STF afasta ministro do Trabalho
Helton Yomura e deputado Nelson Marquezelli são alvo da 3.ª fase da Operação Registro Espúrio; pedido de afastamento feito pela PF e Procuradoria foi aceito pelo ministro Edson Fachin
- Data: 05/07/2018 09:07
- Alterado: 05/07/2018 09:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Edu Andrade/ ASCOM/Ministério do Trabalho
O ministro do Trabalho Helton Yomura é um dos alvos da terceira fase da Operação Registro Espúrio deflagrada nesta quinta-feira, 5. Além de ser alvo de busca e apreensão, a Polícia Federal e a Procuradoria-geral da República pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento de Yomura do ministério. A medida foi aceita pelo ministro Edson Fachin, relator do caso na corte. A PF também cumpre mandado de busca no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
A ação é um desdobramento da operação Registro Espúrio que investiga desvios no Ministério do Trabalho relacionados à concessão do registro sindical. Yomura é apadrinhado político do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). Pai e filha foram alvos das primeiras fases da Registro Espúrio.
Cristiane chegou a ser nomeada ministra da pasta. No entanto, diversas decisões da Justiça Federal e uma liminar da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, suspenderam a posse. Em fevereiro, um decreto anulou a nomeação da filha de Jefferson para o cargo.
A terceira fase da Operação Registro Espúrio nesta quinta-feira objetivou “aprofundar as investigações a respeito de organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho”, de acordo com a Polícia Federal.
Nelson Marquezelli (PTB)
A Polícia Federal (PF) cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) na manhã desta quinta-feira, 5.
Estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados são cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro.
Além das medidas cautelares de busca, a pedido da PGR serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo.
“As investigações e o material coletado nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio indicam a participação de novos atores e apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com indivíduos comprometidos com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta”, diz nota da PF.