Tráfego de streaming de Tóquio-2020 mais que dobrou em comparação à Olimpíada do Rio-2016
Aumento do consumo de conteúdo e crescimento no streaming alavancaram atuação de criminosos na indústria
- Data: 24/08/2021 14:08
- Alterado: 24/08/2021 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Akami
Crédito:Divulgação
Mesmo acontecendo um ano após o previsto e em meio a pandemia, a Olimpíada de Tóquio geraram números altos de tráfego de streaming, conforme registrado pela Akamai, empresa líder para proteger e fornecer experiências digitais. Os jogos valendo medalha no beisebol, basquete e futebol, junto com várias finais de atletismo, elevaram o tráfego a 10 Tbps no dia 7 de agosto, mais que o dobro do pico de 4,5 Tbps observado pela empresa durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016, e aqui estamos falando apenas do tráfego relacionado a transmissão específica deste evento
O tráfego médio de pico para o evento completo foi de 8,3 Tbps comparado a 3 Tbps durante a Rio 2016. No total, a Akamai transmitiu 500 milhões de horas de vídeo de Tóquio, em comparação com as 234 milhões de horas de vídeo entregues durante todo o evento no Rio. Os números altos não são uma exclusividade das Olímpiadas. Nos meses de junho e julho, a Akamai registrou um pico de tráfego de 35 Tbps na Eurocopa, com uma média de 17,5 Tbps em cada partida. O aumento do consumo de conteúdo audiovisual pode ser atribuído em parte ao isolamento social, que gerou um boom do streaming, mas muito pela mudança de comportamento da sociedade em geral, que passou a consumir estes conteúdos nos diversos dispositivos utilizados diariamente.
Mas, junto com esse crescimento, a indústria de mídia também se tornou alvo para os criminosos cibernéticos.
De acordo com um relatório da Akamai, em março de 2020, um único serviço de mídia de vídeo na Europa sofreu um grande aumento nos ataques, chegando a mais de 348 milhões de tentativas de login mal-intencionado em 24 horas. No Brasil, foram registrados mais de 649 milhões de tentativas de ‘login’ mal-intencionados, apenas no primeiro trimestre de 2020.
Os ataques, no entanto, já seguiam uma tendência de aumento desde antes da pandemia. Ataques de pirataria contra sites de TV tiveram um aumento de 630% e os golpes com alvo em websites de vídeo aumentaram 208%, de 2018 para 2019. Ainda segundo o relatório, os ataques de credencial contra serviços de vídeo aumentaram 98%, enquanto os ataques contra plataformas de vídeo caíram 5%.
Segundo Helder Ferrão, gerente de marketing da Akamai na América Latina, é preciso que as empresas estabeleçam monitoramento contra ameaças. “Em muitos casos as empresas têm dificuldade em identificar as ameaças e se estão sendo alvo de pirataria, por isso o monitoramento é essencial para combater os criminosos. Na Akamai, o posicionamento Zero Trust Security, por exemplo, tem possibilitado às empresas formarem uma base de esforço concentrado contra a pirataria revisando o perímetro de proteção e estabelecendo novos processos ou ajustando a proteção do ambiente. Para um de nossos clientes foi possível mapear que cerca 40% do total das visualizações eram fraudadas e, assim, reduzir inicialmente em 75% a pirataria de conteúdos, e depois ampliar a proteção com outros produtos para complementar a proteção.”
Para a indústria de streaming e organizações esportivas, a pirataria pode ter um alto custo financeiro. Sem a mitigação dos ataques cibernéticos nesse âmbito, a existência da indústria do entretenimento pode estar ameaçada. Com o objetivo de ajudar as empresas se protegerem de possíveis ataques, a Akamai organizou informações sobre diferentes grupos de ataque que atuam diretamente para o crescimento da pirataria on-line:
Grupos de lançamento: São websites de upload, onde seus membros denominam-se revolucionários na luta contra as grandes empresas e a participação só é permitida por aqueles que são confiáveis. O grupo se divide em gêneros, que competem entre si para adquirir um novo material, os que têm melhor desempenho são recompensados internamente.
Operadores do website: São os responsáveis por gerenciar websites de vídeo pirata, incluindo websites de torrent e de streaming. Os operadores lucram com esse processo enquanto executam vários sites “espelhos”, assim, se um é derrubado pelas autoridades, eles continuam online e lucrando.
“Atacadistas”: Esse grupo fornece um fluxo estável de importações para os criminosos. Os atacadistas importam as “caixas” através de canais de streaming legais e alteram para os softwares ilegais, que podem a partir disso ser vendidos online.
Piratas sociais: Consumidores em geral que atuam por meio das redes sociais, são considerados os menos conscientes quanto ao fato de que a pirataria é ilegal e fazem isso por conta da facilidade de acesso ou devido ao baixo custo das assinaturas.