Retrospectiva 2018: Os melhores filmes do ano segundo os festivais de cinema

Os vencedores dos mais importantes festivais do mundo formam nosso Top 10 do ano de 2018.

  • Data: 17/12/2018 09:12
  • Alterado: 22/08/2023 21:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Lilian Trigo
Retrospectiva 2018: Os melhores filmes do ano segundo os festivais de cinema

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O final de ano é sempre momento de retrospectiva e nesta época pipocam pela internet as famosas listas. Desta vez resolvemos deixar de lado os grandes sucessos de bilheteria e nos concentramos nos vencedores dos 10 maiores festivais do planeta. Muitos desses filmes são produções independentes e ainda não chegaram aos cinemas brasileiros.

Começamos nossa lista com festival de Sundance, criado pelo ator Robert Redford há 40 anos. Todos os anos, cineastas e produtores independentes do mundo inteiro passam a segunda semana de janeiro na gélida cidade de Park City, no estado americano de Utah. Sundance é mais que um festival, porque oferece discussões sobre todo o processo de criação de um filme, além de cursos e laboratórios para o desenvolvimento de roteiros. O vencedor deste ano foi o filme americano “O Mau Exemplo de Cameron Post”, da diretora Desiree Akhavan. O filme trata da famigerada ‘cura gay’ e das dúvidas de Cameron, a personagem principal, sobre sua sexualidade e sua fé religiosa. Chloë Grace Moretz, que interpreta a protagonista, vem se tornando uma das atrizes americanas mais talentosas da nova geração.

O primeiro festival europeu do ano foi Berlim e o vencedor do cobiçado “Urso de Ouro” foi o controverso filme romeno “Não me Toque”, da estreante diretora Adina Pintilie. Usando uma linguagem experimental, que mistura documentário e ficção, fala sem pudores da sexualidade humana e da intimidade física e mostra corpos for a do padrão, como o do rapaz que tem atrofia muscular espinhal. Longe de ser o favorito do público – e de parte do júri – é um filme que merece ser visto.

South by Southwest, ou apenas SXSW, é o festival que reúne cinema, música e tecnologia na cidade texana de Austin no mês de março. Considerado um dos mais importantes do circuito independente, este ano o SXSW premiou o longa americano “Minha Primeira Luta”, da diretora Olivia Newman. A jovem Mo sonha em um dia poder finalmente viver com o pai, quando ele sair da cadeia. Sempre passando de um lar adotivo para outro, tudo que ela conhece é a violência e o desamor. Quem quiser, pode conferir o filme na Netflix.

Criado por Robert De Niro, o Tribeca Film Festival teve sua primeira exibição em 2002 e, desde então, acontece sempre no mês de abril. Este ano o filme premiado foi “Diane”, do estreante Kent Jones. O drama sobre a viúva que vive ajudando os outros, mas não consegue “salvar” seu filho viciado é comovente. A personagem título é interpretada magistralmente pela veterana Mary Kay Place. Infelizmente, nem a premiação fez com que o filme não fosse exibido no Brasil.

Cannes é muito mais que um festival de cinema. É um evento social e o tapete vermelho da Croisette, famosa avenida e patrimônio cultural francês, reúne, além de atores, atrizes e diretores, modelos, esportistas e todo mundo atrás dos seus 15 minutos de fama. Este ano quem saiu de lá com a cobiçada Palma de Ouro foi, o ainda inédito no Brasil, “Assunto de Família” do japonês Hirokazu Kore-eda. Essa estranha fábula moderna mostra uma família – de sangue e de agregados – que vive num decadente subúrbio de Tóquio e complementa a renda de seu trabalho mal remunerado com pequenos furtos. O diretor também oferece um retrato realista de como é envelhecer sozinho no Japão, um dos países com o maior número de idosos do mundo. Um filme absolutamente necessário!

O festival de Veneza, que acontece anualmente em setembro, foi o primeiro a premiar “Roma” do diretor mexicano Alfonso Cuarón. Apesar do nome, o filme se passa na cidade do México e pode ser considerado o trabalho mais pessoal do diretor, uma vez que conta suas memórias de como foi crescer nos anos 70 na capital mexicana. Nos últimos anos, Cuarón vem se transformando em um dos maiores nomes do cinema, tendo vencido dois Oscars, com o filme “Gravidade”. “Roma”, que é a primeira experiência da Netflix com as grandes produções cinematográficas, certamente aparecerá em todas as listas de indicados das premiações do próximo ano.

Também em setembro, rola o TIFF, Toronto International Film Festival. O festival canadense tem por tradição antecipar alguns dos filmes que estarão presentes nas indicações da Academia no ano seguinte. E o mais bacana é que quem escolhe o vencedor é o público! Este ano, o ganhador foi “Green Book: O Guia” de Peter Farrelly. Embora seja mais conhecido por comédias do tipo besteirol, como “Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros”, “Quem vai ficar com Mary” e “O Amor é Cego”, que dirigiu juntamente com o irmão Bobby, Peter parece ter finalmente saído da adolescência e fez sua estréia sozinho na direção. Se, a princípio, a história é parecida com a de “Conduzindo Miss Daisy”, neste filme a questão do racismo é melhor explorada e tem um desenrolar mais complexo. Baseado em fatos reais, “Green Book”, conta a história de Tony Lip, o segurança de uma boate de Nova York, que arruma emprego como motorista e assistente de um famoso pianista, o negro Don Shirley. Os dois personagens principais são interpretados pelos talentosíssimos Viggo Mortensen e Mahershala Ali, que já foram indicados para o Golden Globe de 2019.

Os dois festivais mais importantes do Brasil acontecem nos últimos meses do ano. O Festival do Rio exibe cerca de 400 filmes em mais de 29 categorias. Este ano, o grande vencedor foi o brasileiro “Tinta Bruta”, dos diretores Filipe Matzembacher e Márcio Reolon. O filme conta a história de Pedro, um jovem homossexual tímido, vítima de bullying na escola, que é deixado sozinho quando a irmã é transferida a trabalho para outra cidade. Em seu quarto, ele descobre um novo mundo de sexo através da sua webcam. Já o público da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo premiou o filme libanês “Cafarnaum”, de Nadine Labaki. A comovente história da infância perdida de Zain, menino de 12 anos, que foge de casa e mais tarde processa os pais por negligência.

 “A Favorita”, drama que reúne as vencedoras do Oscar Emma Stone e Rachel Weisz, foi o destaque do festival de cinema independente britânico, BIFA. Dirigido por Yorgos Lanthimos, conta as manipulações e as disputas de duas primas que usam todos os meios necessários para conquistar a atenção da Rainha Anne da Inglaterra. Espere tudo deste filme, com direção de fotografia e atuações deslumbrantes, menos que ele seja convencional.

O último festival do ano reúne o que existe de melhor da produção européia. Na edição de 2018, os European Film Awards premiaram o filme polonês “Guerra Fria” de Pawel Pawlikowski. Filmado em preto e branco, ambientado na década de 50 e levemente baseado na história dos pais do diretor, o filme conta 15 anos do complexo e tempestuoso relacionamento de Zula e Wiktor, na Polônia despedaçada do pós-guerra. Conhecido por “Ida”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015, Pawlikowski aproveita “Guerra Fria” para fazer uma declaração de amor a seus pais, que ele diz serem os personagens dramáticos mais interessantes que conheceu em sua vida. Ainda ouviremos falar muito desse filme.

A lista é nossa, a pipoca é por sua conta.

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  • Data: 17/12/2018 09:12
  • Alterado:22/08/2023 21:08
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