Ala radical
Aos 22 anos, Isabela Ramona é a cara de renovação da seleção brasileira feminina de basquete
- Data: 25/01/2016 08:01
- Alterado: 25/01/2016 08:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
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O cabelo no estilo “moicano” – raspado de um lado – combinado com múltiplas trancinhas do outro, o “piercing” no septo e o sorriso contagiante no rosto expressam bem a jovialidade irreverente da baiana Isabela Ramona. Aos 22 anos – completados no dia 23 de janeiro –, a ala de 1,80 m é uma das maiores promessas do basquete feminino brasileiro e fez parte dos mais expressivos resultados da seleção nacional nos últimos anos. Aos 17 anos, estava no time que conquistou em 2011 a terceira colocação no Mundial Sub-19, no Chile. E também foi um dos destaques na equipe que arrebatou o título de campeã sul-americana no Equador, em 2014. Mas sua trajetória esportiva começou bem antes. Já arriscava as primeiras cestas antes dos 13 anos, mas foi quando se mudou com sua mãe Iris para o Rio de Janeiro que começou a levar o basquete mais a sério. Na futura cidade olímpica, jogou no Fluminense e no Mangueira. Dois anos após chegar ao Rio, em 2009, já estava na seleção brasileira sub-16 que foi quarta lugar na Copa América, disputada no México. Depois, migrou para o basquete paulista, onde jogou no Divino, de Jundiaí, no Guarulhos e no São José Desportivo, de São José dos Campos. Em agosto de 2015, transferiu-se para o Sampaio Corrêa Basquete. O tricolor maranhense disputa com outros cinco times brasileiros a edição 2015/2016 da Liga Brasileira de Basquete Feminino e é o atual líder da competição. Mas, para Isabela, o torneio mais importante do ano é outro. “Às vezes não acredito que de fato tenho grandes chances de jogar as Olimpíadas aos 22 anos e no meu país”, comemora a atleta, que faz parte do Time Nissan.
Jogos Cariocas – Como se aproximou do basquete? E quando percebeu que poderia ser uma atleta de excelência?
Isabela Ramona – Eu comecei a jogar de verdade quando me mudei para o Rio, por influência de um primo que jogava. Só percebi mesmo que poderia ter futuro no basquete após a minha primeira convocação para a seleção brasileira de base, aos 14 anos. Mas o passo definitivo para começar a me tornar uma atleta de alto nível foi aos 16, quando saí de casa, no Rio, e fui para São Paulo para jogar um campeonato mais competitivo. Assim se iniciou a minha carreira profissional.
Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no esporte? E o que seria importante aprimorar?
Isabela Ramona – Sempre há coisas pra melhorar! Sou uma jovem jogadora e com certeza posso evoluir em todos os aspectos. Jogo como ala e meus pontos forte são a defesa e a infiltração.
Jogos Cariocas – Como o basquete influiu no seu jeito de ser?
Isabela Ramona – Sou tranquila. O basquete ajudou a definir meu caráter, a me tornar uma pessoa mais disciplinada e focada. Dentro da quadra, sou bem agitada e tenho muita energia, mas fora sou até bem calma.
Jogos Cariocas – Qual é a melhor parte de praticar o basquete? E a parte chata?
Isabela Ramona – Difícil essa pergunta! Eu sou apaixonada por esse esporte, tudo no basquete me encanta! Certos treinamentos de fundamentos não são dos mais legais, porém são necessários. Então busco fazer todos com alegria.
Jogos Cariocas – Como é a sua rotina, num dia comum?
Isabela Ramona – Atualmente, moro em São Luís no Maranhão, onde jogo pelo Sampaio Corrêa. Em dias comuns, tenho academia pela manhã e em seguida, treino na quadra. Volto para casa, descanso um pouco e volto para mais um treino na quadra.
Jogos Cariocas – Como estão as chances da seleção brasileira de basquete feminino nas Olimpíadas de 2016?
Isabela Ramona – É complicado falar sobre as chances que teremos nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, quando enfrentaremos as melhores equipes femininas do planeta. Mas estamos trabalhando para fazer o nosso melhor e apresentar ao mundo um basquete bem competitivo.
Jogos Cariocas – Já sonhou com os Jogos Rio 2016?
Isabela Ramona – Vivo sonhando com os Jogos Olímpicos! A oportunidade de entrar na quadra nos Jogos Rio 2016, vista de perto pelos meus familiares e amigos, será algo realmente indescritível!
Jogos Cariocas – O fato de atuar em casa, embalado pela torcida local, pode representar uma vantagem para o basquete feminino brasileiro?
Isabela Ramona – Com certeza será vantajoso sentir a energia da torcida e saber que, entre eles, estarão pessoas que são realmente muito importantes para você. Isso fará toda a diferença!