Temer desiste de ir a evento de Gilmar Mendes e da oposição em Portugal
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), decidiu na manhã desta quinta-feira, 24, cancelar a viagem que faria a Portugal, no início da próxima semana
- Data: 24/03/2016 12:03
- Alterado: 24/03/2016 12:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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Na ocasião, Temer participaria de evento (entre os dias 29 e 31 de março) em Lisboa, promovido por um instituto ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), em parceria com na Universidade de Lisboa, e que também tem na lista de participantes lideranças da oposição, como o presidente do PSDB, senador Aécio Neves e o senador José Serra (PSDB/SP).
O jornal português Público destacou na quarta-feira, 23, que o fato de a maioria dos convidados para o IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito serem nomes que são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff está colocando em dúvida a participação do presidente de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, que faria o discurso de encerramento do evento.
O Público diz que o evento tem sido tratado em Portugal como “uma espécie de governo brasileiro no exílio” e destaca a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que afirma que o encontro tem sido visto por aliados de Dilma como o “prenúncio do arranjo político para derrubar a presidente”.
A reportagem diz ainda que a data do seminário coincide com o prazo para a direção nacional do PMDB tomar uma decisão final sobre se desembarca do governo Dilma. Além disso, lembra que no dia 31 de março completam 52 anos do golpe militar que depôs o presidente João Goulart e instaurou a ditadura militar no Brasil.
Procurada, a assessoria de comunicação do IDP afirmou que o presidente de Portugal foi convidado, mas ainda não confirmou a sua presença. O nome dele, porém, está anunciado na programação oficial do seminário.
De acordo com a assessoria da vice-presidência, Temer cancelou a viagem para intensificar as conversas referentes ao encontro do Diretório Nacional do PMDB, previsto para ocorrer na próxima terça-feira, dia 29. Na reunião da cúpula do PMDB, integrantes da legenda deverão decidir sobre um possível desembarque do governo Dilma.
Nos últimos dias, Temer tem sofrido forte pressão dos ministros do partido e lideranças, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), e do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), para adiar a reunião do Diretório para o próximo dia 12. A estratégia da ala do PMDB mais próxima do governo é de ganhar tempo para tentar conseguir ampliar o apoio contra a debandada.