Palocci diz que MDB do Senado recebeu para apoiar Dilma_x000D_
O ex-ministro Antonio Palocci relatou à PF supostas propinas da J&F ao MDB no Senado para a suposta compra do apoio do partido à candidatura de reeleição Dilma Rousseff em 2014
- Data: 28/06/2019 09:06
- Alterado: 28/06/2019 09:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:José Cruz/Agência Brasil
A investigação tem como base a delação de executivos do Grupo e está no Supremo Tribunal Federal (STF) por mirar senadores emedebistas que têm foro privilegiado.
Em janeiro, o delator se ofereceu para falar a respeito de políticos do MDB. Seu depoimento foi no dia 30 de maio. Após o depoimento, a Polícia Federal pediu mais 60 dias para a continuidade do inquérito. Entre as diligências, os agentes querem saber quem entrou na residência do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, no período eleitoral, em 2014. As investigações também receberam um depoimento de um dos alvos que relatou a entrega de malas de dinheiro em suposto benefício do emedebista.
Palocci reitera fatos já expostos pelos executivos da J&F. Ele somente deixou de citar alguns nomes de empresas que constam ainda em termos sigilosos de sua colaboração. Em delação, Joesley Batista informou à Procuradoria-Geral da República que o grupo mantinha duas ‘contas-correntes’ de propina no exterior em suposto benefício de Lula e Dilma, com US$ 150 milhões, em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.
No final das eleições 2014, Palocci diz ter recebido uma solicitação de Mantega para entregar R$ 30 milhões da reserva do PT para o PMDB do Senado e que Joesley “relatou que Mantega havia pedido pressa no pagamento pois havia risco de perda do apoio do PMDB do Senado nas eleições presidenciais de 2014”. Joesley teria dito a Palocci que teria confirmado com Dilma a ordem para pagar. Segundo Palocci, Joesley teria lhe dito que “estava lidando naquele momento com uma reclamação de Michel Temer, do Partido MDB, acerca do fato de Joesley estar contribuindo exclusivamente com senadores da sigla”.
Defesas
A defesa de Dilma informou que não teve acesso ao depoimento. A J&F informou que não ia se manifestar. A defesa de Mantega não se pronunciou. A reportagem não conseguiu ouvir a defesa de Temer. O criminalista Luis Henrique Machado, que defende Renan, disse “a delação de Palocci foi recusada pelo Ministério Público por ausência de provas”. E conclui: “Sobre as delações de Ricardo Saud e de pessoas vinculadas à JBS, a própria PGR pediu a revogação dos acordos.” Para ele, “são delações que não gozam de qualquer credibilidade”. Ele lembrou que dez processos contra Renan já foram arquivados, “por menções irresponsáveis de delatores