Réplica da gruta sagrada de Kamukuwaká é inaugurada no território Xingu
Reconstrução do local sagrado celebra a resistência cultural após vandalismo e promove a preservação da história indígena
- Data: 22/10/2024 18:10
- Alterado: 22/10/2024 18:10
- Autor: Redação
- Fonte: Fotos Públicas
Inauguração da réplica da Gruta Sagrada de Kamukuwaká
Crédito:Alaor Filho/Fotos Públicas
O Fotos Públicas tem o prazer de anunciar a disponibilização de uma série de imagens impactantes capturadas durante a inauguração da réplica da Gruta Sagrada de Kamukuwaká, um momento carregado de emoção e simbolismo para o território Xingu.
O evento, marcado por rituais, danças e músicas tradicionais, reuniu diversas etnias em uma celebração que exaltou a resistência e a luta pela preservação de sua cultura.
A gruta original, considerada sagrada, foi tombada pelo Iphan em 2016, mas sofreu atos de vandalismo em 2018. Localizada fora do território demarcado, em uma propriedade privada, o acesso dos povos indígenas ao local é restrito, o que torna a inauguração da réplica ainda mais significativa.
Para os participantes, a réplica representa não apenas a reconstrução física do patrimônio, mas também a resiliência e união do povo xinguano em preservar suas histórias e tradições. “Estou muito feliz”, afirmou o cacique Elewoka Waurá, destacando o orgulho em ver a cultura do Xingu materializada em um espaço que agora também é símbolo de resistência.
A criação da réplica, feita na Espanha pela Factum Foundation, envolveu um processo tecnológico avançado e uma estreita colaboração com as comunidades indígenas, que participaram ativamente de cada fase do projeto. Com mais de uma tonelada, a estrutura percorreu milhares de quilômetros até chegar ao Centro Cultural do Xingu, onde agora será parte integrante do primeiro museu da região. Durante a inauguração, o sentimento de esperança para o futuro esteve presente, com lideranças indígenas emocionadas ao destacar a importância de manter viva a história de Kamukuwaká para as próximas gerações. “Kamukuwaká nos protege, então precisamos proteger Kamukuwaká”, afirmou o cineasta Piratá Waurá, reforçando que a réplica vai assegurar a transmissão da ancestralidade e do conhecimento aos mais jovens, em um projeto que une tecnologia, arte e saberes ancestrais.