Tiroteio termina com um morto e cinco presos na Muzema, no Rio
Uma operação policial na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, resultou na morte de um suspeito e na prisão de cinco pessoas nesta quarta-feira (30).
- Data: 30/10/2024 20:10
- Alterado: 30/10/2024 20:10
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Divulgação/PMERJ
Uma pessoa morreu e cinco foram presas após confronto com policiais militares na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (30). Na ação, os policiais apreenderam sete fuzis, duas pistolas, carregadores e munição.
Segundo a Polícia Militar, equipes do COE (Comando de Operações Especiais) faziam patrulhamento em uma área de mata da comunidade quando foram atacados a tiros e revidaram. O suspeito baleado chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu a caminho do hospital, de acordo com a PM.
O tiroteio afetou o transporte público. O sindicato Rio Ônibus, que representa as empresas, informou que todas as sete linhas de ônibus que circulam na região tiveram o itinerário desviado por causa do confronto.
A região vive uma intensa onda de violência devido à disputa de território entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho.
De acordo com o governo do estado, o policiamento está reforçado na comunidade desde os ataques a ônibus que aconteceram nos últimos 15 dias, quando criminosos usaram coletivos como barricadas.
No último dia 23, três ônibus foram sequestrados e usados para bloquear a estrada do Itanhangá. Por causa de um intenso tiroteio, mais de 190 ônibus não circularam na região durante toda manhã no dia 21.
Na semana anterior, no dia 16, outros nove ônibus foram colocados atravessados na estrada do Itanhangá para impedir uma operação da Polícia Militar. No dia seguinte, mais dois coletivos foram usados como barricadas na Muzema.
Dias depois, um grupo de homens vestidos de preto armados com fuzis foram flagrados por câmeras de segurança circulando na comunidade da Muzema, no dia 19. O flagrante ocorreu um dia após o governo do estado reforçar o policiamento depois dos ataques a ônibus.
Nesta terça-feira (29), o secretário nacional de Segurança, Mário Sarrubbo, anunciou a criação de um grupo de trabalho em conjunto com as forças de segurança do estado do Rio para recuperar territórios dominados por facções criminosas e combater a entrada de armas ilegais.
De acordo com Sarrubbo, uma das principais frentes de atuação do grupo será na investigação do caminho de entrada de fuzis no estado.
Ao comentar a ação da PM na Muzema nesta quarta, o governador Cláudio Castro comemorou a apreensão dos sete fuzis.
“Somente este ano, as polícias apreenderam mais de 540 fuzis. Estamos falando de armas de guerra que entram facilmente pelas fronteiras do país. Precisamos rever a nossa legislação penal e punir com rigor quem porte armas desse calibre, além de integrar as forças de segurança do Brasil para fiscalizar com eficiência as nossas barreiras territoriais”, afirmou Castro.
Ainda segundo o governador, as armas apreendidas pelo estado não são fabricadas no Rio de Janeiro. De acordo com Castro, 90% dos fuzis apreendidos pela Polícia Militar este ano foram produzidos em outros países e 80% deles “provavelmente chegaram ao Brasil pelas fronteiras”.