Pedalar é preciso

De olho nas Olimpíadas de 2016, a ciclista potiguar Alice Melo se dedica em tempo integral

  • Data: 11/05/2015 08:05
  • Alterado: 11/05/2015 08:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas
Pedalar é preciso

 

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Quem luta por um sonho não tem tempo a perder. É o caso de Alice Melo. Aos 20 anos, a potiguar de Mossoró é uma das apostas de seleção brasileira de ciclismo. Seu nome começou a ter projeção nacional há quatro anos, quando ganhou a medalha de bronze nas Olimpíadas Escolares de 2011. “Foi minha primeira medalha nacional e um dos momentos mais emocionantes da minha carreira”, relembra a atleta, que está na concentração da seleção brasileira adulta na cidade paranaense de Maringá, como preparação para os Jogos Panamericanos de Toronto. “Minha especialidade são as provas de velocidade. Treino no velódromo e na academia, para melhorar minhas condições nas categorias que disputo: Velocidade Individual, Velocidade por Equipes e Keirin”, explica Alice.

Foi justamente nessas três categorias que Alice foi medalha de ouro no Campeonato Brasileiro de 2014 – ganhou também na Perseguição por Equipes, que não é sua especialidade. Esse ano, por causa da convocação para a concentração com a seleção no Paraná, Alice teve de se mudar da cidade paulista de Americana, onde treinava pela equipe de Osasco. Por conta da transferência de estado, Alice se esforça para manter, mesmo à distância, as aulas da faculdade de Educação Física. “Dependendo dos resultados, outras mudanças poderão vir”, prepara-se recém-chegada a Maringá, com um brilho no olhar.

Jogos Cariocas – Como o ciclismo surgiu na sua vida?
Alice Melo – Aos nove anos, acompanhava de bicicleta os treinamentos de meu pai, que é maratonista. Então pedi para ele comprar uma bike mais incrementada. Depois, conheci o Samuel, um amigo que despertou em mim a vontade de competir. Representei o Rio Grande do Norte na Copa Norte/Nordeste e no Campeonato Nacional Junior. Em 2011, fui para às Olimpíadas Escolares e consegui uma medalha de bronze. Foi quando recebi um convite para treinar em São Paulo, em um projeto esportivo do Governo do Estado. Quase que “mãinha” não deixa, mas deu tudo certo… Tive que viajar sozinha, sem nunca antes ter saído de casa… Por fim, conheci o técnico Estevam Mancini e a Lidra Americana, equipe de pista que me proporcionou ser uma das especialistas no ciclismo de velódromo. Quando a equipe da Lidra deixou de existir, no final do ano passado, passei a treinar pela Equipe de Ciclismo de Osasco.

Jogos Cariocas – Como é a sua rotina?
Alice Melo – Acordo às 7:30, treino das 9 h às 12 h, almoço, treino das 15 h às 18 h, volto para casa, janto e durmo às 22 h. Nos intervalos, assisto uns filmes, descanso e ainda estudo um pouco antes de dormir. Mesmo à distância, mantenho o curso de Educação Física durante essa concentração em Maringá. Nesta fase, o objetivo é garantir bons resultados os Jogos Panamericanos de Toronto.

Jogos Cariocas – Como estão suas chances para as Olimpíadas de 2016?
Alice Melo – O ciclismo brasileiro ainda está na luta por vagas. Os Jogos Panamericanos e outras competições internacionais desse ano vão servir para brigarmos por elas. Vamos com tudo para disputar os Jogos do Rio em 2016. Todos sempre sonhamos em competir num um evento desses. Ainda mais em nosso país. Será muito emocionante!

Jogos Cariocas – Como avalia que está a organização das Olimpíadas de 2016?
Alice Melo – As Olimpíadas são o grande espetáculo esportivo do planeta. Pelo que tenho acompanhado, tudo estará preparado dentro do previsto e teremos um velódromo de primeira linha para as competições. Acredito que é importante manter essa estrutura após os Jogos, para garantir a continuidade nos próximos ciclos olímpicos. 

Jogos Cariocas – Em termos de patrocínios, como anda o apoio ao ciclismo brasileiro?
Alice Melo – Hoje conto com o apoio da Seleção Brasileira de Ciclismo, através da Confederação Brasileira de Ciclismo, em parceria com a Caixa Econômica Federal. Atuo também na Equipe de Ciclismo de Osasco, em provas nacionais. Não tenho patrocínios individuais. Muitos atletas ainda passam por dificuldades, pois sabemos da inconstância geral no esporte brasileiro. No ciclismo, não seria diferente. Mas o ciclismo ainda não oferece o retorno de mídia que alguns potenciais patrocinadores esperam, embora seja um país bastante adepto às bicicletas. Poderíamos implantar essa cultura esportiva se a imprensa divulgasse mais as competições. Em termos de seleção, as condições evoluíram bastante, graças às Olimpíadas.

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Crédito:Gabriela Yumi Entrevista com Alice Melo
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  • Data: 11/05/2015 08:05
  • Alterado:11/05/2015 08:05
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