Estudantes da UFABC são finalistas no Prêmio Alimentação em Foco 2017
Time da Universidade Federal do ABC em Santo André receberá apoio financeiro e orientações da Enactus Brasil e da Fundação Cargill para projetos na área da alimentação
- Data: 15/12/2016 17:12
- Alterado: 15/12/2016 17:12
- Autor: Redação
- Fonte: S2Publicom
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Um time de estudantes da Universidade Federal do ABC – UFABC, de Santo André (SP) foi selecionado pelo Enactus Brasil e Fundação Cargill para a próxima etapa do Prêmio Alimentação Em Foco 2017. O projeto ligado aos temas agricultura familiar, combate ao desperdício de alimentos, educação alimentar e empreendedorismo na cadeia de valor da alimentação está entre os 15 selecionados para receber apoio financeiro e mentoria.
Com a premissa de que a criatividade é uma força inesgotável de conhecimento e, somada à capacidade de empreender, uma ferramenta poderosa para a construção de um futuro melhor para todos, o Enactus Brasil e a Fundação Cargill analisarão os resultados de cada projeto em junho do próximo ano, selecionando os cinco melhores para participar do Campeonato Nacional Enactus Brasil 2017. Na ocasião, os times serão avaliados durante suas apresentações pela equipe da Fundação Cargill que elegerá os dois vencedores do prêmio apoiados nos critérios social, financeiro e ambiental.
CONFIRA O PROJETO DOS ESTUDANTES DA UFABC E SEUS CONCORRENTES:
• UFABC
O projeto Mãos à Horta consiste na criação e implementação de uma horta comunitária na comunidade Pintassilva, em Santo André. O projeto tem como objetivo gerar renda aos participantes e estabelecer um comércio de verduras e legumes na região para melhorar as condições de vida das pessoas, assim como o acesso da comunidade a produtos orgânicos, frescos e saudáveis. Dessa forma, pretende-se empoderar pessoas, promover consciência ambiental, educação alimentar e consumo sustentável de alimentos. Atualmente o Mãos à Horta encontra-se em estágio inicial, realizando contato com moradores e iniciando as primeiras ações de plantio e desenvolvimento estratégico junto à comunidade.
• CEFET-RJ
O Gaia é um projeto de economia colaborativa que utiliza o Grupo “Comida da Gente” na rede social Facebook para ligar diretamente o pequeno produtor ao consumidor. O produtor anuncia a venda de seus produtos por meio de listas e os compradores se organizam de forma colaborativa para a distribuição dos produtos. O agricultor se beneficia porque expande as suas vendas para um novo mercado e corta os custos abusivos de um atravessador, enquanto o consumidor consegue comprar um produto de qualidade por um preço acessível. O projeto contribui padronizando as listas que são usadas para as vendas e ajudando mais produtores a terem acesso a essa nova forma de comércio.
• EEL USP
No Projeto Fênix são usadas técnicas de agrofloresta e permacultura para a manutenção dos orgânicos, tendo como resultado a agricultura sintrópica, harmônica e não extrativa; diferenciando-se, assim, da agricultura convencional. A horta orgânica é localizada na Comunidade Terapêutica Efraim, um centro de tratamento de dependentes químicos e funciona como tratamento adicional dos internos envolvidos. Para os que não tem interesse pela horta, existem também oficinas de artesanato e marcenaria. Como atividade complementar, o time realiza treinamentos semanais na comunidade Efraim, com intuito de desenvolver capacidades e competências dos internos. Além disso, o Fênix promove e divulga conceitos de alimentação saudável em duas esferas: internamente na comunidade e externamente na universidade e na cidade por meio da venda de produtos para restaurantes e em feiras agrícolas.
• ESAG UDESC
O Projeto Arapuã consiste em um empreendimento social que objetiva empoderar economicamente comunidades localizadas em áreas de manguezais, por meio da apicultura e comercialização de própolis e mel que, consequentemente, gera renda extra e constante. Importante salientar que o projeto é uma iniciativa inovadora e que pretende ser pioneiro na produção de própolis vermelha no sul do Brasil. Recém descoberta essa substância é muito valorizada e vem demonstrando resultados comprovados no controle de diabetes, HIV e outras. Assim que as primeiras amostras de própolis forem colhidas passarão por testes laboratoriais a fim de se verificar se o material possui propriedades medicinais semelhantes às da espécie de própolis mencionada. A ideia inicial do projeto é implementar um piloto com 20 caixas e duas famílias para avaliar a viabilidade.
• FACULDADE LUCIANO FEIJÃO
A seca enfrentada pela população rural nordestina originou, por iniciativa do padre João Batista Frota, Pároco da igreja do Patrocínio, em Sobral, o “Projeto Cabra Nossa de Cada Dia” em 17 comunidades do município, dentre elas São Domingos, onde se instalou em 1993. O projeto vislumbra uma oportunidade de minimizar os índices de mortalidade infantil, objetivando qualidade de vida às famílias carentes de baixa renda, assegurando uma alimentação básica para crianças e idosos, por meio da obtenção do leite de cabra.
Apesar de todos os benefícios que o projeto proporcionou, hoje a Comunidade não utiliza a caprinocultura como principal atividade de geração de renda e promoção do desenvolvimento.
O Projeto proposto, continuação do que vem fazendo a Coordenadoria de Extensão da Faculdade Luciano Feijão, juntamente com os cursos de Psicologia, Administração e Direito, pretende apoiar a ampliação da produção e, principalmente, a venda dos derivados da caprinocultura produzidos.
• IFCE IGUATU
O Projeto MUDAS busca trabalhar fatores que engajem os participantes do projeto visando o lado social, econômico e ambiental. As atividades desenvolvidas serão palestras e cursos voltados a produção de frutas e hortaliças, além de cursos de fabricação de polpas, doces e bolos que evitarão o desperdício de alimentos, curso de informática para jovens para que eles busquem o lado empreendedor, implantação e ampliação de hortas e pomares, criação de uma fábrica de beneficiamento da produção, promoção de feiras para a comercialização dos produtos, e assistência técnica especializada em diversas áreas: saúde, agricultura e estética. Reflorestamento de corpos hídricos da comunidade e promoção da inclusão de uma nova atividade produtiva: criação de aves para abate e postura.
• LEÃO SAMPAIO
A comunidade perde cerca de 30% dos produtos que seriam comercializados, durante a colheita e o transporte para os locais de vendas. Os produtos danificados retornam para a comunidade e havendo poucas possibilidades de venda, as frutas e os legumes são utilizados como alimentos para animais ou adubo para plantas. O projeto é realizado com dezessete mulheres que têm suas rotinas ligadas principalmente aos serviços domésticos e que dependem economicamente de seus maridos. A falta de oportunidades e bem como o dever de cuidar dos filhos faz com que não tenham acesso ao mercado de trabalho e permaneçam em seus lares. Assim, o projeto visa proporcionar a essas mulheres uma vida financeira ativa, criando uma cozinha comunitária de reaproveitamento dos frutos, dando origem a associação de produtoras de doces e bolos Sonhos de Maria que serão comercializados ems feiras livres, supermercados e padarias da região.
• UFAL
A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem o uso do solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva contendo água e todos os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento. Para o projeto, usa-se o sistema desenvolvido pelo Eng. Agrônomo Mário Calheiros de Lima, composto por uma base suspensa de madeira, onde garrafas PET são usadas como canaletas para o cultivo das plantas. A utilização das garrafas reduz os custos de construção, comparado aos métodos tradicionais que usam canos de PVC, o que permite a implantação em comunidades vulneráveis e com áreas degradadas. A hidroponia possui alto potencial produtivo em pouco espaço de tempo, inserindo as comunidades em um ciclo produtivo. Com foco de atuação na ONG Inaê será desenvolvido um viveiro para a produção de mudas, visando o incentivo para a construção de novas hortas hidropônicas na cidade, fomentando a produção de alimentos no cenário urbano.
• UFAM
A região amazônica é rica em espécies de frutas regionais, únicas e exóticas. Entretanto, devido às longas distâncias entre o local de coleta e o local de venda, ao clima equatorial e as pobres condições de transporte e conservação, há grande desperdício e perda de frutas antes que cheguem ao consumidor. O Projeto Sumaúma visa diminuir o desperdício dessas frutas por meio da criação de um processo de produção de polpas de frutas amazônicas, produto que possui alta demanda na região, mas ainda é pouco explorado em áreas mais afastadas da capital amazonense. A polpa garantirá a conservação, possui logística mais fácil e tem grande espaço em feiras e mercados. A comunidade será educada para realizar essa produção, bem como receberá instruções relacionadas a técnicas agrícolas e de coleta, garantindo a sustentabilidade do ecossistema terrestre. Para garantir o aproveitamento total das frutas, o projeto também explorará a transformação de resíduos (cascas e caroços) em artesanato.
• UFOPA
O projeto será realizado no Quilombo de Murumuru, localizado a margem esquerda da PA-370, rodovia Santarém Curuá-Una com ações voltadas a capacitações para melhoramento de produtos, oficinas de economia solidária, consultorias jurídicas e cursos técnicos para realização do manejo, assim como para produção de artesanato e produtos derivados do açaí. Tem como objetivo valorizar e desenvolver as potencialidades da comunidade quilombola, oportunizando a melhoria na produção e promovendo o desenvolvimento econômico por meio da realização do manejo do açaí, assim como contribuir com a promoção da organização social, produção artesanal e de subprodutos do açaí.
• UFRJ
Telhados verdes conferem diversas vantagens para as residências e microclima de um espaço. O uso da área de telhado das casas das comunidades permite o cultivo de plantas comestíveis (por exemplo, a Pitaya), assim como o crescimento de outras plantas que fornecerão conforto térmico (redução de até 11 graus em relação a casa sem a cobertura vegetal), além de promover conforto visual e mitigação da poluição do ar. A proposta envolve o desenvolvimento, disseminação e aplicação de uma nova técnica de telhados vivos, assim como a aproximação dos moradores das favelas com a cultura alimentar saudável. Tal tecnologia é mais acessível e mais segura, pois não utiliza a terra como substrato, diminuindo o peso total do telhado. A técnica é tese de doutorado de Bruno Rezende, biólogo formado na UFRJ. Após a instalação, os integrantes da residência podem consumir e vender os alimentos, emponderando financeiramente e promovendo uma alimentação mais saudável para os moradores.
• UFSCAR
O Projeto Muda 8 surgiu da necessidade de reduzir o descarte irregular de lixo em um bairro de periferia da cidade de São Carlos, visando melhora na qualidade de vida e redução na transmissão de doenças. A iniciativa realizou a retirada de 150 toneladas de lixo de um terreno da prefeitura e construiu a Horta Modelo, com o objetivo de manter o terreno limpo e fornecer alimentos e renda aos moradores. Os alimentos produzidos são vendidos por um preço menor que o mercado e consumidos frescos e livres de agrotóxicos. As vendas são realizadas nos Dias Verdes, que também tem como objetivo promover a conscientização ambiental. A horta recebe mutirões comunitários periódicos para sua manutenção. O sucesso da Horta Modelo, que conta com um planejamento estratégico e técnicas de controle de produção, visa mostrar que outros terrenos como esse podem ser alvo de iniciativas similares.
• UFU
O projeto consiste em auxiliar a CAPFARP a reativar a agroindústria de farinha de mandioca já existente no assentamento e, desta forma, promover o desenvolvimento socioeconômico da comunidade. Assim, o projeto se propõe a qualificar os membros da CAPFARP à gerir a agroindústria; ampliar a produtividade da mandioca; regularizar formalmente a cooperativa; desenvolver técnicas para aumentar a eficiência do processo produtivo da fábrica; implementar políticas de segurança no trabalho; realizar a manutenção do maquinário; desenvolver técnica de manejo dos resíduos gerados na produção; buscar a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a produção e estabelecer os canais de escoamento da farinha produzida. As metas estão sendo alcançadas por meio de parcerias com empresas juniores e o grupo PET da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), além de empresas privadas.
• UFV-CRP
O distrito de Chaves é uma comunidade com tradição em produzir alimentos com qualidade e reconhecimento, porém, por falta de apoio, ambição, união e conhecimento técnico, seu mercado não se expandiu além dos conhecidos que passam próximo ao local. Com o passar do tempo e com palestras realizadas pelo time Enactus UFV-CRP, foi possível perceber que as quitandas da comunidade, assim como outros alimentos primários produzidos artesanalmente podem ter um alcance muito maior.
• USP CIDADE UNIVERSITÁRIA
O Cyclus é um projeto de geração de renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade carente localizada próximo à universidade, por meio da venda de produtos da horta comunitária e do uso de adubo produzido no local. No local, será utilizada a compostagem (produção de adubo), rotação de cultura e técnicas de preservação do solo, ensino de aproveitamento total dos alimentos e outras atividades norteadas pelo marco da educação alimentar e nutricional (EAN), além de aulas de alfabetização vinculadas à conscientização alimentar e ambiental, permitindo que a população possa acessar o conhecimento compartilhado. O grupo optou também, para a realização de tais atividades, pelo uso de um sistema de incentivos: a quantidade de orgânicos destinada à composteira gera uma “moeda” proporcional, que pode ser utilizada para obtenção de descontos em comércios parceiros (ex: casas de construção) e na compra de alimentos da horta.
SOBRE A FUNDAÇÃO CARGILL
Há mais de 40 anos, a Fundação Cargill tem sido um agente transformador nas comunidades e causas em que atua. Seu foco de atuação está voltado à promoção da alimentação saudável, segura, sustentável e acessível, com iniciativas que vão desde o campo até o consumidor final. Mais informações: www.alimentacaoemfoco.com.br.
SOBRE A ENACTUS
É uma organização internacional sem fins lucrativos que fomenta o empreendedorismo social dentro das universidades. Está presente em 36 países e em mais de 1700 instituições de ensino. No Brasil, atua desde 1998 e tem times espalhados em mais de 90 universidades com projetos que causam impacto positivo na vida dos mais necessitados por meio de ações empreendedoras. Espera agregar o aprendizado na sala de aula e a criatividade dos jovens para colaborar com um mundo mais justo e sustentável.
No Brasil, a Enactus já impactou mais de 9.000 pessoas diretamente pelos projetos, em 2016. Pelo menos 2000 estudantes e 150 professores contribuíram para melhorar o ambiente por meio do empreendedorismo social. Enactus não é proposta de projetos, Enactus são projetos executados, é parceria e colaboração.