Raquel denuncia Geddel e Lúcio por bunker dos R$ 51 milhões
Irmãos peemedebistas são acusados de lavagem de dinheiro e associação criminosa; as informações foram obtidas pela TV Globo e confirmadas pelo Estado
- Data: 05/12/2017 10:12
- Alterado: 05/12/2017 10:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
A procuradora-geral da República Raquel Dodge denunciou o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo bunker dos R$ 51 milhões. As informações foram obtidas pela TV Globo e confirmadas pelo Estado.
Apesar de a peça não acusar os peemedebistas de corrupção, a chefe do Ministério Público Federal põe propinas da Odebrecht, esquemas de devolução de salários dos servidores da Câmara, pagamentos do doleiro Lúcio Funaro e desvios relacionados ao ‘Quadrilhão do PMDB’ na Câmara como possíveis origens para as caixas e malas de dinheiro encontradas pela Polícia Federal no apartamento em Salvador.
Também foram denunciados os homens de confiança dos peemedebistas, Gustavo Ferraz e Job Brandão, a mãe Marluce Vieira Lima, e o empreiteiro Luiz Fernando Machado, dono da Cosbat construtora.
BUNKER
A Operação Tesouro Perdido partiu de uma denúncia anônima por telefone no dia 14 de julho de 2017. O apartamento em Salvador aonde foi encontrado os R$ 51 milhões pertence ao empresário Silvio Antonio Cabral Silveira, que admitiu às autoridades que emprestou o imóvel ao irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), a pretexto de guardar bens do pai do peemedebista, já falecido.
Na montanha de notas de R$ 100 e R$ 50 encontrada no apartamento, há marcas dos dedos do ex-ministro, de seu aliado Gustavo Pedreira Couto Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador, do assessor de Lúcio, Job Ribeiro Brandão, além de uma fatura com o pagamento da empregada do parlamentar.
No âmbito das investigações, Job resolveu colaborar com as investigações e tem feito tratativas para firmar delação premiada e seus depoimentos agravaram a situação dos peemedebistas perante a Justiça.
Ele disse que devolvia 80% de seu salário aos irmãos, além de contar e guardar dinheiro vivo em grandes quantidades para o ex-ministro e o deputado federal.
O homem de confiança dos peemedebistas foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) foi alvo de busca e apreensão.
DEFESAS
A reportagem tentou contato com a defesa de Geddel e com a assessoria do deputado Lúcio Vieira Lima, mas ainda não obteve retorno.