Projeto socioambiental apresenta resultados nos manguezais da Amazônia

No primeiro ano de atividades, a iniciativa mobilizou populações da zona costeira do Pará para a importância de conservar o ecossistema

  • Data: 16/02/2022 10:02
  • Alterado: 17/08/2023 09:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Projeto Mangues da Amazônia
Projeto socioambiental apresenta resultados nos manguezais da Amazônia

Projeto Mangues da Amazônia

Crédito:San Marcelo - Sapucaia Filmes

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Conhecer o território por meio de mapeamento e diagnósticos socioambientais, avançar nas pesquisas científicas, iniciar o processo de reflorestamento e sensibilizar as populações locais para a importância da conservação. Essas foram as principais linhas de ação desenvolvidas no primeiro ano de atividades do Projeto Mangues da Amazônia, na zona costeira do Pará, com o objetivo de mobilizar atores para o uso sustentável do ecossistema, essencial à qualidade de vida das comunidades que retiram da natureza o sustento.

A região compõe a maior faixa contínua de manguezais do planeta, no Pará e Maranhão. “Tem sido grande o nível de interesse e participação das novas gerações, guardiãs desse ecossistema para o futuro”, ressalta o engenheiro de pesca John Gomes, gestor do projeto – uma iniciativa realizada pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“Ao longo desse primeiro ano, construímos parcerias locais que demonstram a força do trabalho coletivo para o desenvolvimento e a continuidade das ações”, completa Gomes.

Iniciado em janeiro de 2021 com duração de dois anos, o Mangues da Amazônia superou as dificuldades da pandemia de covid-19 para acesso às comunidades tradicionais que habitam esse ecossistema costeiro, visando o começo das ações educativas, sociais, culturais e ambientais de modo a cultivar um maior entendimento para a valorização da natureza bem conservada. Desta forma, ganharam destaque neste primeiro ano as atividades da TV Escola Bragantina, que atingiram mais de 6 mil crianças da região de Bragança (PA) por meio de conteúdos sobre a conservação da biodiversidade dos manguezais, no âmbito das disciplinas do currículo escolar.

No campo social e educativo, além da formação de professores para a abordagem ambiental, cerca de 60 jovens das comunidades locais foram capacitados na primeira turma da iniciativa Protetores do Mangue – PROMANGUE, em temas de relevância como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela ONU com metas para 2030. Ao mesmo tempo, 138 crianças de três a seis anos do Clube de Recreio tiveram a oportunidade de dar os primeiros passos no conhecimento sobre o manguezal por meio de dinâmicas e cartilhas. Outras 30 meninas e meninos de sete a 12 anos, integrantes do Clube de Ciências, participaram de atividades com aulas práticas para observação da natureza, de forma a despertar a futura vocação como cientistas ou agentes ambientais em defesa do ecossistema onde vivem.

Diversas atividades de empoderamento envolveram grupos de mulheres em rodas de conversa sobre temáticas do dia a dia, como a questão da violência doméstica – ações que se somaram à exibição de filmes em sessões de cinema nas comunidades através do Cine RESEX, além de outras iniciativas culturais, como estudos sobre a influência das simbologias dos manguezais na música local.

O Projeto Mangues da Amazônia tem o propósito de reflorestar 12 hectares de áreas degradadas nesse ecossistema em reservas extrativistas dos municípios paraenses de Bragança, Tracuateua e Augusto Corrêa, mobilizando direta e indiretamente cerca de 7,6 mil pessoas.

No primeiro ano de trabalho foram construídos dois viveiros com capacidade de 60 mil mudas no total, com a recuperação inicial de 3 hectares. O reflorestamento está associado a ações socioambientais e a pesquisas capazes de gerar informação para o manejo sustentável dos recursos naturais, como caranguejo-uçá e madeira de mangue, além do suporte a políticas públicas envolvendo a garantia de direitos, como o seguro-defeso. Há, ainda, a perspectiva de expandir o conhecimento científico sobre o potencial dessa área como sumidouro de carbono, no contexto da mudança climática do planeta.

“No quesito ambiental, fizemos mutirões de limpeza de praias e mangues, com a coleta de 1,3 mil quilos de resíduos do ambiente”, informa Gomes. Ele diz que o segundo ano do projeto será marcado, entre outros pontos, pela conclusão do reflorestamento e por um conjunto de entregas às comunidades, de forma a ampliar as parcerias para potencializar os resultados e ampliar os benefícios nos diferentes campos de conhecimento.

Ao longo do primeiro ano, o número de participantes do Mangues da Amazônia aumentou de 24 para 45, com incentivo à formação de 20 pessoas, da graduação ao doutoramento, nos diferentes temas acadêmicos. Além disso, das metas estabelecidas para as atividades ambientais e socioambientais, 60% já foram cumpridas no primeiro ano, incluindo as atividades transversais que enriqueceram o projeto com as mais variadas demandas das comunidades-polo, nos três municípios.

Para atingir esses resultados, especialmente no período mais agudo da pandemia, as atividades mobilizaram mais de 20 parcerias institucionais e outras nove devem aderir às inúmeras ações programadas para 2022. Atualmente, as devolutivas parciais do projeto estão sendo preparadas, selando o compromisso com as comunidades. 

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  • Data: 16/02/2022 10:02
  • Alterado: 17/08/2023 09:08
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  • Fonte: Projeto Mangues da Amazônia









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