Via Streaming – “Rainha Cleópatra” – Por outra perspectiva
Novo documentário sobre Cleópatra reacende discussões raciais e pretende recontar a história da mulher mais famosa da história
- Data: 03/05/2023 07:05
- Alterado: 31/08/2023 22:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
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Rainha do Egito por mais de 20 anos, Cleópatra é uma das mulheres mais famosas e influentes da Antiguidade Clássica, tendo sido a última rainha do Egito. Ainda em vida, muitas histórias se construíram ao redor de sua figura, que tinha como principal objetivo de vida garantir a independência do Egito e o seu poder como faraó. Porém, um dos aspectos pelo qual ficou mais conhecida foram os seus envolvimentos amorosos com dois líderes romanos, Júlio César e Marco António (com quem teve um relacionamento de dez anos e três filhos), que lhe deram a fama de mulher sensual e fatal.
Com o passar dos anos, vários aspectos da história mundial foram sendo revisitados e, o que antes reduzia a sua figura ao envolvimento com dois homens poderosos, hoje traz Cleópatra como uma figura extremamente perspicaz, inteligente e ativa no jogo político da época. Atuava de forma a evitar que o Egito fosse engolido pelo Império Romano em ascensão – assim como ocorreu com várias outras nações do Mediterrâneo. É nessa perspectiva que se insere a produção documental “Rainha Cleópatra”, uma série original da Netflix que estreia dia 10 de maio na plataforma de streaming.
Uma combinação de documentário – onde traz trechos de entrevistas com historiadores e pesquisadores do assunto – e encenação, “Rainha Cleópatra” faz parte de um projeto maior da produtora Jada Pinkett Smith de contar a história de grandes rainhas africanas e debater o seu legado para as gerações posteriores. Essas histórias por muito tempo tem sido invisibilizadas e resgatar essa herança de potência do continente africano faz parte do objetivo de vida dos envolvidos na produção. Ao mesmo tempo, a escalação de uma atriz negra para o papel de Cleópatra teve reações mistas. Muitas pessoas gostaram da iniciativa, encarada com um ato político, mas outras não – como o advogado Mahmoud al-Semary que entrou com um processo judicial contra a Netflix alegando que a plataforma estaria distorcendo a história e identidade do Egito.