Protocolo Cuidado Hospitalar garante atendimento acolhedor para pessoas trans e travestis

Fluxo de atendimento respeita nome social e identidade de gênero desde a abertura da ficha até a internação, respeitando a especificidade clínica de cada paciente

  • Data: 29/09/2022 10:09
  • Alterado: 15/08/2023 21:08
  • Autor: Renata Nascimento
  • Fonte: PMD
Protocolo Cuidado Hospitalar garante atendimento acolhedor para pessoas trans e travestis

Hospital Municipal de Diadema (HMD)

Crédito:Mauro Pedroso

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Ter o nome social respeitado é um direito para a população transgênero, especialmente quando procura um serviço de saúde. Com o objetivo de garantir esse direito e oferecer um atendimento humanizado e acolhedor, a Prefeitura de Diadema, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), elaborou o Protocolo de Cuidado Hospitalar a Pessoas Trans e Travestis no Hospital Municipal de Diadema (HMD), que respeita o nome social e a identidade de gênero desde a abertura da ficha até a internação, respeitando a especificidade clínica e vulnerabilidade de cada paciente.

O documento foi apresentado na cerimônia de aniversário do Ambulatório DiaTrans, em 15 de setembro, e é resultado de uma construção coletiva que envolveu diversos profissionais do HMD e contou com a parceria da Coordenadoria de Políticas de Cidadania e Diversidades e atende à Política Nacional de Saúde Integral LGBTI+.

“Existiam ainda dúvidas em relação ao atendimento à população trans no Hospital Municipal de Diadema. Diante dessas situações, entendemos que deveria ser feito um documento norteador. Assim, a implantação do protocolo padroniza o atendimento evitando que situações de exposição e de constrangimento ocorram no ambiente hospitalar. Queremos que todos se sintam acolhidos nos momentos em que precisem de assistência médica”, explicou o médico e coordenador geral do HMD, Marco Nadal.

De acordo com o documento, não é indicada a disponibilização de quartos isolados ou exclusivos, para não caracterizar desigualdade e preconceito. O protocolo ainda prevê atuar para eliminação do preconceito e da discriminação; incluir o tema do enfrentamento às discriminações de gênero, orientação sexual, nos processos de educação permanente aos profissionais do HMD; incluir os campos “identidade de gênero”, além do campo de sexo biológico nos registros de triagem, anamnese, fichas de acompanhamento, cartão de vacinação e outros documentos do paciente; lembrar para a(o) usuária (o) da importância sobre a auto identificação para que tenha um atendimento individualizado e humanizado.

Após a abertura da ficha de atendimento, o paciente é encaminhado conforme demanda clínica, observando a identidade de gênero. Caso haja necessidade de internação, o homem trans será encaminhado para enfermaria masculina e a mulher trans ou travesti irá para a enfermaria feminina. O coordenador do HMD esclarece como funcionará o fluxo para questões específicas. “O homem trans que precisa de atendimento, ainda tem útero e ovário e apresenta alguma questão nesses órgãos, a equipe de ginecologia/obstetrícia se dirige ao quarto em que ele está internado. No caso da mulher trans, é a mesma coisa”, garante Nadal.

As ações vão permitir maior acolhimento para este público. “O paciente trans é sempre tratado com a identidade de gênero que se identifica e também pelo nome social, garantindo sua segurança emocional. Caso o paciente necessite, temos psicologia hospitalar e serviço social (serviços que participaram da elaboração do protocolo de atendimento). A enfermaria está sempre assistida por uma equipe de enfermagem e isso, entendemos, garante a segurança física”, finaliza.

Avanços

Mas não para por aí. Segundo o coordenador de Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência do município, José Weiller, já estão em processo de desenvolvimento os protocolos adaptados para acolhimento, atendimento e internação específicos da população LGBTQIA+ nos demais pontos da Rede de Urgência e Emergência.

Políticas Públicas

Desde o início da gestão, a Prefeitura tem adotado novas políticas à população LGBTQIA+, do atendimento na área da saúde, com o inédito Ambulatório DiaTrans, à constituição da Coordenadoria de Políticas de Cidadania e Diversidades, que auxilia e projeta ações para esse público.

Serviço:

Hospital Municipal de Diadema (HMD)

Avenida Piraporinha, 1.682 – Piraporinha.

Tel.: 4061 7000.

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