Tesouro: políticas públicas precisarão ser revistas para conseguir ajuste fiscal
"Algumas políticas públicas precisarão ser redimensionadas para que se consiga fazer o ajuste fiscal com o corte das despesas em cerca de 2 pontos do PIB no governo", conforme Tesouro
- Data: 26/07/2019 15:07
- Alterado: 26/07/2019 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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No sumário executivo que acompanha o resultado do governo central, divulgado hoje, 26, o órgão disse ficar “evidente” que o processo de ajuste demanda mudanças nas despesas obrigatórias, não só aposentadorias e pensões, mas também com a folha de pessoal, com “maior controle na contratação e nos reajustes dos vencimentos dos funcionários públicos”.
O texto ressalta ainda que, se não houvesse esse esforço pelo lado das despesas, seria necessário aumentar a carga tributária, “alternativa rechaçada por este governo e pela sociedade brasileira”.
O texto ressalta que, para cumprir a meta fiscal, que admite um déficit de R$ 139 bilhões, as despesas discricionárias estão em nível tão baixo que voltaram ao patamar de 2010, sacrificando, principalmente, os investimentos. “Dado um nível tão baixo de despesa discricionária, o debate que está posto é sobre o nível mínimo de despesas discricionárias necessário para o funcionamento da máquina pública”, completou.
O órgão ressalta ainda que mesmo a aprovação da reforma da Previdência não permitirá um aumento das despesas discricionárias no curto prazo. “A economia projetada com a reforma não significa uma redução das despesas previdenciárias em relação ao patamar atual, mas uma diminuição na comparação com o cenário projetado no caso de não haver nenhuma reforma”, completa.
Em junho de 2019, o governo central apresentou déficit de R$ 11 5 bilhões, valor um pouco melhor do que a mediana do Prisma Fiscal (R$ 13 bilhões). O Tesouro destacou que a melhora se deu principalmente por redução de R$ 6,7 bilhões nas despesas discricionárias e aumento de R$ 1,4 bilhão nas receitas líquidas.
Regra de ouro
O Tesouro Nacional informou que a projeção atual aponta para um “equilíbrio na margem” para o cumprimento da regra de ouro neste ano. No mês passado, o órgão estimava uma margem de R$ 1,8 bilhão para o cumprimento da norma constitucional.
Para 2020, o órgão estima que a insuficiência para o cumprimento da regra de ouro será de R$ 134,1 bilhões, já considerando o uso de um superávit financeiro de R$ 180,9 bilhões que pode ser levado deste ano para o próximo.