Rússia anuncia interrupção das exportações de gás para a Moldávia a partir de 2025
Gazprom interrompe fornecimento de gás e ameaça a segurança de 2,5 milhões de cidadãos.
- Data: 28/12/2024 15:12
- Alterado: 28/12/2024 15:12
- Autor: redação
- Fonte: CNN
A Rússia é responsável pelo fornecimento de aproximadamente 2 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente para a Moldávia, transportados através da Ucrânia até a região separatista da Transnístria. No entanto, a Gazprom, empresa estatal russa de energia, anunciou neste sábado (28) que interromperá as exportações de gás para a Moldávia a partir de 1º de janeiro, devido a dívidas não pagas pelo governo moldavo.
A Gazprom afirmou que se reserva o direito de tomar ações adicionais, incluindo a rescisão do contrato com a Moldávia. O primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean, expressou indignação diante da decisão, que considerava um passo boato à paralisação total das exportações russas através da Ucrânia, o que também afetaria o fornecido para a Europa.
A interrupção coloca a Moldávia em uma situação crítica, especialmente com o inverno rigoroso se aproximando. Recean criticou o Kremlin por utilizar o fornecimento de energia como uma ferramenta política, alertando que a medida pode deixar a população da Transnístria sem aquecimento e eletricidade durante os meses mais frios.
O governo russo, por sua vez, rejeitou as acusações de uso político da energia, sublinhando que a Moldávia precisa regularizar a sua dívida histórica com Moscovo, estimada em 709 milhões de dólares, embora as autoridades moldavas contestem esse valor, avaliando a dívida em 8, 6 milhões de dólares.
Em 2022, um acordo entre a Transnístria e o governo central da Moldávia determinou que todo o gás russo recebido pela Moldávia seria direcionado à região separatista, que enfrentaria dificuldades em honrar seus pagamentos. A falta de fornecimento de gás pode resultar na paralisação das centrais elétricas e provocar apagões prolongados nas duas regiões, semelhantes aos que ocorrem na Ucrânia a ataques nocivos às suas infraestruturas energéticas.
Recean afirmou que a Moldávia tem buscado diversificar suas fontes de gás para reduzir a dependência de um único fornecedor. Ele garantiu que o país está se preparando para enfrentar as consequências da interrupção do abastecimento e que já estão sendo planejadas medidas para mitigar os efeitos.
A população moldava, estimada em 2,5 milhões de pessoas, está preparada para possíveis cortes no fornecimento energético desde que o governo anunciou que não renovaria o seu contrato de trânsito com a Gazprom. Em resposta à ameaça de desabastecimento, tanto a Moldávia como a Transnístria declararam estado de emergência e implementaram restrições nas exportações de energia. A partir de 1º de janeiro, está previsto um corte no consumo de energia nacional de pelo menos um terço.
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, acusou publicamente a Gazprom de criar uma crise energética ao recusar o fornecimento de gás por rotas alternativas.