Setembro Amarelo: 99% dos brasileiros acreditam que a depressão pode levar ao suicídio

7 em cada 10 brasileiros considera a dificuldade financeira um gatilho para a depressão

  • Data: 17/09/2024 10:09
  • Alterado: 17/09/2024 10:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Hibou
Setembro Amarelo: 99% dos brasileiros acreditam que a depressão pode levar ao suicídio

Setembro Amarelo

Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil

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Em meio ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio e à conscientização sobre a saúde mental, a Hibou,uma pesquisa inédita da Hibou, empresa de pesquisa, monitoramento e insights de consumo, traz à tona estudo de comportamento com dados alarmantes sobre a saúde mental dos brasileiros. A pesquisa foi realizada em formato digital com 1.072 brasileiros de classes sociais ABCD, com 95% de significância e 2,9% de margem de erro.

A saúde mental é um dos temas urgentes enfrentados no Brasil, com o agravamento de transtornos como a depressão, ansiedade e burnout: hoje, 76% dos brasileiros conhecem alguém que está sofrendo de depressão atualmente, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

2024: um ano de desafios para a saúde mental

Ao analisar o ano de 2024, os dados mostram que a saúde mental está impactando diretamente a vida cotidiana dos brasileiros. 84% dos entrevistados afirmaram que se sentem mais cansados,e 80% relatam níveis elevados de estresse.

81% dos brasileiros disseram que estão esquecendo mais as coisas, um aumento significativo em relação aos 66% em 2021. Já o sentimento de nostalgia, que cresceu durante a pandemia, ainda afeta 70% dos brasileiros.

Por outro lado, há sinais de resiliência: 74% afirmaram que cresceram emocionalmente neste último ano, um aumento de 13 pontos percentuais desde 2021.

Depressão: uma doença reconhecida por todos

Quando perguntados sobre a depressão, 94% dos brasileiros reconhecem a condição como uma doença, em comparação com apenas 5% que a enxergam como um estado de espírito. O conhecimento sobre a depressão também tem aumentado, com mais brasileiros relatando que conhecem alguém que está passando por esse problema. Além disso, 83% afirmaram que já ajudaram ou orientaram alguém a buscar tratamento para a depressão, reforçando o papel da comunidade e da empatia no enfrentamento da questão.

“99% da população acredita que a depressão pode levar ao suicídio.O aumento dos casos de depressão no Brasil é notável e tem causas diversas, que vão desde dificuldades financeiras até o isolamento social. Portanto, nosso estudo reforça a urgência de discussões mais amplas e claras sobre o tema no país, durante o ano inteiro, não exclusivamente somente em Setembro.” explica Ligia Mello, CSO da Hibou e responsável pela pesquisa.

O Impacto dos transtornos mentais na população

E quais transtornos mentais os brasileiros acreditam que tiveram um aumento de casos no último ano? 80% apontaram a ansiedade, enquanto 71% citaram a depressão. Outros transtornos com alta percepção de ansiedade (64%), insônia (63%), a síndrome do pânico (48%) e o TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (42%).

Esses transtornos têm afetado diretamente a qualidade de vida dos brasileiros. Quando questionados sobre as principais causas que podem estar contribuindo para o aumento dos casos de depressão, 69% dos respondentes mencionaram dificuldades financeiras, seguidas pela falta de perspectiva econômica e desemprego (61%) e o excesso de trabalho e estresse (53%). O isolamento social, uma consequência direta da pandemia e de mudanças na vida moderna, também foi citado por 52% como um dos fatores de agravamento da saúde mental.

Mais busca por ajuda

A busca por apoio psicológico é vista como fundamental pelos entrevistados. 92% dos brasileiros apontaram o apoio de um psicólogo ou psiquiatra como o canal mais viável para ajudar quem enfrenta problemas de saúde mental. Além disso, 45% destacaram a importância de conversar com a família, e 38% mencionaram grupos de apoio como fontes de ajuda.

A tecnologia também tem ganhado espaço como aliada na busca por soluções para a saúde mental. 8% dos entrevistados afirmaram já ter utilizado aplicativos de saúde mental, e 6% mencionaram fóruns e grupos de apoio online. Ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, também apareceram, com 1% dos brasileiros utilizando essas plataformas para discutir questões emocionais.

Suicídio: uma realidade próxima para muitos Brasileiros

A pesquisa também demonstra a dura realidade do suicídio no Brasil. 76% dos entrevistados afirmaram conhecer alguém que já tentou ou cometeu suicídio. Destes, 49% disseram que era um familiar ou amigo próximo. Quando questionados sobre as idades das pessoas envolvidas, a maioria dos casos ocorreu entre os 20 e 35 anos.

Outro dado alarmante é que 35% dos brasileiros admitiram já ter tido pensamentos sobre tirar a própria vida, com a maior parte dos episódios ocorrendo entre os 15 e 35 anos, sendo que 28% buscaram ajuda com psiquiatras. 26% médicos, e 25% recorreram à terapia.

Sinais de alerta e gatilhos para crises

O estudo revelou ainda que 60% dos entrevistados acreditam que houve sinais claros de que as coisas não estavam bem com as pessoas que conheciam e que passaram por situações graves de saúde mental.

Entre os sinais mais percebidos estão o aumento no silêncio (33%), o desinteresse generalizado (30%), o afastamento de interações sociais (29%), dormir muito (17%) e postar nas redes sociais coisas relacionadas ao momento (11%).

Já os cinco principais gatilhos para as crises de saúde mental, apontados pelos entrevistados, incluem:

Não corresponder às expectativas da família ou amigos (28%) um aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2023;

Apatia ou falta de perspectiva (27%);

O fim de relacionamentos amorosos (25%);

Dívidas (17%), um aumento de 6 pontos percentuais em relação a 2023;

Vítima de bullying ou outra estigmatização social (12%)

“A depressão e outros transtornos mentais precisam ser discutidos com atenção especial para as causas estruturais, como a falta de perspectiva e o excesso de pressão social,” destaca Lígia Mello, CEO da Hibou. “Precisamos fortalecer as redes de apoio e garantir acesso a tratamentos adequados para quem precisa, trazendo mais empatia e acolhimento para questões tão delicadas, afinal, estamos falando de seres humanos, e seus sentimentos.” finaliza Ligia.

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  • Data: 17/09/2024 10:09
  • Alterado:17/09/2024 10:09
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