Ideia fixa

A cearense Taiana Lima persegue há tempos o sonho de competir nas Olimpíadas. Nos Jogos de Londres, em 2012, a jogadora de vôlei de praia chegou perto, mas acabou ficando de fora. Campeã do Circuito Mundial de Vôlei de Praia em 2013, em dupla com Talita Rocha, Taiana há um ano está com uma nova parceira: Fernanda Berti, que veio do vôlei de quadra. Em maio começaram as etapas do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, que valem para definir as duplas que irão participar dos Jogos em 2016. Para os brasileiros, apenas os Grand Slams e Major Series contarão pontos. Essa semana, Taiana e Fernanda disputarão a vaga do “country cota” do Grand Slam de Porec, na Croácia, de 2 a 6 de junho. “Fernanda e eu estamos muito confiantes e temos chances reais de conseguir uma vaga para as Olimpíadas do Rio”, acredita a atleta de 1,75 m de altura e 66 kg, que mora e treina no Rio de Janeiro.

JOGOS CARIOCAS – Como o vôlei de praia surgiu na sua vida?
TAIANA LIMA – Quando era adolescente, participei do projeto de novos talentos implantado pela CBV. Esse projeto tinha vários polos, e um deles era Fortaleza. A partir daí comecei a dividir minha rotina com o vôlei de praia, pois na época também jogava quadra pelo colégio e clube. Pratico desde os 16 anos e, quando tinha 18, participei do mundial sub 21 na Itália e fui campeã. Foi nesse momento que decidi me dedicar a esse esporte.

JOGOS CARIOCAS – Como o vôlei de praia influiu na sua personalidade?
TAIANA LIMA – Posso dizer que o vôlei de praia me ajudou e me ajuda até hoje a evoluir como pessoa. Viajar e conhecer outras culturas foi algo que enriqueceu muito minha forma de ver e de encarar as situações difíceis. Me considero uma pessoa calma, mas claro que tenho meus momentos de agitação…

JOGOS CARIOCAS – Como é a sua rotina, num dia comum?
TAIANA LIMA – Pela manhã treino com bola de 8 h às 10 h, em seguida temos um acompanhamento de um psicólogo do esporte, onde o trabalho é feito com toda a equipe – técnico, preparador, auxiliares e etc.. Na parte da tarde temos o treino físico, que pode ser realizado na academia ou na areia. Alguns dias treinamos com bola duas vezes – manhã e tarde.

JOGOS CARIOCAS – Quais foram seus momentos mais emocionantes, dentro do esporte?
TAIANA LIMA – O primeiro foi a conquista do meu primeiro mundial sub 21, que foi o pontapé inicial para minha carreira. A partir dele que me motivei e passei a me dedicar por completo ao vôlei de praia. O segundo mais importante foi a conquista do Circuito Mundial em 2013. Cada conquista teve a sua história e foi muito especial. Ganhamos as etapas da China, da Holanda, da Itália, dos Estados Unidos e da Alemanha. No ano passado, fui campeã do Superpraia 2013/2014, campeã da etapa de Haia e vice-campeã da etapa de Moscou do Circuito Mundial 2014 e medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos.

JOGOS CARIOCAS – Como estão suas chances para as Olimpíadas de 2016?
TAIANA LIMA – Fernanda e eu vamos iniciar a disputa no Circuito Mundial, que credencia para a conquista da vaga. Essa Olimpíada vai ser especial por ser em casa e isso é um combustível a mais. É praticamente impossível não sonhar com os jogos Rio 2016, eu moro praticamente ao lado da Vila Olímpica e passo todos os dias por ela para ir treinar, então estou acompanhando diariamente a transformação da cidade para os jogos. Sonhar faz parte e me motiva a treinar mais e mais para se tornar realidade.

JOGOS CARIOCAS – Você teve muitas parceiras no vôlei de praia. É difícil achar a dupla ideal?
TAIANA LIMA – Se fosse para escolher não teria tido muitas parceiras, mas todas as que tive foram muito importantes para meu crescimento profissional e evolução como ser humano. Acredito que para que uma dupla possa ter sucesso, primeiro é necessário ter alguma afinidade – e posso dizer que tive com quase todas. Achar uma parceira ideal é difícil, mas o que sempre busquei foi ser uma boa parceira antes de querer ter uma boa parceira.

JOGOS CARIOCAS – Com é jogar com a Fernanda Berti?
TAIANA LIMA – Está sendo especial. Ela tem pouco tempo de vôlei de praia. Meu papel é ser uma líder dentro de quadra e deixá-la à vontade para jogar o seu melhor voleibol. Além do mais, me divirto demais com ela. Temos uma afinidade fora de quadra muito boa.