Valor crítico de 1,5 ºC de aquecimento global pode ser atingido em 2024, diz especialista

James Hansen, especialista em ciências climáticas que alertou o mundo sobre o aquecimento global na década de 80, prevê um planeta ainda mais quente em 2024

  • Data: 10/01/2024 15:01
  • Alterado: 10/01/2024 15:01
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: The Guardian
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Crédito:Reprodução

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A meta de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC — estabelecida em 2015 pelo Acordo de Paris — pode ser ultrapassada ainda este ano. É o que afirma James Hansen, ex-cientista da NASA que foi um dos pioneiros em alertar o mundo sobre as mudanças climáticas, ainda nos anos 1980. 

Embora pesquisadores estejam prevendo que este limiar deva ser ultrapassado apenas na década de 2030, Hansen — físico atmosférico que passou 47 anos trabalhando na agência espacial americana — alerta que a questão pode ser ainda mais urgente. De acordo com o especialista, as mudanças climáticas em progresso atualmente, amplificadas pelo fenômeno El Niño, podem levar o planeta à marca de 1,7 ºC de aquecimento em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial.

James Harden foi um dos  primeiros cientistas a alertar o mundo sobre o aquecimento global
James Harden foi um dos primeiros cientistas a alertar o mundo sobre o aquecimento global (Imagem: ClimateDispatch)

Mas, mesmo se as suspeitas de Hansen se confirmarem, a humanidade ainda terá uma chance de cumprir seu objetivo climático definido há 9 anos. O consenso entre especialistas é que apenas uma medição acima dos 1,5 ºC de aquecimento não é o bastante para dizer que o Acordo de Paris falhou — para isso será necessário uma sequência de anos que ultrapassem este limite. 

Aquecimento global acima de 1,5 ºC

“Estamos no processo de mudança para um mundo 1,5 ºC [mais quente],” declarou James ao jornal britânico The Guardian. O cientista, em conjunto com dois outros pesquisadores, fez uma declaração de que, na prática, o planeta já está funcionando em um regime diferente. Isso porque o atual “desequilíbrio energético garante que a temperatura continue subindo.” 

O “padrinho das ciências climáticas,” como é conhecido, afirma que a diferença entre a energia que a Terra vem absorvendo e a que ela devolve para o espaço só aumenta. Para reverter a situação, Hansen diz que a humanidade deve tomar medidas significativas.

2023 já foi o ano mais quente de que se tem registros, superando o recorde anterior, de 2016, que também foi um período de El Niño ativo. Embora líderes globais reforcem estarem comprometidos no combate às mudanças climáticas, emissões de carbono também chegaram no último ano aos maiores níveis já vistos. 

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  • Data: 10/01/2024 03:01
  • Alterado: 10/01/2024 03:01
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: The Guardian









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