap. Outra ação emergencial recomendada foi a redução de carregamento das áreas afetadas, com a retirada de trânsito de veículos enquanto os trabalhos de escoramento e reforço estrutural não são iniciados.