De olho no futuro
Aos 16 anos, o arqueiro Marcus Vinicius D'Almeida é uma das esperanças olímpicas brasileiras para 2016
- Data: 08/12/2014 12:12
- Alterado: 08/12/2014 12:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
A evolução de Marcus Vinicius D’Almeida é rápida como uma de suas flechas – e elas chegam a atingir os 240 km/h. Começou há apenas quatro anos no tiro com arco, esporte mais conhecido como “arco e flecha”, e já está entre os dez melhores atletas da modalidade no mundo. Na semana passada, o 40º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco ocorreu no Sambódromo carioca, no mesmo local onde será disputada a competição olímpica desse esporte em 2016. E a grande atração era exatamente esse carioca de 16 anos, 1,85 m de altura, 84 kg, olhos castanho-esverdeados, com um ar tímido e compenetrado. Ele arrebatou as medalhas de ouro em equipes masculina e mista, pelo CT Maricá/Íris. E levou também o ouro individual ao superar Daniel Rezende Xavier, representante brasileiro na categoria nos jogos de Londres, em 2012.
Tanta expectativa em torno de um atleta tão jovem se justifica por sua impressionante sequência de resultados. Bronze no Brasileiro do ano passado, em 2014 conquistou ouro individual e em equipes masculina e mista nos Jogos Sul-Americanos, no Chile, a medalha de prata nas Olimpíadas da Juventude de Nanquim, na China, e ainda sagrou-se vice-campeão no Mundial em Lausanne, na Suíça, competindo com adultos. Agora, no Brasileiro de 2014, o prestígio internacional finalmente se confirmou por aqui.
Desde os 14 anos, Marcus Vinicius mora em Campinas, junto com a equipe brasileira adulta de tiro com arco, onde se dedica a um ritmo intensivo de treinos. Como muitos colegas do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Dom João Nery, ainda não sabe que universidade quer fazer. Mas já tem certeza de onde pretende estar em agosto de 2016. “Sonho com os jogos do Rio e estou treinando para estar lá. Minha concentração é um ponto forte. Preciso aprimorar a parte física de exercícios”, avalia. Na entrevista, o jovem arqueiro fala de sua trajetória rumo à realização de seu sonho olímpico.
JOGOS CARIOCAS – Como se aproximou do tiro com arco? Praticava outros esportes antes?
MARCUS VINICIUS – Fiz quatro anos de jiu-jitsu, três de natação, fiz vela… Em 2010, eu tinha 12 anos e morava em Maricá, quando Confederação Brasileira de Tiro com Arco chegou à cidade. É um espaço grande, bacana e você acaba conhecendo alguém que faz o esporte por lá. Fui fazer para ver como era e acabei me apaixonando. O arco me encantou porque quase todo fim de semana você pode competir. Gosto de competir porque dá para ver o resultado dos treinos.
JOGOS CARIOCAS – Como o esporte influi no seu jeito de ser?
MARCUS VINICIUS – O tiro com arco me trouxe algum amadurecimento. Em 2012, fui convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. E com 14 anos saí de casa para morar em Campinas com outros atletas, para treinar junto com a equipe adulta.
JOGOS CARIOCAS – Qual é a coisa legal de ser uma atleta?
MARCUS VINICIUS – Gosto das competições, onde posso observar a cada disputa a evolução do meu desempenho. Sou insistente. Quando uma coisa não está dando certo, continuo tentando. Ganhar a medalha nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanquim, em agosto, foi o momento mais emocionante.
JOGOS CARIOCAS – E qual é a coisa chata de ser uma atleta?
MARCUS VINICIUS – Bem, eu me mudei de casa aos 14 anos para me dedicar intensivamente aos treinamentos, junto com a seleção adulta de tiro com arco. Por mais que hoje já esteja acostumado, ainda sinto saudades de casa…
JOGOS CARIOCAS – Como é a sua rotina?
MARCUS VINICIUS – Estudo de manhã e treino na parte da tarde. Treino uma média de seis horas por dia.
JOGOS CARIOCAS – O que espera das próximas Olimpíadas de 2016, no Rio?
MARCUS VINICIUS – Espero que seja muito bem organizado, que possamos contar com a torcida brasileira e Brasil consiga alcançar sua meta de medalhas. Já tivemos um grande avanço dentro do tiro com arco, mas ainda temos muito a melhorar. No Sambódromo, onde será a competição em 2016, o vento muda muito de direção. Quem estiver mais acostumado, levará vantagem na disputa.