Petrobras patrocina conservação de botos-cinza, espécie ameaçada de extinção

Projeto Boto-cinza atua no Lagamar, um dos últimos estuários intocados de Mata Atlântica da costa brasileira

  • Data: 16/03/2022 15:03
  • Alterado: 17/08/2023 07:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Petrobras
Petrobras patrocina conservação de botos-cinza, espécie ameaçada de extinção

Boto-cinza

Crédito:Divulgação

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Pesquisadores do Projeto Boto-cinza, executado pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, consolidaram os resultados das ações de conservação dessa espécie de golfinho realizadas desde março de 2020, quando o projeto, aprovado na Seleção Pública de 2018, passou a receber o apoio financeiro da Petrobras.

Entre os resultados do projeto está a estabilidade populacional dos botos-cinza e turismo de observação estimado em pelo menos R$ 1,5 milhão a cada temporada. Os pescadores artesanais também se beneficiam da espécie, que atrai cardumes para perto das armadilhas utilizadas na pesca artesanal local.

O projeto atua na conservação da espécie e de seu habitat a partir de quatro pilares: pesquisa, políticas públicas, educação ambiental e o Programa Jovem Pesquisador. Os resultados apontam para uma estabilidade da população de botos-cinza, que têm o status de conservação “vulnerável” na Lista da Fauna Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção.

Uma das ações é o monitoramento da população dos botos, que permite avaliar a interferência de atividades humanas no ciclo de vida nos animais. “Contabilizamos cerca de 400 botos-cinza, número semelhante ao que tínhamos registrado há 6 anos. Essa estabilidade demonstra que a população local da espécie está em boa saúde e que as ações de conservação trazem efeitos práticos. É um dado relevante especialmente por ser uma espécie de reprodução lenta, com um filhote por fêmea a cada dois ou três anos”, explica Caio Louzada, coordenador do projeto. 

O boto-cinza (Sotalia Guianensis) é um dos menores golfinhos que habitam a região costeira ao longo da América do Sul e Central. A presença na costa, explicada pela disponibilidade de alimentos, torna a espécie mais vulnerável a interações com atividades humanas, como pesca e tráfego de embarcações. 

Além do censo da população de botos, foram realizados estudos sobre o comportamento dos animais e da bioacústica, como a análise dos assobios característicos da espécie que utiliza o som para se comunicar e se orientar espacialmente. 

Resultados com retorno à comunidade 

Ao longo de dois anos, foram percorridos pela equipe do projeto mais de 3 mil quilômetros. Os números das ações em campo demonstram o esforço para o levantamento de dados: 

– Mais de 480 horas de trabalho embarcado 

– 94 horas de observação direta 

– 4.194 assobios analisados 

– Mais de 25 mil fotos registradas, utilizadas na identificação dos animais por meio de marcas que possuem nas nadadeiras dorsais, que podem ser resultado de interações antrópicas ou com o meio ambiente. 

Todo esse acervo de informações subsidia ações públicas, como leis de controle a atividades náuticas, e pesquisa científica, além de serem utilizadas em capacitações de barqueiros para que participem das ações de conservação da espécie, que tem importância econômica e cultural para o litoral Sul paulista. 

Sua conservação se reflete ainda no equilíbrio ecológico do Lagamar, uma das regiões mais preservadas do país. Por toda essa importância local, o boto-cinza passou a ser considerado patrimônio natural e símbolo de Cananéia em dezembro de 2021, título conquistado com a aprovação de um projeto de lei municipal idealizado pelos pesquisadores do Projeto Boto-cinza. 

Segundo Caio, graças ao apoio do Programa Petrobras Socioambiental, as ações de conservação foram mantidas de forma continuada e com maior alcance dentro da comunidade. Esse trabalho possibilita melhor orientação das atividades humanas que têm interação com a espécie e a participação em políticas públicas com resultados práticos para a conservação. 

Programa Petrobras Socioambiental 

A Petrobras patrocinou o Projeto Boto-cinza pela primeira vez em 2011. À época, o apoio financeiro viabilizou, segundo integrantes do projeto, uma grande evolução nas ações. Os recursos foram revertidos em equipamentos de ponta, embarcações de pesquisa, suporte financeiro a pesquisadores e diversificação de atividades de educação ambiental em comunidades mais distantes. 

O Programa Petrobras Socioambiental apoia soluções socioambientais nos territórios onde atua, em várias regiões do país, por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. São apoiadas iniciativas voltadas para a conservação da biodiversidade costeira e marinha; recuperação de florestas e áreas naturais; geração de emprego e renda; preparo para o exercício da cidadania; atendimento de crianças e adolescentes; entre outras. 

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  • Data: 16/03/2022 03:03
  • Alterado:17/08/2023 07:08
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  • Fonte: Petrobras









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